Sons de mastigação, respiração, digitação e sacolas são gatilhos fortes para quem tem misofonia. Rita de Cássia Cassou Guimarães, otoneurologista, explica que esse distúrbio está relacionado a um problema emocional. Os estímulos auditivos são confundidos dentro do sistema nervoso central, o que torna o som insuportável.
A misofonia se caracteriza pela aversão a determinados sons, devido a reações anormais nos sistemas nervoso e límbico, mesmo que não tenha deformação no sistema auditivo. Desse modo, em razão de problemas psicológicos, a pessoa é tencionada a desenvolver aversão a sons específicos e às suas repetições.
Barulhos repetitivos e baixos, na maioria das vezes, provocam nos portadores de misofonia desespero, falta de ar, irritabilidade e falta de concentração. “É como se determinado barulho se tornasse mais intenso a cada segundo”, explica a mestre em clínica cirúrgica. Assim, toda a atenção do paciente se volta ao som, que impede o foco em outro assunto.
Pouco divulgada, a síndrome atinge cerca de 6 mil pessoas ao ano. Por isso, o diagnóstico é feito, na grande maioria das vezes, somente por um profissional capacitado. “É comum pessoas que sofrem desse mal tampouco saberem da origem desse problema”, explica a médica. Desse modo, a procura de um otoneurologista nesses casos é indispensável.
Vale ressaltar que a hipersensibilidade auditiva é um mal que prejudica muito a qualidade de vida de uma pessoa. “Impedida de realizar atividades simples como ler, trabalhar, estudar e conversar, os pacientes são colocados em uma situação de alto desespero na ocorrência de determinados sons”, sensibiliza a doutora.
A hipersensibilidade auditiva não possui tratamento, mas existem formas alternativas de amenizar o sofrimento do paciente. Uso de abafadores de ruído, terapia cognitiva, consulta com especialistas em audição e regulagem do sono são opções eficazes para reduzir o tormento. Para todos esses, a consulta com um profissional é de extrema importância.