domingo, 5 de maio de 2024
Política de geração de empregos após fim do auxílio emergencial é fundamental para a retomada econômica

Política de geração de empregos após fim do auxílio emergencial é fundamental para a retomada econômica

 

Com a chegada da pandemia, muitas empresas passaram a adotar o trabalho remoto para seus funcionários, o chamado “home office”. E ao que tudo indica, essa modalidade de trabalho parece ser uma tendência que veio para ficar em muitas empresas, mesmo após a pandemia. Uma pesquisa sobre o assunto com gestores de mais de 100 empresas mostrou que 30% deles pretendem manter o trabalho remoto pelo menos uma vez por semana após a pandemia. Muitas empresas estão verificando que é muito mais vantajoso e econômico que seus funcionários executem o trabalho remotamente, proporcionando economia de gastos com energia elétrica, cafezinho, transporte, e em investimentos em estrutura para os funcionários, a exemplo de mobiliário, espaço e outros.

Tudo é uma questão de adaptação e treinamento a fim de que não haja queda na produtividade. Com o devido treinamento, o trabalho em home office poderá se consolidar como uma alternativa a muitas empresas, trazendo vantagens também para o funcionário. Sem o estresse e tempo perdidos no trânsito, a produtividade poderá ser maior, obtendo-se um incremento em qualidade de vida e em resultados para a empresa. A modalidade home office, aliás, poderá ser uma aliada na recuperação econômica, uma vez que as demissões resultantes da pandemia revelam-se um desafio aos empresários. Muitos deles, gostariam de contratar mais, porém, os gastos com a manutenção de funcionários tornam-se um empecilho, principalmente quando se atua num país de alta carga tributária ao empresariado e que atravessa sucessivas crises econômicas, de tempos em tempos.

“Corona-voucher”: decisão acertada

Por falar em crise econômica, se houve uma decisão indubitavelmente acertada por parte do Governo Federal em relação à pandemia, foi a concessão do auxílio emergencial e sua prorrogação para até cinco meses. É esse benefício que tem ajudado a dar uma “segurada” na economia. A boa notícia é que, durante a semana, o Governo Federal decidiu ampliar em 1,15 milhão a quantidade de pessoas a serem beneficiadas pelo auxílio emergencial, aumentando o total de beneficiários do programa para 66,2 milhões. O socorro do governo tem ajudado, direta ou indiretamente, perto de 125,4 milhões de brasileiros. Ou seja, é mais da metade da população brasileira, que compõe-se aproximadamente de 209 milhões de habitantes. Contudo, o auxílio não durará para sempre, podendo, no máximo, estender-se até o final do ano, conforme cogita o Governo Federal. Mas, em 2021, como essa população irá garantir seu sustento se não houver geração de empregos o suficiente, em especial, aos trabalhadores com pouca qualificação?

Apoio ao empresariado

O home office costuma funcionar bem para trabalhadores mais qualificados, para categorias e áreas em que a informatização é a tônica. Mas, a grande massa de trabalhadores brasileiros atua fortemente em setores em que a presença física do funcionário no ambiente de trabalho é necessária para o exercício da função. São faxineiros, recepcionistas, seguranças, motoristas, operários da indústria, da construção civil, além do setor de comércio e serviços, que gera muitos e muitos empregos, entre outros. Empresários que empregam tais categorias profissionais necessitam de apoio dos governos para a retomada e a geração de empregos. Prefeitos e governadores, juntamente com o Governo Federal, precisam fazer a sua parte para promoverem a atração de investimentos. Uma forte política de atração de grandes investimentos será crucial para 2021. E também pensando-se em incentivos fiscais e abatimento nos tributos, em especial, aos pequenos e micros, os mais prejudicados pelo fechamento do comércio e serviços não-essenciais.

Risco de mais desemprego e pobreza

Se não houver uma política sólida de geração de empregos no país, o risco de aumento no desemprego em 2021 e de queda na atividade comercial e de serviços é imenso. Outra consequência grave será o aumento da pobreza e da miséria, com um rebaixamento de classe social a muitos trabalhadores. De acordo com dados da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia em matéria da Agência Senado, “o corona-voucher“ de R$ 600 aprovado pelo Congresso trouxe melhorias no padrão de vida a mais de 23 milhões de lares brasileiros. O benefício foi responsável por mais de 93% da renda dos domicílios mais pobres. A aprovação pelo Senado do projeto possibilitou o pagamento do auxílio para trabalhadores informais de baixa renda, microempreendedores individuais, contribuintes individuais ou facultativos do INSS e beneficiários do Bolsa Família”. É muita gente, enfim, beneficiada que, em 2021, ficará sem renda se não conseguir emprego formal ou informal. E isso trará reflexos na economia, pois, são consumidores que estão ajudando a sustentar os setores de comércio e serviços. Uma queda na atividade comercial e de serviços será marcante sem esses consumidores. Menos lucros, menos renda e menos recolhimento de impostos serão acarretados. De acordo a Agência Senado, em matéria de julho passado, 15 milhões de trabalhadores estão afastados de seus empregos e outros 18,5 milhões não procuram emprego por causa da pandemia.

Vacinas deverão acelerar recuperação econômica

A grande esperança são as vacinas, conforme o próprio Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom afirmou, durante a semana, que deverão ajudar a acelerar a recuperação econômica dos países. O Governo Federal aliás, já anunciou que deverá investir na produção da vacina da Universidade de Oxford, em parceria com um grupo de grandes empresários, e que a campanha de vacinação tem previsão de início para janeiro de 2021. Até lá, seria de grande sensibilidade do Governo Federal manter o auxílio emergencial a fim de garantir renda a tantas famílias ao mesmo tempo em que se garante movimentação à economia. Com planejamento e vontade política, poderemos sair dessa crise econômica mais rapidamente do que se projetava no início da pandemia.

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