Prefeito eleito de São José dos Pinhais para a gestão 2017/2020, com 61.484 votos (53,31%), uma das maiores votações na história da cidade, Toninho da Farmácia (PSC), junto com seu Vice, Thiago Bührer (PSDB), compromete-se a fazer uma gestão participativa, tendo como principal objetivo a melhoria dos serviços públicos do município.
Em entrevista exclusiva concedida ao diretor do jornal A Gazeta Metropolitana, João Aloysio Ramos, o atual Vice-Prefeito de São José dos Pinhais, Toninho da Farmácia, que assumirá a Prefeitura no dia 1º de janeiro de 2017, afirmou que dentro das prioridades de sua Administração estão a melhoria e ampliação dos serviços públicos.
Com grande experiência na vida pública do município (duas vezes vereador e vice-prefeito em duas gestões), Toninho da Farmácia ressaltou ainda conhecer amplamente a cidade e seus desafios, tendo acompanhado o desenvolvimento de São José dos Pinhais ao longo desses 35 anos que reside na cidade. Confira entrevista nas páginas 8 e 9
A Gazeta Metropolitana: O senhor chegou a São José dos Pinhais há 35 anos. Como foi o inicio de sua vida na cidade?
Toninho da Farmácia: Cheguei no início de 1982, vindo de Umuarama. Trabalhava numa farmácia em Curitiba, próxima ao Hospital de Clínicas, tendo ficado lá por dois anos. Vim morar no Jardim Ypê, um bairro sem infraestrutura, sem rede de saneamento, de energia elétrica, sem linhas de telefone. Em 90 dias que aqui estava, meu pai morreu atropelado na BR -277. Depois, fui trabalhar na rede de farmácias Morifarma e, mais tarde, na rede Drogamed, onde cheguei a ser gerente. No final de 89, um amigo também vindo do interior, entrou de sócio comigo para a compra de uma farmácia no Centro de São José dos Pinhais. Mais tarde, levamos a farmácia para o Jardim Ypê. De início era ‘Farmácia Ypê, depois, demos o nome de ‘Medfarma’, hoje com seis unidades, cinco delas no município e uma em Curitiba, no bairro Cajuru. Entre um fato e outro, casei-me e tive três filhos, dois rapazes e uma moça. Os dois rapazes atuam nas nossas farmácias, a filha cursa Medicina Veterinária.
A Gazeta Metropolitana: Como aconteceu sua entrada na política?
Toninho: Quando cheguei na região, o bairro era muito precário. E foi Justamente em razão da pouca infraestrutura do Jardim Ypê que me interessei e ingressei na vida política. Comecei a engajar-me nas lutas por melhorias no bairro e, em 1996, recebi convite para candidatar-me a vereador, sendo eleito como o segundo mais votado do município, por partido de oposição ao Prefeito da época. Em 2000, fui reeleito vereador. Em 2004, fui eleito vice-prefeito de Leopoldo Meyer. Em 2012, fui eleito vice na chapa do Prefeito Luiz Carlos Setim. Em 2014, candidatei-me a deputado estadual, obtendo a suplência. Aliás, se não tivesse sido eleito prefeito agora, em 2016, poderia ter optado por assumir a cadeira como suplente de deputado.
A Gazeta Metropolitana: Em relação ao desenvolvimento de São José, como o senhor avalia os avanços desde que chegou a São José?
Toninho: A cidade era totalmente diferente do que é hoje. No início da minha carreira política, em 96, para se ter uma ideia, o município tinha 70 mil habitantes. Hoje, são mais de 300 mil. Cresceu e desenvolveu-se muito, mas, com isso, as demandas também aumentaram. Acredito que, por ser um município dos mais importantes da Região Metropolitana de Curitiba, São José dos Pinhais tem crescido muito. Isso, pela proximidade com a capital, extensão geográfica, além da arrecadação significativa e por contar com um logística importantíssima, estratégica para a Região, a exemplo da presença do Aeroporto Internacional Afonso Pena, das vias de acesso ao Porto de Paranaguá, um dos maiores e mais importantes do País, e das rodovias de acesso a outros municípios e estados. Também contribuiu para o desenvolvimento, a instalação das montadoras.
A Gazeta Metropolitana: O senhor foi vereador por dois mandatos, vice-prefeito em duas gestões, além de ter sido Secretário Municipal de Governo. Como essa experiência será utilizada na sua Administração?
