sexta-feira, 3 de maio de 2024
Projeto autoriza conclusão de obras embargadas na Linha Verde

Projeto autoriza conclusão de obras embargadas na Linha Verde

Câmara Municipal de Curitiba

Obras na Linha Verde que obtiveram a Guia Amarela ou alvará de construção até 2011, antes da mudança de zoneamento na área, serão autorizadas a concluir essas edificações sem terem o empreendimento embargado.

É o que diz projeto de lei protocolado pelo Vereador Tiago Gevert (PSC), no dia 10 de setembro, na Câmara Municipal de Curitiba.

“O objetivo é evitar prejuízos aos cidadãos”, justifica o parlamentar, “pois na época em que começaram a construir eles cumpriam a legislação vigente”. “Se estavam regulares, não podem ter suas obras embargadas em virtude da mudança de zoneamento no meio do processo”, confirma Gevert. Para isso, a proposição altera as leis municipais 13.909/2011 e 14.670/2015, que estabelecem os parâmetros da Operação Urbana Consorciada.

O projeto de lei repercutiria inclusive sobre “Consultas de Análise de Projeto protocoladas na Secretaria Municipal do Urbanismo”. Nesses casos, sugere o Vereador, o órgão público teria prazo de noventa dias contados da data de publicação da lei para expedir os alvarás de construção pendentes – desde que cumpridas as exigências legais à época do protocolo.

A alteração no zoneamento aprovada pelo Legislativo em 2011 previa a diversificação do comércio ao longo da Linha Verde – do Atuba até o Tatuquara, passando pelo CIC – antes ocupado majoritariamente por empresas vinculadas ao ramo dos transportes rodoviários.

É a terceira vez, nesta legislatura, que são propostas adequações na Linha Verde. No ano passado, por iniciativa do Vereador Ailton Araújo (PSC), o plenário concordou em autorizar a instalação de espaços para cultos religiosos e também para educação, lazer, cultura, saúde e assistência social em toda a extensão da antiga BR-116. E um projeto do Executivo, que promove dez mudanças na lei atual, está tramitando pelas comissões.

Economia acata seguro de vida para Guarda Municipal

Com parecer favorável do Vereador Pier Petruzziello (PTB), a Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização aprovou, na terça-feira (15), a continuidade do projeto de autoria do Poder Executivo que pretende a contratação de seguro de vida para membros da Guarda Municipal de Curitiba. A proposta possibilita o pagamento de benefício por morte acidental e invalidez permanente, total ou parcial, desde que haja registro de que o acidente ocorreu em serviço ou no deslocamento até o trabalho.

Os integrantes da Comissão optaram pelo voto positivo do relator da matéria, Vereador Pier Petruzziello (PTB), mas foi necessário escolher entre o parecer de Pier e o voto contrário emitido pela Vereadora Professora Josete (PT). Pier sugeriu a proposição de uma emenda substitutiva com o objetivo de alterar os termos do artigo 3º do projeto, que passaria a ter a seguinte redação: “As despesas correntes da execução dessa lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias da Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS), suplantadas, se necessário”. O projeto também sugere que o custeio da despesa seja feito por meio de receitas livres da SMDS. O texto original somente cita “dotações do orçamento vigente”.

Em seu voto, Josete destacou que o projeto não estaria em concordância com os termos do artigo 17 da lei de Responsabilidade Fiscal (lei federal 101/2000), que obriga a indicação da origem dos recursos para custeio. Para ela, os chamados “recursos livres” são comprometidos na Lei Orçamentária Anual (LOA), isto é, não convém usá-los como uma alternativa para custear outras ações. “Se forem utilizados tais recursos, outras atividades poderão ser prejudicadas”, alertou.

Segundo a parlamentar, caso o projeto seja aprovado, sempre que se usar os “recursos livres” será necessário apresentar o cancelamento da despesa para a qual a verba estaria destinada. Ela também frisou que o projeto não apresentou de modo efetivo as estimativas de impacto financeiro. As que foram anexadas ao projeto não traziam as demonstrações das premissas e metodologias de cálculo.

