sexta-feira, 26 de abril de 2024
Temer diz que arestas do governo com o PMDB tendem a ser aparadas

Temer diz que arestas do governo com o PMDB tendem a ser aparadas

por Filipe Matoso – G1

Vice-presidente assumiu no dia 7 a articulação política do governo. Em reunião com ele, base se dispôs a evitar pautas com impacto fiscal.

O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou na quarta-feira (8) que a “tendência natural” é que as arestas entre Palácio do Planalto e PMDB sejam aparadas após ele ser escolhido pela presidente Dilma Rousseff para fazer a articulação política do governo. Temer também é presidente nacional do PMDB.

A ida de Temer para o cargo foi anunciada na terça-feira (7), após saída do agora ex-ministro Pepe Vargas da Secretaria de Relações Institucionais. A articulação do governo com o Congresso encontra dificuldades, com seguidas derrotas impostas ao Planalto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e do Senado, Renan Calheiros (AL), ambos colegas de partido de Temer.

O vice-presidente participou no início da tarde de quarta de uma reunião com líderes de partidos da base aliada na Câmara dos Deputados para discutir as medidas de ajuste fiscal que o governo tem adotado para reduzir gastos e reequilibrar as contas públicas. Após o encontro, ele foi indagado por jornalistas se a ida dele para a articulação política apararia as arestas com o PMDB.

“Exatamente porque assumi [a articulação], a tendência natural é esta [que as arestas com o PMDB sejam aparadas]. O diálogo continua sólido e eu tenho dito que o Executivo só governa se tiver apoio do Congresso, apoio não só político, mas também apoio legislativo”, disse Temer.

Ele disse ainda que divergências entre o PMDB e o PT não estão na pauta de seu trabalho. Para o peemedebista, o que está em pauta é a “reunificação” da base aliada.

“Eu tenho impressão de que qualquer divergência entre PT e PMDB não está na pauta. Está na pauta a base aliada. A base aliada toda tem que estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando nos projetos do governo”, declarou.

Pouco antes da fala de Temer, o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, também do PMDB, comentou a ida do colega de partido para a articulação política.

“Eu acho que o vice-presidente Michel Temer tem todas as condições para contribuir com o Brasil neste momento, tem experiência política, tem uma relação histórica com o Congresso nacional e uma relação partidária importante dentro do PMDB, que poderá ajudar na construção de uma aliança política mais robusta que assegurará e viabilizará a implementação do plano econômico que o Brasil necessita. Portanto, eu acho que a presidente deu um passo importante na convalidação de uma aliança entre PMDB e PT”, afirmou o ministro.

Apoio a Temer

Após deixar a reunião com Michel Temer e partidos da base, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que Dilma demonstrou “altivez” ao atribuir a articulação política ao presidente do PMDB e disse que os líderes apoiarão o peemedebista.

Na avaliação do líder do governo, o ex-ministro Pepe Vargas demonstrou ao longo dos três meses à frente da Secretaria de Relações Institucionais “absoluta transparência e absoluta lealdade” ao governo, além de ter sido “muito eficiente”.

“O Temer sempre foi um grande colaborador e, pela história dele no Congresso, será um grande articulador. [A escolha] ajuda muito neste momento e posso assegurar que a decisão [de Dilma] só despertou simpatia e, principalmente, apoio. Todos [os líderes] falaram em apoiar esta nova missão do vice Michel Temer”, declarou.

Para Guimarães, Temer dará “outra musculatura” à articulação política e sua indicação deixou a oposição “tonta”.
“A minha opinião é que [a decisão de Dilma] estabiliza a relação com o PMDB e isso é importante. Na hora que não tem estabilidade na relação PT e PMDB, o resto desagrega”, concluiu.

Compromisso

Segundo Temer, os líderes da base se comprometeram na reunião de quarta a evitar projetos que aumentem despesas e reduzam receitas do governo, com o objetivo de assegurar as medidas de ajuste fiscal. O vice-presidente disse achar que será possível evitar esses projetos.

Sobre o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, principal conselheiro político da presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente disse que o petista participará da articulação política do governo. “O governo é uma unidade, e cada um tem suas tarefas”, afirmou.

“Eu não interferirei nas questões administrativas, farei a articulação de natureza política do governo. O governo é uma unidade e todos colaboram entre si, sem exceção”, acrescentou.

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