A pré-candidatura do vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD-PR), a prefeito da capital ganhou um apoio de peso, no dia 21, terça-feira. O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (NOVO-PR) declarou apoio, junto ao partido NOVO, ao vice-prefeito na corrida à Prefeitura de Curitiba, quinze dias após desistir de sua pré-candidatura.
Dallagnol vinha sendo apontado pelas pesquisas de intenção de voto como um dos favoritos, numa disputa embolada por empate técnico com Pimentel, o deputado federal Luciano Ducci (PSB), o ex-deputado federal Paulo Martins e o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil).
Favoritismo ao vice-Prefeito
Já após a desistência de Dallagnol, levantamento do Paraná Pesquisas divulgado em 14 de maio aponta um favoritismo ao vice-prefeito, que aparece com 22,9% das intenções de voto, no cenário mais amplo, com doze candidatos. Em segundo lugar, vem o deputado federal e ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), com 13,1%; seguido do deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), com 12,8%. O ex-governador Roberto Requião (PMN) é o quarto colocado, com 11% e o deputado federal Beto Richa (PSDB) fica em quinto lugar, com 8,1%.
Richa e Requião, os mais rejeitados
Porém, apesar de estarem à frente de candidatos como, Paulo Martins, do PL (6,5%); Goura, do PDT (5,4%); Cristina Graeml, do PMN (2,3%) e Luizão Goulart, do Solidariedade (1,4%), Richa e Requião contam com altos índices de rejeição, são os mais rejeitados: 56,3% e 41,3%, respectivamente. Números que colocam em dúvidas a coerência deste levantamento.
Margem de erro de 3,5%
Outro ponto a destacar, é a margem de erro de 3,5% para mais ou para menos. Uma margem de erro um tanto alta para que se considere tais dados muito confiáveis. Certamente, estão longe de representar um retrato aproximado da realidade. A pesquisa foi realizada apenas com 800 eleitores, entre os dias 8 e 13 de maio e apresenta índice de confiança de 95%.
O significativo percentual de 5,4% de eleitores que responderam não saber em quem votar, ou que não quiseram responder, não pode ser desconsiderado. Bem como o de votos brancos e nulos, de 10%. Ou seja, não há uma tendência de voto consolidada, ainda. Até, mesmo, quem diz votar nulo ou em branco pode mudar de disposição até o dia da eleição.
Cenário não consolidado
Muito embora o candidato do prefeito Rafael Greca, sem dúvidas, venha se revelando um dos favoritos, ainda é muito cedo para se apostar num cenário estável.
Máquinas municipal e estadual
Pimentel ainda conta com o forte apoio do governador Ratinho Junior (PSD). Um páreo duro aos concorrentes, principalmente, quando se leva em conta os altos índices de aprovação popular das gestões de Greca e de Ratinho Junior. De acordo com o Paraná Pesquisas, a gestão de Greca e seu vice Eduardo Pimentel conta com 74,9% de aprovação. Enquanto a do governador Ratinho Junior, também, vai muito bem, de acordo com o levantamento: 75,4%.
Apoio conservador
Entretanto, a experiência demonstra que é prudente não cantar vitória antes da hora. Há muito chão pela frente até outubro. O apoio de Deltan Dallagnol, sem dúvidas, conta muito mais pontos a favor de Pimentel. A união com a coligação do vice-prefeito foi firmada mediante a assinatura de Pimentel de uma carta com dezessete compromissos propostos por Dallagnol, que é embaixador nacional do partido NOVO. O combate à corrupção, a indicação e nomeação de nomes por critérios técnicos, a defesa da vida, da família, da liberdade de expressão e religiosa e o cuidado com as pessoas mais vulneráveis, em especial, os autistas, estão entre estes compromissos assumidos por Eduardo Pimentel.
Frente ampla
A coligação do candidato de Greca e de Ratinho Junior passa a ganhar a adesão do NOVO e o apoio de um nome genuinamente conservador, como é o de Deltan Dallagnol, além de fortemente relacionado a Lava-Jato e o combate à corrupção. Pimentel, além de seu partido, o PSD, já monta uma frente ampla que tem, ainda, o Podemos, o Republicanos, o PRD, o MDB, e está em negociação com o PL de Jair Bolsonaro e Paulo Martins e o PP, de Ricardo Barros.
Eventual apoio de Sérgio Moro
O ex-secretário estadual do primeiro mandato do governo Ratinho Junior, deputado estadual Ney Leprevost, por sua vez, espera o apoio do senador Sérgio Moro, colega de partido. Leprevost, que é amigo pessoal do governador
Ratinho Junior, tem dito que, desta vez, não irá abrir mão de sua candidatura a pedido do governador. E que acredita que chegará ao segundo turno em disputa com Luciano Ducci, o candidato que deverá aglutinar a esquerda, de acordo com a avaliação do deputado. Será quando, na expectativa de Leprevost, deverá receber o apoio do governador. Enfim, tudo são especulações ainda muito distantes de um cenário estável e consolidado. Afinal, em política, o cenário pode mudar completamente de um dia para outro. E a decisão fundamental sempre cabe ao eleitorado.