Estado de saúde do presidente Lula gera especulações sobre sucessão em 2026
Jornalista responsável dos jornais do Grupo Paraná Comunicação (A Gazeta Cidade de Pinhais, A Gazeta Região Metropolitana, Agenda Local e Jardim das Américas Notícias)

Estado de saúde do presidente Lula gera especulações sobre sucessão em 2026

O estado de saúde do presidente Lula já começa gerar especulações sobre a viabilidade do petista enfrentar a disputa pela reeleição, em 2026. Na grande imprensa, comentaristas colocam em pauta o tema considerando que a saúde do presidente deverá continuar sendo motivo de atenção e debate até 2026. Além de o presidente já contar com setenta e nove anos, enfrenta esse revez na saúde em decorrência da queda que sofreu em outubro passado, levando-o a necessitar de uma cirurgia de emergência intracraniana seguida de um procedimento mais simples, complementar, para evitar futuras hemorragias.

 

Especulações e dúvidas

Aliás, o anúncio da necessidade de um procedimento complementar, um cateterismo nas artérias meningeas, pegou a todos de surpresa. Pois, até, então, o boletim médico anterior não mencionava a necessidade de um procedimento complementar. Muito embora, o médico do presidente, Roberto Kalil, tenha dito, em uma entrevista coletiva um tanto tumultuada, que o segundo procedimento já era previsto, o fato de não ter sido anunciado e explicado antes gerou desconfianças entre a opinião pública. Se já era previsto, por que não levaram a público antes? O médico do presidente explicou que não foi anunciado antes porque era preciso esperar para ver se o quadro clínico do presidente evoluiria bem para ser capaz de se realizar um procedimento complementar. Porém, mesmo assim, a explicação não foi convincente, uma vez que tudo isso poderia ter sido explicado logo após o primeiro procedimento.

 

“Calvário” de Tancredo Neves

Por mais que se queira acalmar os ânimos, o brasileiro tem na memória o caso do “calvário” do saudoso Tancredo Neves. Assim, não seria exagero concluir que a palavra de médicos de autoridades públicas é, sim, passível de dúvidas e questionamentos.

 

Progressismo sem lideranças

No caso do presidente Lula, há a preocupação velada de que, talvez, não seja possível lançar candidatura à reeleição do petista caso a saúde dele não esteja bem, daqui para frente. Naturalmente, esse tipo de preocupação ocorre, apenas, nos bastidores. Publicamente, o PT reafirmou, nesta semana, que Lula é o plano A, B, C, D, E… do partido para 2026. Só resta dizer algo neste sentido, mesmo, afinal, não há nos quadros do PT outro nome forte para vencer as eleições presidenciais em 2026. Nem entre outros partidos progressistas. O ministro Haddad não anda com a popularidade em alta, principalmente, após o polêmico pacote fiscal apresentado. Guilherme Boulos poderia ser um nome forte se tivesse vencido a eleição a prefeito de São Paulo. Mas perdeu para o insípido e duvidoso Ricardo Nunes (MDB)…

 

Direita forte em 2026

Por outro lado, a direita, mesmo com a grande possibilidade de Jair Bolsonaro continuar inelegível, tem bem mais opções. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que prefere ficar no governo de São Paulo ao invés de arriscar a disputa pela presidência da República. Mas isso foi dito considerando a possibilidade de concorrer com Lula… Se o presidente da República não contar com condições de saúde para concorrer, é bem possível que Tarcísio mude de ideia… Há, ainda, outros ótimos nomes na direita, a exemplo do governador Ratinho Júnior (PSD) e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO). O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) é outro forte pré-candidato. Apesar de acabar de se tornar inelegível por oito anos, em decisão da Justiça Eleitoral de seu estado, um recurso em segunda instância pode reverter a inelegibilidade por abuso de poder político. Aliás, comenta-se que uma decisão favorável a Caiado em segunda instância é o cenário mais provável.

 

Crise com pacote fiscal

A saúde do presidente, também, preocupa, devido ao momento crítico pelo qual atravessa a gestão do Governo Federal. O pacote fiscal de Haddad não tem ganhado adesão no Congresso Nacional. Nem da esquerda, nem da direita, nem do Centro. Há resistências em todas as bancadas. O presidente da Câmara, Arthur Lira, já avisou que, por enquanto, não há votos suficientes para aprovação. A tendência é a votação de, apenas, alguns pontos do pacote, deixando-se boa parte para 2025. No entendimento do ministro Haddad, seria possível aprovar tudo em uma semana, nas duas casas legislativas, antes do início do recesso no próximo dia 23. Mas no Congresso Nacional, o ritmo é outro.

 

Pontos polêmicos no pacote fiscal

Há pontos polêmicos no pacote de ajuste fiscal, a exemplo das mudanças no BPC – Benefício de Prestação Continuada, no salário mínimo e no abono, que desagradam a esquerda. Já o Centro e a direita oferecem resistência perante o item que prevê menos incentivos fiscais às empresas. Nestas horas, faz muita falta um bom articulador no Congresso Nacional. Com o presidente em internação hospitalar, sem previsão de alta, este impasse torna-se maior.

 

Vice Geraldo Alckmin

Lula precisa de repouso, não deveria continuar despachando no hospital. Mais sensato seria o vice-presidente Geraldo Alckmin assumir o cargo, interinamente. Contudo, Lula e o PT demonstram não quererem “largar o osso“ no sentido de não demonstrar fragilidade a imagem do presidente da República, tendo em vista as eleições de 2026.

 

Sem base, sem governabilidade

Entretanto, antes de pensarem em 2026, é preciso demonstrar e comprovar governabilidade, até, lá. Para se ter uma ideia da crise, o Congresso Nacional ainda nem aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, tampouco, a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025, mesmo estando às portas do recesso parlamentar, conforme o próprio Lira mencionou, em coletiva de imprensa nesta semana. Oremos.

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