quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Educação financeira nas empresas aliada a salários mais justos podem se revelar opção mais vantajosa a pagamento de benefícios

João Aloysio Correa Ramos

Diretor dos jornais do Grupo Paraná Comunicação: A Gazeta Cidade de Pinhais, A Gazeta Região Metropolitana, Agenda Local e Jardim das Américas Notícias

Educação financeira nas empresas aliada a salários mais justos podem se revelar opção mais vantajosa a pagamento de benefícios

Dias atrás, assisti a uma reportagem na Band News, no programa Aqui tem Vaga, onde a repórter Lenny Leone entrevista o CEO Ricardo Salem, da Flash Benefícios, empresa gestora de auxílios pagos a funcionários. Verifica-se que esses pagamentos feitos pelas empresas a seus funcionários, a exemplo de vale-refeição, vale-alimentação, seguro-saúde, vale-transporte – ainda tem sido muito defendido, conforme explana a reportagem.Na pandemia, discute-se a flexibilização dos benefícios, uma vez que o home office tem sido adotado por muitas empresas. E a tendência futura, nos pós-pandemia, diz o CEO Ricardo Salem, é das empresas adotarem o modelo híbrido – dividido entre o trabalho presencial nas empresas e o home office. Então, desde a ampliação do home office com a pandemia, discute-se a concessão de novos benefícios, a exemplo de custeio para o funcionário montar seu home office como, a compra de cadeiras ergonômicas, auxílio para pagar internet wi-fi e até a conta de energia elétrica, que, naturalmente, torna-se mais cara com o uso prolongado de computador.

Solução compatível à flexibilização das leis trabalhistas

Porém, a partir da flexibilização das leis trabalhistas adotada no governo Temer, acredito que uma solução mais moderna para empregados e empregadores seria negociar salários mais altos a fim de que o próprio funcionário tenha condições de bancar os gastos com esses benefícios. Pois, conforme a reportagem bem lembra, tem sido comum funcionários venderem seus vales-refeição ou vales-transporte, para obterem um dinheiro a mais para outras despesas. Também, tem sido habitual, funcionários insatisfeitos com o vale-refeição, por serem em valores insuficientes ou não contemplarem os locais que gostariam de fazer suas refeições. Penso que um outro tipo de negociação se revelaria mais satisfatória para os empregados, a exemplo do pagamento de um salário mais condizente com as necessidades diárias do trabalhador. A responsabilidade de bem gerir esses rendimentos, naturalmente, ficaria a cargo do próprio funcionário, que teria de saber bem administrá-lo para poder pagar as despesas como a alimentação fora de casa em dias de trabalho, além do transporte, plano de saúde e outros.

Educação financeira nas empresas

E é aí que entra um fator importante que deveria ser um investimento das empresas: promover a educação financeira a seus funcionários. Quando se investe em colaboradores que sabem como lidar com as próprias finanças e reconhecem os impactos de uma boa organização financeira, podemos esperar níveis de motivação e produtividade maiores. Sabemos que a “cultura” de se planejar financeiramente ainda está longe de ser aplicada no Brasil. E que este é um processo lento.

Aumento da produtividade

Nesse sentido, as empresas podem ter uma boa contribuição na educação de seus colaboradores. E os benefícios são trazidos tanto para a empresa como para o funcionário. A diminuição do estresse no ambiente de trabalho é um desses benefícios. Colaboradores bem pagos, mas que não estão conseguindo dar conta de gerir suas finanças, acumulando dívidas, gastando mais do que ganham, naturalmente, sofrerão uma carga de estresse que se refletirá no ambiente de trabalho. O aumento da produtividade é outro ganho: funcionário sem estresse, feliz e satisfeito com os rendimentos que obtém na empresa, produz mais e melhor. Não há como motivar e estimular um colaborador que vive preocupado com as contas no final do mês, com cartões de crédito no limite e outras situações que deixam qualquer pai ou mãe de família cansado e desmotivado pelas preocupações. A melhoria nas relações da equipe é mais um ponto. Novamente, entrando na ideia de que o bem-estar individual de cada colaborador faz a diferença na integração da equipe. E por fim, a experiência de empresas que já adotaram a educação financeira também demonstra que há redução no número de faltas ao trabalho após sua implantação, bem como menor rotatividade e maior senso de organização na forma de desempenhar as tarefas, em geral.

Entre as formas de se promover a educação financeira, as mais óbvias seriam a promoção de cursos, palestras, seminários.

Comunicação interna

Mas, também, há meios graduais e frequentes, a exemplo da distribuição, pela comunicação interna, de materiais com conteúdos sobre o assunto, fornecendo dicas, sugestões e conselhos sobre como bem administrar seus rendimentos e até sobre investimentos. Outra maneira mais inovadora é o fornecimento de um aplicativo específico para auxiliar no controle de gastos. Já há aplicativos de celular próprios para esse fim. Os ganhos com essa política interna nas empresas costumam ser imensos. Com funcionários mais felizes e satisfeitos quanto a seus rendimentos, a produtividade aumenta, bem como o ambiente organizacional melhora.

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