Tristeza, melancolia, ansiedade: o outro lado das festas de fim de ano

Tristeza, melancolia, ansiedade: o outro lado das festas de fim de ano

Se a chegada do ano novo mexe com o seu emocional, tornando-o uma pessoa mais sensível, saiba que você não está sozinho.

Todo ano, em todos os países, a história se repete. A virada do calendário é comemorada por milhões de pessoas com muita alegria, música, fogos, etc. Mas, será que todas as pessoas estão realmente alegres e têm motivos pra serem otimistas com o ano que vai chegar? Pense nisso. Os psicólogos sabem que o ser humano nem sempre está sentindo o que aparenta sentir, muitas vezes as emoções estão reprimidas e disfarçadas.

Se a chegada do ano novo mexe com o seu emocional, tornando-o uma pessoa mais sensível, saiba que você não está sozinho. Mais ainda quando estamos vivendo um quadro de pandemia. Recentemente, uma reportagem de TV apresentou uma pesquisa que mostra que de cada cinco brasileiros um procurou ajuda em 2021 para resolver problemas de saúde mental. É uma quantia enorme de brasileiros com problemas psicológicos de vários níveis, de leves a moderados, até graves e gravíssimos. Os maiores casos, felizmente, não estão relacionados com depressão pesada, geralmente é apenas um pouco de tristeza, saudades, nostalgia, algum tipo de angústia.

Por que isso acontece? Simples: na nossa cultura a virada do ano é uma época de balanço, de avaliarmos o que fizemos de certo e errado e como a sociedade em que vivemos valoriza (super valoriza, eu diria) o sucesso, não é difícil uma pessoa ficar deprimida. Ano novo significa em nossa cultura um período de mudança e muitas vezes não estamos prontos para essas mudanças, nem mesmo para pequenas mudanças. Mas a publicidade, a decoração das ruas, o clima nas lojas, tudo nos “obriga” a sermos otimistas. Acontece que a vida real não é um filme de Hollywood e nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos. É um problema no casamento, é uma preocupação com os filhos, é uma insatisfação na vida profissional… São muitas coisas buzinando em nossas frágeis cabeças. Mas você liga a televisão e o planeta todo parece estar numa incontrolável euforia. A comparação é inevitável: todos são felizes, menos eu!

Tive uma grande experiência humana quando fui fazer um trabalho voluntário no CVV (Centro de Valorização da Vida).

Por vários anos, através do telefone, atendi centenas e centenas de pessoas com algum tipo de sofrimento psíquico. Na maioria dos casos, a pessoa queria apenas conversar, apenas encontrar quem as ouvisse para falar de problemas que com familiares e amigos são impossíveis de serem abordados. Fiquei impressionado de constatar que nos meses de dezembro o número de telefonemas aumentava consideravelmente, principalmente em plantões da madrugada. Por isso posso afirmar que se o ano novo lhe causa algum tipo de nostalgia, “saudades de outros tempos”, realmente você não está sozinho.

Todos, sem exceção, precisamos de algum tipo de apoio para problemas emocionais, a dificuldade é conseguir esse tipo de ajuda de maneira eficiente. Psicólogos custam um dinheiro que nem sempre dispomos, remédios antidepressivos exigem acompanhamento a longo prazo e jamais devem ser tomados sem orientação médica. O que fazer? Pensando nisso, eu e vários colegas interessados em temas relacionados à saúde mental resolvemos dar nossa contribuição. Nosso grupo tem jornalistas, estudantes de psicologia, professores de faculdade de medicina, professores de filosofia… enfim, gente que gosta de gente. Se você está precisando conversar não apenas uma vez, não apenas na virada do ano, entre em contato. Nosso trabalho é feito por telefone, o que significa que é um tipo de atendimento prático, confortável e economicamente acessível. Você liga da sua própria casa, no horário pré-agendado (inclusive noites e finais de semana) e vai encontrar sempre um “ombro amigo”, que é o que todos nós precisamos. Venha conhecer nosso método e, quem sabe, você também possa fazer parte do time, criando um plantão de atendimento telefônico no seu bairro, na sua própria cidade. Esse convite vale independentemente da sua formação, você pode ser um doutorou doutora, ou uma simples dona de casa. O único requisito é você gostar de conversar e, principalmente, saber ouvir.

Quanto aos possíveis problemas emocionais que você possa estar enfrentando, minha mensagem é: pode acreditar que isso vai passar. Se não for em janeiro, será em fevereiro, mas vai passar. Nesse período de festas é fundamental manter a esperança e a fé em dias melhores. Uma dica: pesquise no YouTube a música dos Titãs Enquanto Houver Sol. Ouça o grupo enchendo o peito e cantando “quando não houver saída, quando não houver mais solução, sempre haverá saída”.

Edson Motta, jornalista e terapeuta holístico do Grupo Vencer
(11) 96226-2829

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