Reeleito com uma expressiva votação, 69,75% dos votos válidos, o governador Ratinho Jr., no último domingo (02), ampliou sua força no estado em relação a 2018, quando foi eleito com 59,99% dos votos válidos. Foram 10% a mais em votos. A reeleição do governador do PSD foi apoiada por 4.243.242 eleitores, tendo vencido em 95% dos municípios paranaenses. Aliado do presidente da República, o governador disse, nesta quarta-feira (05), que espera apoio à reeleição de Bolsonaro de cerca de 70% dos prefeitos do Paraná. Sem dúvidas, Ratinho Jr. é um fenômeno eleitoral na história recente do estado que encontra justificativas não somente em sua grande capacidade de articulação política – tendo reunido uma grande coligação formada por PSD, Republicanos, Solidariedade, MDB, PL, União, PMB, PP, AGIR, PROS e PTB – como pelos excelentes resultados trazidos pela gestão. Ratinho Jr. fez do estado exemplo global de sustentabilidade reconhecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), além de o estado apresentar as menores taxas de desemprego e os melhores indicadores em segurança pública nos últimos dez anos.
Política de atração de investimentos
A política de atração de investimentos também é digna de nota: foram mais de R$120 bilhões em investimentos privados. As obras de infraestrutura revelam-se históricas, a exemplo da segunda ponte Brasil-Paraguai; da Estrada do Boiadeiro; da duplicação da Rodovia dos Minérios; da recuperação da Orla de Matinhos e dos estudos e licitação para a ponte de Guaratuba, além da nova concessão rodoviária. Enfim, uma reeleição das mais merecidas.
“Bancada anticorrupção”
Estas eleições também trouxeram boas notícias com a vitória de três importantes candidaturas que prometem formar a “bancada anticorrupção” em Brasília. Trata-se da vitória do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (União) para o Senado, com 33% dos votos válidos, numa virada surpreendente na reta final de campanha que terminou por retirar o favoritismo do veterano Álvaro Dias (PODE), após 24 anos no Senado. E, também, da vitória da esposa de Sérgio Moro, a advogada Rosângela Wolff Moro para deputada federal por São Paulo, pelo mesmo partido do marido, o União Brasil. Além da incrível votação obtida pelo ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (PODE), que foi o deputado federal mais votado no Paraná, conquistando quase 345 mil votos. Por falar em bancada do Paraná na Câmara Federal, não houve grande renovação nestas eleições, sendo somente onze os novos parlamentares a assumir uma cadeira entre os trinta deputados federais que representam o estado em Brasília. A maior bancada é a do partido do governador Ratinho Jr., o PSD, que fez sete deputados.
Vitória de candidaturas conservadoras
Outro fenômeno eleitoral interessante é o crescimento e consolidação de candidaturas conservadoras, onde destacaram-se eleições de bolsonaristas para o Senado e Câmara Federal. Entre elas, a da ex-ministra Damares Alves para o Senado, pelo Distrito Federal; bem como da ex-ministra Tereza Cristina, também para o Senado, por Mato Grosso do Sul. Além da eleição do vice-presidente Hamilton Mourão para senador pelo Rio Grande do Sul e do ex-ministro e astronauta Marcos Pontes para o Senado, também, por São Paulo. A partir de 2023, teremos um Senado bem mais conservador que de costume.
Aliados de Bolsonaro eleitos
Aliás, na Câmara Federal uma nova configuração mais a direita, de centro-direita, também dará o tom a partir do ano que vem. Um outro nome de destaque é o do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, sendo o segundo mais votado no estado, fazendo mais de 200 mil votos. O senador Romário, por exemplo, foi reeleito pelo PL, partido do presidente Bolsonaro, assim como outros aliados do presidente comporão a bancada do Rio em Brasília. Dos 47 deputados federais do estado fluminense, onze são do PL.
Congresso de centro-direita
Em resumo, muito embora, a disputa extremamente polarizada entre Lula e Bolsonaro não tenha garantido o favoritismo do presidente da República neste primeiro turno, é importante atentar para as eleições de representantes conservadores aliados no Poder Legislativo. Desde o início da campanha, não havia dúvidas de que o páreo não seria fácil para o presidente vencer a esquerda, representada por uma figura ainda muito popular como Lula. Então, as eleições de representantes da direita conservadora e de antipetistas notórios como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol garante um equilíbrio de forças bastante salutar a um Congresso Nacional que historicamente sempre foi dominado por correntes político-ideológicas mais a esquerda, atuantes em parceria com o fisiológico “Centrão“ de sempre. Quer dizer, talvez, a maré não esteja tanto para a esquerda assim, independentemente de quem vença a eleição para presidente da República.