Eduardo Pimentel eleito representa a vitória da qualificação e experiência sobre os arroubos do extremismo
Jornalista responsável dos jornais do Grupo Paraná Comunicação (A Gazeta Cidade de Pinhais, A Gazeta Região Metropolitana, Agenda Local e Jardim das Américas Notícias)

Eduardo Pimentel eleito representa a vitória da qualificação e experiência sobre os arroubos do extremismo

No domingo (27/10), a eleição de Eduardo Pimentel (PSD) a prefeito de Curitiba trouxe alegria e esperança a todos que sonham com uma cidade que prima por uma gestão humanista e direcionada ao desenvolvimento sustentável somado ao desenvolvimento humano. E, também, um grande sentimento de alívio aos eleitores de esquerda e aos moderados de centro e centro-direita que temiam um verdadeiro desastre a partir de uma eventual eleição da candidata de extrema-direita Cristina Graeml (PMB), por todo despreparo e propostas controversas, para dizer o mínimo, colocadas em campanha.

 

Curitiba e a diversidade

Vencendo sua adversária com 57,64% dos votos válidos, enquanto Cristina Graeml obteve 42,36%, Pimentel tem a responsabilidade de administrar a capital do estado imbuído da consciência de que Curitiba é uma cidade onde a diversidade de seu povo, cultural e social, traduz-se por aspirações diversas que englobam preferências ideológicas distintas em todas as suas gradações no espectro. E, inclusive, pela valorização do voto sem vínculos ideológicos, mas, sim, motivado por propostas de campanha que apontam para resultados concretos, ou seja, a expectativa de uma gestão de resultados que garantam uma vida melhor para a população.

 

“Reduto da extrema-direita”

A pecha de capital “reduto da extrema direita”, adquirida nos idos anos recentes, talvez, já não seja o melhor retrato da capital do Paraná. O desafio, de agora em diante, conforme compromisso de campanha de Pimentel, será o de unir e pacificar o eleitorado, que esteve um tanto dividido entre a extrema-direita, o centro-direita de Pimentel e Ratinho Júnior, as candidaturas de esquerda e extrema-esquerda e os eleitores ausentes. Conforme bem disse Pimentel, o objetivo não é mudar a ideologia de ninguém, mas governar para atender às diferentes demandas de cada segmento da população.

 

Abstenções ultrapassam segunda colocada

Por falar em eleitores ausentes, estes eleitores foram mais expressivos que os votos na extrema-direita. As abstenções bateram recorde neste segundo turno, alcançando 30,37%, um percentual maior que no primeiro turno quando os ausentes somaram 27,74%. 432 mil eleitores curitibanos não compareceram aos locais de votação no segundo turno. Um número maior que os 390.254 votos depositados a Cristina Graeml. As abstenções, conforme era especulado, cresceram em relação ao primeiro turno, quando 394.912 eleitores (27,74%) não saíram de casa para votar. Se somarmos com os votos brancos e nulos, foram 502.439 eleitores que não optaram nem por Pimentel, nem por Graeml. Estamos falando de pouco mais de meio milhão de curitibanos… É muita gente…

 

Recado à classe política

O recado destes eleitores foi dado à classe política, que já tem em mente que deve mudar as estratégias a fim de conter essa tendência de crescimento nas abstenções verificada em praticamente todo o país. A média nacional de abstenção, no segundo turno, foi de 29,26%. Dos 34 milhões de eleitores no país, três em cada dez não compareceram aos locais de votação, no último dia 27. No caso de Curitiba, a partir deste expressivo número de abstenções, a expectativa é de que caia por terra a ideia de que, aqui, há uma espécie de celeiro da extrema-direita. Entre os ausentes e brancos e nulos no segundo turno, é possível deduzir que, neles encontram-se muitos eleitores de esquerda, que não se viram representados, de forma alguma, nas duas candidaturas de direita. Mas, muito provavelmente há outros tantos que não se interessaram em participar do pleito por diversos motivos, a exemplo de não acreditarem na política, de não se sentirem representados por nenhum dos candidatos, ou por irresponsabilidade, mesmo ou desinteresse geral em processos políticos.

 

Votos da esquerda

Contudo, Pimentel, certamente, ganhou votos, também, de outra parcela de eleitores de esquerda, entre aqueles que se viram na “obrigação moral” de colaborar para barrar o avanço da candidata de extrema-direita. Apesar de os partidos de esquerda terem permanecido neutros, recomendando o voto de acordo com a consciência de cada um, houve manifestações de alguns militantes esquerdistas em prol do voto em Pimentel, representando, tão somente, um voto “contra a extrema-direita“.

 

Vitória em todas as zonas eleitorais

O resultado nas urnas, neste segundo turno, apontou vitória de Pimentel em todas as dez zonas eleitorais. Algo bem diferente do primeiro turno. Demonstrando que o candidato do PSD avançou sobre bairros em que Graeml havia feito mais votos que ele no primeiro turno. Muitos destes bairros são os mais distantes do Centro, de acordo com dados do TRE. Já a região onde Pimentel foi campeão de votos é a que compreende parte da CIC, o Tatuquara e a Caximba. Esse eleitorado de Pimentel somou 67,78% na região, enquanto Graeml conquistou 37,22% do eleitorado destes bairros. O segundo melhor desempenho de Pimentel foi na Zona Eleitoral que compreende inclusive o Centro: 59,73% contra 40,82% de Cristina. Um resultado bem diferente do primeiro turno, quando Pimentel perdeu nesta zona eleitoral que inclui o Centro. Em 6 de outubro, a extrema-direita havia feito 35,37% dos votos, na zona eleitoral do Centro, enquanto o eleitorado de Pimentel foi de 27,87%.

 

Animosidade e desrespeito

Enfim, a História de Curitiba foi marcada, em 2024, por uma das eleições mais acirradas desde a redemocratização do país. Para além de uma grande e dura disputa, infelizmente, destacou-se a animosidade desrespeitosa (a nível pessoal, inclusive), contra o adversário alimentada pela candidata de extrema-direita. E de uma forma sem precedentes na História recente das eleições municipais em Curitiba, lamentavelmente.

 

Sem “aperto de mão”

Aliás, a ausência de um cumprimento de Cristina Graeml, de um telefonema a Pimentel, parabenizando-o pela eleição, foi reveladora do caráter e temperamento da candidata, quebrando a tradição protocolar nos mundos democráticos de conceder-se um gesto de honradez e civilidade ao vencedor. Felizmente, a maioria do eleitorado curitibano farejou o que poderia estar por vir da candidata adversária em eventual conquista ao poder municipal e optou pela civilidade, o diálogo, o humanismo e o equilíbrio de Eduardo Pimentel.

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