segunda-feira, 29 de abril de 2024
Prefeito eleito de Campina Grande do Sul, Bihl Zanetti fala dos desafios de sua gestão

Prefeito eleito de Campina Grande do Sul, Bihl Zanetti fala dos desafios de sua gestão

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A Gazeta Metropolitana, dando sequência à série de entrevistas com os prefeitos eleitos em municípios da Região Metropolitana de Curitiba, conversou esta semana com o futuro Chefe do Executivo de Campina Grande do Sul. Advogado conceituado, ex-procurador da Sedu, primeiro prefeito eleito filho de ex-prefeito do município, Bihl Zanetti (PSDB) apontou alguns dos desafios que deverá encontrar quando assumir o cargo em janeiro de 2017. Para Bihl, nesses tempos de crise, só com muita eficiência, austeridade, comprometimento e criatividade será possível vencer as dificuldades e realizar as obras e ações que a cidade precisa e a população reivindica.

 

A Gazeta Metropolitana: Como surgiu sua candidatura?

Bihl Zanetti: Minha candidatura surgiu naturalmente, há dois anos, após longas conversas com lideranças políticas e comunitárias, servidores públicos e população em geral e assim a aceitação foi ocorrendo de forma gradativa. Depois, iniciamos nossas visitas e ouvimos atentamente as reivindicações e sugestões da população para, baseado nas principais demandas, elaborar nosso Plano de Governo antes mesmo da campanha iniciar. Tudo foi construído com muito planejamento. O resultado foi a expressiva votação nas urnas no dia 2 de outubro, em porcentagem a segunda maior da região metropolitana e uma das maiores do Estado.

 

A Gazeta Metropolitana: O fato de ser filho de um ex-prefeito, o Toco, e trabalhar junto com o Ratinho Junior, Secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano, influenciou sua candidatura?

Bihl Zanetti: Minha candidatura foi fruto da soma positiva de diversos fatores. E, como já citei na resposta anterior, foi construída de forma natural, conversando com as pessoas do nosso município. Mas o fato de ser filho de um ex-prefeito e naquele momento ser o Procurador Geral da Sedu/Paranacidade trabalhando no Governo e com o Ratinho Junior que alías acima de tudo é meu amigo de muitos anos ajudou na articulação política com certeza, incluindo aí o apoio também do deputado Alexandre Curi.

 

A Gazeta Metropolitana: Um pouco antes das eleições, o senhor deixou o PSC e filiou-se ao PSDB, partido do Governador Beto Richa. O que motivou essa mudança de sigla?

Bihl Zanetti: Eu já desempenhava importantes tarefas no Governo então não seria surpresa eu me filiar no mesmo Partido do Beto. Mas o que pesou mais na minha decisão, foi pensar na Gestão, na cidade, a possibilidade de estar mais próximo do Governo do Estado e poder viabilizar recursos para importantes obras em Campina.. Temos muitas demandas nas áreas de infraestrutura, segurança, saúde e ação social, por exemplo. Apesar do Beto Richa não fazer distinção de sigla partidária na hora de enviar recursos aos municípios, penso que o fato de ser do mesmo partido do Governador pode ajudar. O Governador foi muito leal comigo e serei com ele se ele precisar.

 

A Gazeta Metropolitana: Como o senhor analisa a sua vitória nas urnas com uma diferença tão grande para o segundo colocado?

Bihl Zanetti: Devido as boas propostas, alianças com importantes lideranças políticas da cidade, já havia uma previsão através de pesquisas internas de que venceríamos a eleição com uma boa margem. Mas, o resultado das urnas foi além da expectativa e do que projetavam as pesquisas. Creio que isso foi resultado de bastante trabalho, uma campanha limpa, sem falsas promessas,, propostas com os pés no chão, sem desperdício de recursos. A população entendeu nossas ideias e nos deu um voto de confiança. Agora, vamos trabalhar muito para honrar cada voto.

 

A Gazeta Metropolitana: Campina Grande do Sul é um município grande territorialmente, mas conta com um orçamente reduzido. Como o senhor pretende contornar essa situação?

Bihl Zanetti: Esse será o grande desafio. Eu e minha futura equipe teremos que fazer uma gestão eficiente, bem planejada, pautada no controle dos gastos, na economia e transparência. Teremos que reduzir o maximo o gasto com a folha de pessoal e buscar recursos junto aos Governos Estadual e Federal. Só assim teremos a possibilidade de colocar em prática o Plano de Governo para nossa gestão e atender a expectativa da população.

