sábado, 18 de maio de 2024
Economia vai bem em 2023, para surpresa dos pessimistas de plantão

Vanessa Martins de Souza

Jornalista responsável dos jornais do Grupo Paraná Comunicação (A Gazeta Cidade de Pinhais, A Gazeta Região Metropolitana, Agenda Local e Jardim das Américas Notícias)

Economia vai bem em 2023, para surpresa dos pessimistas de plantão

Contrariando projeções mais pessimistas, o Brasil obteve um desempenho relativamente bom em relação ao crescimento do PIB – Produto Interno Bruto, em 2023. De acordo com o FMI – Fundo Monetário Internacional, em relação a 2022, o país subiu duas posições, voltando ao ranking das dez maiores economias mundiais, chegando a nona posição. O PIB brasileiro alcançou o patamar de 2,13 trilhões de dólares, superando o do Canadá, com 2,12 trilhões.

Previsão de crescimento do PIB

Em 2023, o crescimento do PIB deve ultrapassar os 3%. Previsões mais otimistas como a do Instituto de Finanças Internacionais apostam em 3,2%, indo além dos 2,9% projetados pelo FMI. Em 2022, o crescimento foi de 3%. Já para 2024, o cenário projetado não é dos melhores, quando se espera um crescimento de apenas 1,4%. Contudo, não se deve descartar a possibilidade de que esta seja uma perspectiva pessimista demais, uma vez que, no início deste ano, não havia economista capaz de prever que chegássemos a, sequer, 3% de crescimento.

Sétima economia mundial

Muito embora, o Brasil já tenha estado em posição bem mais favorável em termos de PIB, quando chegou a sétima economia mundial, entre os anos de 2010 a 2014, é um dado animador conferir que, em apenas um ano, saltou duas posições no ranking. A recuperação pós-pandemia, felizmente, tem sido mais rápida do que o esperado. O agronegócio, mais uma vez, destaca-se como a “estrela“ da economia brasileira, tendo se beneficiado com uma super-safra em 2023.

Controle da inflação

Outro dado a trazer um alento é o controle da inflação. De acordo com a FGV – Fundação Getúlio Vargas, fecharemos 2023 com uma taxa de 4,2%. Em 2022, o ano encerrou com 5,6%. Gradualmente, a expectativa é a de que a economia venha recuperando-se da crise provocada pela pandemia, também, em relação ao desemprego. Estamos com o menor índice desde fevereiro de 2015 e a expectativa é de terminarmos o ano com uma taxa média de 8%.

Redução das taxas de juros

Uma das grandes batalhas neste primeiro ano de governo Lula foi a defesa da redução nas taxas de juros. Pois, finalmente, a partir de agosto passado, o Banco Central começou a baixar a taxa Selic. Desde então, já foram quatro reuniões seguidas do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central em que a taxa Selic foi reduzida. A última reunião, em treze de dezembro, resultou numa redução para 11,75% ao ano. A estimativa é de que, em 2024, o Copom continue com graduais reduções. A próxima reunião está marcada para o final de janeiro próximo. A redução da taxa de juros Selic é fundamental para a economia, a atração de investimentos, pois, é uma taxa média de juros que influencia outras taxas, a exemplo dos juros para empréstimos e financiamentos variados, como os do setor imobiliário, dos investimentos na indústria, comércio e serviços e outros. A meta é a de que se chegue, pelo menos, ao nível de março de 2022, quando a taxa Selic estava em 10,75% ao ano.

Distribuição de renda

Apesar da surpresa positiva em relação ao PIB e a dados como, inflação e desemprego, contar com um PIB maior do que o do Canadá em 2023 não coloca o país no mesmo nível de desenvolvimento daquele país da América do Norte. Um melhor nível de distribuição de renda faz toda a diferença, assim como um IDH – Índice de Desenvolvimento Humano alto. Uma política de atração de investimentos deve ser agenda permanente do governo, além de investimentos expressivos em educação e qualificação profissional. Um PIB elevado é inegavelmente bom para a economia do país. Mas, isso pode se refletir em muito pouco para a maioria da população quando não vem acompanhado de outros indicadores favoráveis que fazem a diferença entre países desenvolvidos. É preciso considerar o quanto essa riqueza produzida está concentrada, muito mal distribuída por entre a população.

Educação e qualificação profissional

Os programas sociais de transferência de renda revelam-se apenas paliativos na promoção de menos desigualdade. Têm sua função em cenários críticos. Entretanto, somente o avanço na promoção de políticas públicas que garantam educação e qualificação profissional, somadas a geração de empregos mais qualificados, podem capacitar a população de baixa renda para ocupar melhores empregos, com melhores salários. Obtendo-se, assim, melhor qualidade de vida e a oportunidade de subir de classe socioeconômica.

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