O nome do governador Ratinho Júnior (PSD) como pré-candidato a presidente da República, em 2026, voltou a ser reafirmado pelo presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab. Durante evento em São Paulo, na terça-feira (06/05), no Secovi-SP, sindicato empresarial do setor imobiliário, Kassab praticamente deu a “bênção” para o governador do Paraná ser o candidato do partido em 2026. Quando o governador disse a empresários que esperava reencontrá-los no Paraná, Kassab o “corrigiu” dizendo que Ratinho Júnior deveria esperar encontrá-los no Palácio do Planalto.
Leis penais mais duras
O governador Ratinho Júnior esteve em São Paulo palestrando, também, a altos investidores. Ao Secovi-SP, destacou a defesa de que cada estado tenha suas próprias leis penais, garantindo autonomia às unidades da federação para aprovarem leis mais duras aos criminosos. O governador acrescentou que o problema da segurança pública não está na atuação das polícias, que conseguem prender e investigar, mas nas leis brandas que favorecem a soltura prematura dos criminosos.
Emenda constitucional
Ratinho Júnior falou que a mudança depende de aprovação de uma emenda constitucional no Congresso Nacional garantindo competência concorrente aos estados e a União na elaboração e aprovação de legislação penal. Atualmente, de acordo com a Constituição Federal, a competência é exclusiva da União, deixando os estados impossibilitados de fazerem alterações nas leis penais. A mudança também faria com que cada estado pudesse adequar as leis às próprias demandas, uma vez que há particularidades na atuação da criminalidade em cada unidade da federação.
União da direita
O governador Tarcísio de Freitas, tudo leva a crer, deverá candidatar-se à reeleição a governador de São Paulo. Inclusive, disse em entrevista recente que o ideal seria que todo o campo do centro-direita deveria unir-se em torno de um único candidato para enfrentar o presidente Lula em 2026. Tarcísio acredita que, até janeiro de 2026, seria um bom prazo para o PSD definir quem deverá ser o pré-candidato do partido.
Eduardo Leite no PSD
Apesar da “bênção” de Kassab, um outro nome, além de Ratinho Júnior, poderá disputar a pré-candidatura a presidente da República. É o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). O tucano já sinalizou que deverá sair do partido, devido a fusão em andamento entre o PSDB e o Podemos. E Leite está de olho no PSD. Kassab, que também é secretário de Governo de São Paulo, tem dito que o governador do Rio Grande do Sul é muito bem-vindo ao partido. E, quando questionado sobre Leite ser o pré-candidato do PSD à presidência, tem dito que o nome do gaúcho é, também, uma possibilidade. E que, se Leite realmente ingressar no partido, o PSD terá dois pré-candidatos.
“Presidente LGBT”
O governador gaúcho tem intensificado sua aparição na imprensa nacional demonstrando seu desejo de lançar candidatura a presidente da República. Inclusive, já mencionou querer ser o “primeiro presidente LGBT”. Está agilizando a promoção de seu nome, enfim. Difícil será, porém, Leite conseguir aglutinar o centro-direita em torno de seu nome. A começar pela gestão nada exemplar de seu estado. As terríveis enchentes do ano passado deixaram-no ainda mais vulnerável a críticas. O governador do Rio Grande do Sul, para resumir, não conquistou, até o momento, a simpatia e a confiança nem da esquerda e nem da direita.
Cordialidade
É bem provável que Kassab tenha sido apenas gentil ao dizer que Leite poderá ser pré-candidato à presidência da República pelo PSD. Um aceno de “boas-vindas” a quem demonstra interesse em fazer parte dos quadros do maior partido do país, onde sempre cabe mais um.
Pesquisas e apoio de Bolsonaro
Na verdade, não será apenas a vontade de Kassab a prevalecer. Conforme disse Tarcísio, é preciso unir a direita em torno de um nome forte para derrotar Lula. As pesquisas de intenção de voto deverão trazer um bom norte. Além do mais, para a direita voltar à presidência da República, sem dúvida alguma, será necessário herdar o espólio eleitoral de Jair Bolsonaro. Sem votos dos bolsonaristas, missão impossível. E tudo, assim, deverá depender da escolha do ex-presidente sobre quem deverá apoiar. Se continuar inelegível, Bolsonaro será pressionado a apoiar um nome para a direita. E alguém consegue imaginar Bolsonaro apoiando Eduardo Leite? Simplesmente, um nome fora de cogitação para receber a “bênção” de Jair Bolsonaro.
Afinidades e vantagens
Ao contrário de Ratinho Júnior, que sempre manteve boas relações com Bolsonaro e afinidades em muitas pautas do bolsonarismo. E sem perder seu perfil e estilo próprios de governar e articular, trazendo resultados palpáveis que têm servido de referência a outros estados. Com a vantagem de prezar, sempre, pelo diálogo e harmonia com todos os setores políticos e da sociedade civil.