 

A Gazeta Metropolitana: E qual o orçamento para 2017?

Bihl Zanetti: Deveria ser em torno de R$ 120 milhões, mas diante da economia nacional acredito que o orçamento vai ficar próximo dos R$ 100 milhões, e uma perda significativa, quase dois milhões por mês. A despesa aumenta e a receita diminui. Esse é o problema.

 

A Gazeta Metropolitana: Como está o processo de transição entre os governos e quantos integrantes tem sua equipe?

Bihl Zanetti: Minha relação com o atual prefeito é ótima. E, devido a experiência e conhecimento técnico que tenho e ao bom relacionamento com os secretários e servidores, não vejo a necessidade de ter uma equipe de transição agora. O processo vai acontecer de forma tranquila, natural, sem amiores problemas. Quando eu assumir, no dia 1º de janeiro, com certeza, estarei bem informado com relação à administração, em todas as áreas e com equipe formada.

 

A Gazeta Metropolitana: Com relação às áreas prioritárias como educação, saúde, segurança e açaõ social, quais projetos e desfios o senhor destacaria?

Bihl Zanetti: A educação será sempre prioridade, posso dizer que além de outros fatores um dos desafios será com relação ao Plano de Cargos e Salários do magistério. Quero fazer o possível e impossível por eles. Precisamos também ampliar o número de vagas nos CMEIs e creches. Na saúde, vamos informatizar todo o sistema para agilizar as demanda. Na segurança, precisamos usar a tecnologia para combater a criminalidade. Instalaremos câmeras em locais estratégicos que serão monitoradas pela Guarda Municipal. Inclusive, recentemente, estive na Central de Monitoramento da Guarda Municipal de Pinhais para conhecer o sistema de segurança exemplar que foi implantado naquela cidade. Na oportunidade, fui muito bem recebido pelo Prefeito Luizão e sua vice, Marli Paulino, prefeita eleita para a gestão 2017/2020, que se colocaram à disposição para passar as informações necessárias. Na infraestrutura, daremos continuidade ao bom trabalho iniciado pelo atual prefeito Luis Assunção e ampliaremos o que for necessário. Mas, para isso, é preciso ter o apoio dos Governos Estadual e Federal, como já falava no período da campanha, nada cai do Céu, é preciso ter apoio político na gestão. Na ação social, quero criar uma Coordenadoria Antidrogas para trabalhar em parceria com Instituições e Igrejas, de forma preventiva, orientando, crianças e jovens contra o uso da droga química e do álcool. Para isso, distribuiremos cartilhas educativas, faremos palestras, passeios, etc…., estaremos sempre voltado ao bem estar da familia. A gestão vai pensar na familia.

 

A Gazeta Metropolitana: Para colocar em prática os projetos, o senhor vai precisar da aprovação da Câmara. Ou seja, terá que contar com uma boa base aliada. Como pretende fazer essa articulação?

Bihl Zanetti: Acredito que não terei problemas neste sentido. Os onze vereadores eleitos ou reeleitos fizeram parte da coligação que me elegeu prefeito de Campina Grande do Sul. Além disso, tenho um ótimo relacionamento com todos eles. Sem contar que são pessoas de bem, todos trabalhadores e que querem o melhor para o município e população. Com certeza, irão votar a favor dos bons projetos.

 

A Gazeta Metropolitana: Se comparado às demandas da cidade e população, o orçamento municipal para 2017 ficará abaixo do necessário. O senhor pretende aumentar impostos ou dar incentivos fiscais para atrair mais empresas e, consequentemente melhorar a arrecadação?

Bihl Zanetti: Ainda estamos analisando o quadro orçamentário com relação às despesas. Sabemos das dificuldades, mas acredito que com uma gestão criativa e eficiente poderemos superar os obstaculos e grandes desafios sem precisar sacrificar o contribuinte. Com relação à atração de empresas, devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, não está em nossos planos dar incentivos fiscais, pelo menos inicialmente. Ao invés disso, vamos atrair investimentos demonstrando a boa localização da cidade e as facillidades que isso trás, além de com certeza darmos o apoio institucional necessário, estando numa relação bem próxima com aqueles que geram emprego e renda na cidade. Iremos investir bastante na qualificação profissional dos jovens, já estamos trabalhando para iniciarmos parcerias no que pertine ao oferecimento de cursos profissionalizantes no município.