O voto de Josete, que foi acompanhado exclusivamente pelo Vereador Cacá Pereira (PSDC), propunha o oficiamento da Prefeitura quanto às premissas e metodologias, as coberturas contempladas pelo seguro, a modalidade do seguro (linear, proporcional ou escalonado) e a data prevista para a licitação da contratação dos serviços. Os vereadores optaram pelo parecer de Pier, mas não se descartou que as informações solicitadas por Josete sejam incorporadas posteriormente à proposta.

Bebidas alcoólicas não serão liberadas dentro dos estádios

Vinte dias depois de aprovar em primeiro turno a venda e o consumo de bebidas alcoólicas dentro dos estádios da cidade, os vereadores de Curitiba mudaram de opinião. Na segunda-feira (14), 28 dos 34 votantes rejeitaram a proposta e impediram a comercialização de cerveja nos jogos de futebol. Foram 4 votos a favor e 2 abstenções.

A proposta rejeitada autorizava o comércio de bebidas alcoólicas nos estádios até 15 minutos antes do fim das partidas, em bares, lanchonetes e camarotes VIP credenciados. O teor alcoólico deveria ser inferior a 14% e o líquido deveria estar acondicionado em recipientes de plástico, como copos e garrafas. Os postos de venda ainda seriam obrigados a informar, por meio de cartazes e outros materiais, que o produto é proibido a menores de 18 anos de idade e que o consumo exagerado é nocivo.

Esses termos foram criticados em plenário pela Polícia Militar e Ministério Público do Paraná no dia 26 de agosto, quando a votação em segundo turno foi adiada. Representantes das polícias estiveram reunidos novamente com os vereadores depois disso, reforçando que as instituições eram contra a liberação das bebidas alcoólicas nos estádios. O arcebispo de Curitiba, Antonio Peruzzo, enviou correspondência aos vereadores, pedindo a desaprovação do projeto de lei.

Nesse intervalo de 20 dias entre as votações, o número de vereadores contrários à venda de bebidas alcoólicas mais que dobrou, passando de 11 a 28. Enquanto isso, o número de parlamentares favoráveis à cerveja perdeu 16 apoiadores. Apenas Pier Petruzziello (PTB), Bruno Pessuti (PSC) e Paulo Rink (PPS) estiveram em plenário e mantiveram os votos pela liberação da cerveja dentro dos estádios de futebol. Aladim Luciano (PV), ausente na votação anterior, somou-se a eles hoje. Helio Wirbiski (PPS) e Professor Galdino (PSDB) se abstiveram.

Debate

Em 2h20 de discussão, 18 vereadores utilizaram a palavra para falar sobre o projeto. Não houve novos argumentos, além dos já apresentados na primeira votação.

Primeiro a coletar assinaturas à proposição, Pier Petruzziello (PTB) argumentou que não há ações do poder público para coibir a venda de bebidas alcoólicas fora dos estádios. “A violência não pode ser atribuída à bebida nos estádios, pois ela é consumida fora das praças esportivas.” Na opinião do parlamentar, há uma “grande hipocrisia” ao se falar sobre o assunto e o Estado, com a regra atual, acaba por punir o cidadão e cercear sua liberdade.

Bruno Pessuti (PSC) seguiu a mesma linha de raciocínio e concluiu que, na incapacidade de resolver pequenos problemas, o Estado acaba por prejudicar a todos. “É uma ingerência muito grande na vida das pessoas. Tivemos aquele episódio em Joinville, e o que aconteceu com os responsáveis pela baderna? Estão todos liberados para voltar aos estádios. A violência não está necessariamente ligada ao consumo de bebida”, arrematou.

A ideia de que a matéria não poderia ser avaliada pelo Legislativo municipal foi reforçada por diversos vereadores. Um deles foi o líder da maioria na Casa, Paulo Salamuni (PV), que mudou seu voto, de favorável para contrário, entre a primeira e a segunda votação. Ele disse que a Câmara ouviu a sociedade e optou por aquilo que “é melhor para Curitiba”.

Outro aspecto da polêmica foi abordado pela Professora Josete (PT), que defendeu um debate científico e não moral. Para sustentar a derrubada do projeto, a Vereadora comparou os resultados obtidos após a instituição da Lei Seca no trânsito e a bebida nos estádios. “Após um ano da Lei Seca, com o uso do bafômetro e multas mais pesadas, houve redução de 10% na mortalidade.”

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