sexta-feira, 26 de abril de 2024
Governo quer que impeachment seja ‘rapidamente julgado’, diz Cardozo

Governo quer que impeachment seja ‘rapidamente julgado’, diz Cardozo

do G1, em Brasília

Ministro da Justiça disse esperar que a Constituição seja respeitada. Nesta terça, dia 8, ministro do STF decidiu suspender rito do impeachment.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou na quarta-feira, dia 9, que o interesse do governo federal é que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff seja “rapidamente julgado”. O ministro, no entanto, disse que espera que a lei e a Constituição sejam respeitadas durante o processo.

A declaração foi dada na quarta-feira durante a apresentação das ações e resultados do Ministério Público Federal (MPF) ao longo do ano de 2015. O evento foi realizado em Brasília no Dia Internacional de Combate à Corrupção.

Na terça-feira (8), o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, decidiu suspender a formação e a instalação da comissão especial que irá analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

Fachin determinou que os trabalhos sejam interrompidos até que o plenário do Supremo analise o caso, votação que está marcada para a próxima quarta-feira (16).

“O governo tem todo interesse que esse processo seja rapidamente julgado, mas também todo interesse que a lei seja respeitada, que a constituição seja respeitada. Jamais se pode abrir mão de princípios constitucionais ou de regras legais do Estado de Direito. O julgamento célere é bom para o país, mas o julgamento dentro da lei, da Constituição, é de indispensável relevância, não só para os dias que hoje vivemos, mas para o futuro do país”, afirmou Cardozo.

Antes da decisão de Fachin, o plenário da Câmara havia elegido, por 272 votos a 199, a chapa alternativa de deputados oposicionistas e dissidentes da base aliada para a comissão que analisará o afastamento da presidente. A eleição, de acordo com governistas, foi ilegítima, uma vez que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), permitiu a inscrição de uma chapa que não foi indicada pelos líderes partidários.

Questionado sobre a formação da comissão especial que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Cardozo disse apenas que “não costuma comentar situações de outro poder”.

Ações do MPF

De acordo com o MPF, o órgão ajuizou, até o mês de outubro de 2015, 1.229 ações de improbidade administrativa e 901 ações penais. Somente no âmbito da operação Lava Jato, o MPF recuperou R$ 1,8 bilhão de recursos desviados e bloqueou R$ 2,4 bilhões em bens de réus investigados.

Além disso, ainda na Lava Jato, o órgão fechou 35 acordos de delação premiada e firmou 85 acordos de cooperação internacional.

O coordenador da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, Nicolau Dino Neto, comemorou os resultados obtidos pelo órgão.

“Só se reverte um quadro de corrupção se as ações de prevenção e de responsabilização forem adotadas permanentemente. E é nesse sentido que o MPF tem desenvolvido um crescente trabalho de profissionalização e especialização das ações anti-corrupção. Os resultados estão a olhos vistos”, declarou Neto.

Dez medidas

Durante o evento, o Ministério Público Federal também anunciou que chegou ao número de 900 mil assinaturas para o projeto que cria medidas mais duras para combater a prática da corrupção.

Chamado de “10 Medidas Contra a Corrupção”, o projeto prevê, entre outras propostas, a transformação da corrupção em crime hediondo, além de aumentar a pena prevista em lei. Só após a coleta de assinaturas, o MPF vai encaminhar o projeto para o Congresso Nacional. Para um projeto de lei de iniciativa popular tramitar no Congresso são necessárias 1,5 milhão de assinaturas.

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