 

A Gazeta Metropolitana: Recentemente, o senhor e o prefeito eleito de Quatro barras, Angelo Andreatta, o Lara, foram juntos a Brasília. Que resultado positivo essa viagem pode trazer, em um futuro breve, para os dois municípios?

Bihl Zanetti: Eu e o Lara, antes de mais nada, somos grandes amigos desde adolescentes. Jogavamos futebol juntos, ele pela Borda do Campo e eu pelo Campinense, boas lembranças. Creio, sinceramente, que ele fará uma grande administração. Sempre mantivemos um bom diálogo, e depois das eleições temos conversado muito sobre as possíveis parcerias que poderão beneficiar as duas cidades. Quanto a Brasilia, a viagem foi bem produtiva. Fizemos contatos com deputados federais e visitamos alguns ministérios. O objetivo foi nos apresentarmos como prefeitos eleitos e iniciarmos uma conversa que possa trazer recursos para Campina Grande do Sul e Quatro Barras, através de emendas parlamentares, em especial para saúde e infraestrutura em 2017.

 

A Gazeta Metropolitana: E quanto a integração do transporte coletivo com a capital, o que pretende fazer?

Bihl Zanetti: Esta também será uma missão ardua.Não depende apenas da administração municipal. estamos na dependência do Governo Estadual e Prefeitura de Curitiba. Mas, com certeza, vamos nos empenhar ao máximo para obter essa conquista, que é uma justa reivindicação da população. Estaremos brigando pela melhoria do transporte na nossa cidade.

 

A Gazeta Metropolitana: Para uma gestão eficiente é necessário ter uma boa equipe. Como será feita a escolha do seu secretariado?

Bihl Zanetti: Saúde, Educação e Finanças, por exemplo, a escolha será totalmente baseada em critério técnico. Ou seja, profissionais com formação e capacidade comprovadas para assumir o cargo, outras áreas estaremos buscando o perfil ideal também. Mas o perfil técnico estara prevalecendo ao critério político. Mas por óbvio que deve haver equilibrio nisso.

 

A Gazeta Metropolitana: Qual a sua expectativa com relação ao cenário econômico para 2017, no que se refere ao País, e como isso pode refletir em Campina?

Bihl Zanetti: Estamos conscientes que em 2017 ainda estaremos atravessando a crise econômica nacional, e, com certeza, nossa cidade sentirá as consequencias, pois nossa arrecadação vem diminuindo. Enquanto isso, na outra ponta, as despesas estão aumentando. Esse cenário vai nos forçar a trabalhar com mais cautela, maior responsabilidade, tanto no que diz respeito à folha de pagamento dos servidores municipais quanto aos projetos que serão encaminhados para aprovação na Câmara do Vereadores. Estamos em uma situação que não podemos errar. Teremos que ser muito eficientes e criativos para não comprometer o futuro da administração. Porém, sou otimista acredito que a crise vai passar, e quando isso acontecer estaremos preparados para um desenvolvimento gradativo e sustentável.

 

A Gazeta Metropolitana: O que a população pode esperar da gestão Bihl Zanetti?

Bihl Zanetti: Pode esperar um governo austéro, muito mais técnico que político. Com ações planejadas e pontuais bem definidas. Uma administração bem próxima da população, para ouvir suas sugestões e reivindicações. Enfim, quero fazer uma gestão participativa e moderna.

 

A Gazeta Metropolitana: Você já é conhecido no meio político pelo perfil agregador e conciliador e que transita bem em todas as alas, seja situação ou oposição e já apontado por muitos como futuro candidato com chances de formar chapa unica a Presidencia da Assomec, Associação dos municípios da Região Metropolitana. O Sr. É candidato?

Bihl Zanetti: Acredito que meu perfil vem da Educação que recebi de meu Pai e de meus avós paternos e maternos, pois, perdi minha mãe muito cedo, com menos de 04 anos de idade, aliado a minha formação profissional de advogado. Mas quanto a candidatura não conversei com ninguém sobre à Assomec, vou ver com colegas de Partido e também com outros colegas prefeitos um bom representante para nós.

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