Desde o dia 25 de março, cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba iniciaram a implantação de novo fluxo de trabalho com o objetivo de reduzir as filas de espera e melhorar os atendimentos prestados aos pacientes. A mudança vem da aplicação do Projeto Lean do Ministério da Saúde (MS).
De acordo com o ministério, a iniciativa, conduzida pelo Hospital Sírio-Libanês, busca agilizar e aprimorar os atendimentos de urgência e emergência em todo o país. O método institui somente o uso dos recursos necessários para a realização do trabalho, evitando desperdícios e fazendo melhorias contínuas.
Para a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, o projeto vem somar e aumentar a qualidade dos serviços já ofertados pela secretaria e são bem recebidos pela cidade.
“Nosso SUS já vem prestando ótima assistência para a população, mas sabemos que a demanda por atendimento de saúde cresce a cada dia e precisamos nos adaptar a ela. Essa mudança vai ser essencial nesse momento de retomada após a última onda da covid, para que possamos sempre fazer o melhor pelos usuários do SUS”, disse.
No primeiro momento a nova ferramenta de gestão será levada às UPAs Boa Vista, Campo Comprido, Cajuru, Pinheirinho e Sítio Cercado. No dia 24, coordenadores de todas as UPAs e profissionais da urgência e emergência receberam uma capacitação ministrada pela equipe do ministério, responsável pela implantação do projeto.
Na abertura do treinamento, a secretária agradeceu as equipes pela atuação no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
“Sou muito grata a todos vocês pelo trabalho incansável nos momentos mais difíceis da vida profissional e pessoal que enfrentamos nos últimos dois anos. Se estamos onde estamos hoje, com melhoria significativa do cenário, é graças ao empenho de vocês que não desistiram e lutaram por cada vida salva”, agradeceu Márcia.
O que muda
A metodologia propõe mudanças nos fluxos de trabalho para reduzir desperdícios, ampliar a produtividade dos profissionais e otimizar o tempo e a qualidade do atendimento. Para isso, serão feitos ajuste internos nos fluxos de trabalhos das equipes, desde mudanças logísticas até alteração das funções desempenhadas por cada profissional no dia-a-dia do trabalho.
Para o usuário do serviço não há alterações, o que se pretende ao longo dessas mudanças é a redução do tempo de espera e de permanência nos serviços de saúde e satisfação com o atendimento.
Para o serviço espera-se atingir redução de desperdícios de insumos e mão-de-obra e otimização do tempo de cada categoria profissional e aumento da capacidade e qualidade de atendimento.
“Nós estamos trabalhando e nos capacitando para que o serviço possa evoluir e melhorar, mas ressalto que é essencial o uso adequado dos serviços das UPAs. Ainda temos uma grande volume de atendimentos nos eixos azul e verde, casos de baixa gravidade, que deveriam buscar as unidades básicas e não as de emergências”, alertou a superintende de gestão da SMS, Flávia Quadros.
Resultados positivos
No Brasil, a ferramenta de gestão já está sendo aplicada em vários serviços de saúde, com resultados positivos após as mudanças. Desde o início do projeto, houve redução média de 38% na superlotação dos serviços de saúde, de 41% no tempo de permanência no hospital para pacientes internados e de 27% na necessidade de internamento para pacientes atendidos na urgência e emergência.