O portfólio dos programas de Curitiba com vistas à mitigação das mudanças climáticas, com destaques para os projetos de eletromobilidade e de geração de energia limpa, foi impulsionado pelo equilíbrio fiscal alcançado pela Prefeitura, a partir de 2017.
Foi o que destacou o prefeito Rafael Greca, no dia 27, quinta-feira, em sua participação no painel Accelerating Investment for Climate Action (Acelerando Investimentos para a Ação Climática) na Cúpula das Cidades das Américas 2023, em Denver, nos Estados Unidos.
“O segredo foi colocar a casa em ordem com o reequilíbrio fiscal. A máquina pública fez sacrifícios, mas recolocamos nossa cidade com capacidade de endividamento, o que nos permitiu novamente sonhar. Passamos a investir pesado em energias verdes e limpas, em mais corredores de transportes e na eletromobilidade”, afirmou Greca.
Com o Plano de Recuperação posto em prática pela Prefeitura, Curitiba passou a ser referência nacional em equilíbrio fiscal, tendo alcançado um superávit financeiro de R$ 1,2 bilhão (US$ 224 milhões) que assegurou crédito ao município para ampliar capacidade de investimentos. Cerca de 40% dos recursos de investimentos estão diretamente relacionados a projetos de mitigação e adaptação climática.
“Não existe planeta B”
Na apresentação mediada pelo ex-prefeito de Quito (Equador), Maurício Rodas, Greca foi acompanhado da prefeita da cidade de Phoenix, Arizona, Kate Gallego; da chefe para financiamento a municípios da International Finance Corporation, organização vinculada ao Banco Mundial, Upasana Varma, e da diretora de empresa de investimentos Nuveen, Sarah Wilson.
O prefeito de Curitiba destacou as parcerias com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o New Development Bank (NDB) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) nos projetos estruturantes de evolução do transporte público com o Novo Inter 2 e o corredor Leste-Oeste e do Programa de Gestão de Risco Climático do Bairro Novo do Caximba.
“Não existe planeta B. Temos que viver no nosso planeta, com esperança e compromisso com o futuro e a sustentabilidade. Somos sábios pelo nosso compromisso e nossa vontade de construir o futuro de maneira resiliente”, reforçou Greca.
Sustentabilidade energética
Em andamento na cidade, o Programa Curitiba Mais Energia contempla projetos de eficiência energética dos equipamentos públicos e geração distribuída. Em março foi inaugurada a Pirâmide Solar do Caximba, construída com recursos próprios na área do antigo aterro sanitário e com capacidade de produzir 4.55 MW. Está gerando 30% da energia consumida pelos próprios municipais.
A sede da Prefeitura também conta com um sistema fotovoltaico para o aproveitamento e geração de energia limpa. O município também investe em projetos de habitação de interesse social, como o Cohab Solar, iniciado em 2018. O resultado para as famílias é o da redução de 80% em média na conta de energia. Também está em processo a implantação de sistemas fotovoltaicos em terminais de transporte.
No projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba, a maior intervenção socioambiental da história recente de Curitiba, estão sendo investidos aproximadamente 50 milhões de euros destinados a promover a melhoria socioambiental de aproximadamente 1.600 famílias. O projeto prevê investimentos para criar infraestrutura resiliente com Soluções baseadas na Natureza (SbN) com princípios de circularidade e engajamento comunitário. Também estão previstas a instalação de sistemas fotovoltaicos e de captação de água de chuva em todas as unidades habitacionais.
Mobilidade e transporte
O Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba compreende a melhoria dos serviços, da infraestrutura e o uso de novas tecnologias e arranjos de governança. Estão contemplados a integração do transporte público em seus diversos modais, com ênfase à mobilidade ativa.
Com o redesenho da lógica do sistema dos serviços de mobilidade, para dar maior atratividade, eficiência energética e reduzir as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), Curitiba caminha para a descarbonização gradual do transporte coletivo com a redução de emissões em 33% em 2030 e buscando a neutralidade em 2050.
Os projetos do Novo Inter 2 e do Corredor Metropolitano Leste-Oeste, além de trazer ganhos importantes na qualificação da infraestrutura e no reforço à prioridade do transporte público, têm a missão de desencorajar o uso do transporte individual, e consequentemente contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa em Curitiba. A meta é a de reduzir em 40% o deslocamento feito por veículo individual (carro ou motocicleta) até 2050.
Ambos os projetos representam a porta de entrada para os ônibus elétricos em Curitiba e encaminhamento para uma nova modelagem para concessão de serviços de mobilidade urbana, com foco na substituição da frota a diesel por veículos com tecnologias que reduzem as emissões de carbono, na digitalização dos serviços de mobilidade e no estabelecimento de uma nova estratégia para o transporte público com um olhar sistêmico para todo o sistema de deslocamentos.
Também se somam como importantes ferramentas de inovação, os Prismas Solares – novas estações de transporte projetadas para o Inter 2, que serão multimodais, inteligentes, inclusivas e autossustentáveis. Funcionarão como hubs de mobilidade inteligente, com o objetivo de melhorar a experiência dos usuários e atrair mais pessoas para o transporte público.
A nova estação de passageiros será um importante componente no salto de qualidade na mobilidade urbana favorecendo a integração com demais modais e possibilitando a coleta de informações para melhorar a experiência do usuário.
