O apoio dos partidos do ex-presidente Bolsonaro e do presidente Lula poderá revelar-se crucial aos candidatos a prefeito de Curitiba. Para o bem, ou para o mal. Tudo vai depender de a quantas anda a popularidade de Bolsonaro e de Lula na capital, respectivamente. O que poderá fazer toda a diferença nas candidaturas representativas da direita ou da esquerda que contem com alianças dos partidos de ambos.
Aliança PSD e PL
O vice-prefeito e candidato a prefeito Eduardo Pimentel (PSD), por exemplo, acaba de selar aliança com o PL, de Jair Bolsonaro, garantindo a vice do partido do ex-presidente a partir do nome do ex-deputado federal Paulo Martins na chapa. O ex-deputado federal, bolsonarista-raiz e, também, amigo do governador Ratinho Junior, já vinha sendo cotado para ser vice de Pimentel desde o início do mês. Porém, o acordo quase não foi adiante devido a um comentário recente do prefeito Rafael Greca em que critica a gestão do governo federal durante a pandemia. Não demorou muito, a fala do prefeito de Curitiba chegou a Bolsonaro. O ex-presidente, inclusive, estava querendo desfazer a aliança para essas eleições.
Articulação de Ratinho Junior
Mas uma reunião na noite de quarta-feira (24), com a participação do grande articulador, o governador Ratinho Junior, trouxe bons resultados, pondo-se um fim ao entrevero e finalmente selando a aliança entre o PL e o PSD. A chapa entre Pimentel, do PSD, e o vice Paulo Martins, do PL, inclusive, já recebeu o aval do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e do presidente de honra do PL, Jair Messias Bolsonaro. Enfim, o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, deverá ser o candidato apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro. Pimentel deverá contar com três nomes de peso apoiando sua candidatura: além do ex-presidente Bolsonaro, também, conta com o apoio do governador Ratinho Junior e do prefeito Rafael Greca.
Apoio do PT a Ducci
No campo da esquerda, uma frente ampla também tem sido alinhavada. O grande candidato da esquerda, que terá o apoio do PT, é o ex-prefeito de Curitiba e atual deputado federal Luciano Ducci (PSB). O ex-prefeito de Curitiba, estranhamente, deverá contar com o apoio do PT, mesmo tendo votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Para a vice de Ducci, já está confirmado o nome do deputado estadual Goura, do PDT. A Executiva Nacional do PDT já aprovou participação na Frente Ampla Democrática (PSB e Cidadania) e na Fundação Brasil da Esperança (PT, PV e PC do B). O PDT realiza convenção no sábado (27) e o PSB, no domingo (28). O anúncio da chapa Ducci e Goura deverá ser feito no domingo, após a convenção, em coletiva de imprensa.
Apoio de Sérgio Moro
Também, representando a direita e a centro-direita no espectro ideológico, mas longe do bolsonarismo, está o candidatíssimo Ney Leprevost (União Brasil), do mesmo partido do senador Sérgio Moro. O deputado reafirmou, nesta semana, que não deverá abrir mão de sua candidatura, apesar do forte assédio para a desistência. O grupo de Pimentel e do governador Ratinho Junior queria que ele desistisse. Naturalmente, a preocupação é que possa tirar votos do vice-prefeito, uma vez que compete pelo mesmo tipo de eleitor que Pimentel. Contudo, o deputado Leprevost está longe de representar o bolsonarismo, uma vez que já teceu severas críticas a gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro. Leprevost deverá contar com o forte apoio do colega de partido senador Sérgio Moro. E mais do que o nome de Moro, deverá contar com a deputada federal por São Paulo, Rosângela Moro, em sua chapa, na vice. Na segunda-feira (29), o nome de Rosângela Moro deverá ser anunciado para a vice de Ney Leprevost. Sérgio Moro, aliás, a partir deste anúncio, já pensa na disputa para a sucessão do governador Ratinho Junior, nas eleições de 2026.
Bolsonarista “de carteirinha”
Uma candidata de direita – esta realmente bolsonarista “de carteirinha”, ficou bastante chateada com a aliança de Pimentel com o partido de Bolsonaro. Trata-se da jornalista Cristina Graeml, que concorre à Prefeitura de Curitiba pelo PMB – Partido da Mulher Brasileira. Graeml contava com o apoio do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, mas, apesar do entrevero causado pela declaração de Greca, não conseguiu garantir uma aliança com o PL.
Aliança com Requião
Da esquerda, ainda teremos a candidatura da pedagoga e professora universitária Andréa Caldas, do PSOL/REDE. O ex-governador Roberto Requião que, também, apresenta-se como pré-candidato a Prefeito de Curitiba, tenta uma aliança com a candidata do PSOL. Requião está no Mobiliza, partido que está sendo montado e que é oriundo do sindicalismo do transporte público. A disputa pela Prefeitura da capital ainda deverá contar com a candidatura do ex-prefeito de Pinhais e ex-deputado federal Luizão Goulart, pelo Solidariedade; e do ex-governador, ex-prefeito de Curitiba e deputado federal Beto Richa, do PSDB. Bem como com o candidato do PSTU, o funcionário dos Correios, Samuel de Mattos, que se apresenta tanto como um opositor do presidente Lula como do governador Ratinho Junior.