Toninho: Penso que a vida é um aprendizado constante. A vivência no dia- a- dia no enfrentamento dos desafios é o que nos garante conhecimento para lidar com as demandas. Em vinte anos de vida pública, fui duas vezes vereador, duas vezes vice-prefeito e secretário de Governo. Creio que isso me credenciou para candidatar-me a prefeito, e me dará bastante subsídios e bagagem para ser um bom Administrador Público. Esse é o meu objetivo, exercer o mandato da melhor forma possível. Sempre buscando o desenvolvimento de São José e uma melhor qualidade de vida para a população
A Gazeta Metropolitana: Entre os muitos desafios da sua futura gestão, quais o senhor apontaria como mais preocupantes?
Toninho: Vejo que a cidade cresce em desafios na proporção em que cresce em população, em importância. São José dos Pinhais é uma das mais importantes cidades não só da Grande Curitiba, mas do Estado do Paraná. Temos grandes desafios nas áreas de saúde, na integração do transporte público, que é um desejo e necessidade da grande massa de trabalhadores que necessita desse serviço; além da segurança pública. Aliás, estamos buscando uma parceria com o Governo do Estado para trazer mais segurança pública ao município. Temos nossa responsabilidade, também, de fazer a nossa parte nessa área, através da Secretaria Municipal de Segurança Pública.
A Gazeta Metropolitana: Uma ampliação do efetivo da Guarda Municipal estaria prevista para melhorar a segurança?
Toninho: Temos previsão de queda na arrecadação em 2017, além de nossa folha de pagamento já estar no limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A meta é buscar o equilíbrio das contas públicas. Assim, investimentos terão de ser tratados com cautela, em relação à contratação de mais guardas municipais. Porém, a ideia é capacitar cada vez mais o efetivo existente. Essa é a contribuição que o município pode e precisa dar à segurança pública.
A Gazeta Metropolitana: Sabemos que um governante necessita manter boas relações com outras esferas de poder, a exemplo da Prefeitura de Curitiba e do Governo do Estado, a fim de viabilizar parcerias fundamentais. Como é seu relacionamento com o futuro Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e com o Governador Beto Richa?
Toninho: Sempre tive como lema manter boas relações com todos, prezando pelo diálogo com todas as lideranças políticas, partidos, segmentos da sociedade. Nessa semana, por exemplo, estive no Palácio Iguaçu em encontro com o Deputado Federal Francisco Buhrer, o Governador Beto Richa e o Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni. O assunto em pauta foi a melhoria na segurança pública do município e a integração do transporte público, anunciada pelo Governador, recentemente. Meu relacionamento com o Governador Beto Richa é muito bom. Com o Rafael Greca, também, felizmente. Creio que todos teremos um bom diálogo e parcerias firmadas a partir de 2017. Sempre tive em mente que é impossível a um governante conseguir viabilizar sua gestão sem um bom relacionamento com outras lideranças e governantes.
A Gazeta Metropolitana: Qual a posição de São José no ranking do estado, em arrecadação?
Toninho: O município oscila entre o segundo e o terceiro lugar, alternando com Araucária. A Revista Exame, recentemente, apontou São José como a 51ª cidade do Brasil melhor para investir. Veja a dimensão, a importância, a força de nosso município.
A Gazeta Metropolitana: Qual será o Orçamento para 2017?
Toninho: Em 2016, o Orçamento do município foi de aproximadamente R$ 1 bilhão. Infelizmente, para 2017, está prevista uma queda na arrecadação, em razão da crise econômica do País. O estimado é R$ 867 milhões. Essa crise obrigou a Administração fazer diversos ajustes no Orçamento.
A Gazeta Metropolitana: Qual estratégia a ser adotada para suprir essa defasagem no Orçamento para 2017? Haverá aumento de impostos?
Toninho: O aumento de impostos não é o objetivo. O povo já está saturado com tantos aumentos de impostos de todas as esferas de poder. Vamos administrar esses recursos disponíveis, visando economia, eficiência e atração de novos recursos. Entre as iniciativas para compensar a queda na arrecadação, vamos reduzir alguns cargos comissionados e ir atrás de empresas que queiram instalar-se aqui. Conversamos, recentemente, com o pessoal da Associação Comercial do Paraná a fim de estabelecermos parceria para atração de pequenas empresas ao município, também. Enfim, já estamos buscando alternativas.
A Gazeta Metropolitana: O senhor falou em redução de comissionados. Há previsão de redução de quantos cargos? Haverá redução de secretarias?
Toninho: Temos comissionados que executam funções importantes, das quais não podemos abrir mão. Paralelamente, vamos valorizar o servidor de carreira, os servidores concursados.
A Gazeta Metropolitana: Como será a composição do Poder Legislativo Municipal, a Câmara de Vereadores, a partir de 2017? O senhor contará com uma boa base aliada?
Toninho: Sempre tive um bom relacionamento com o Poder Legislativo. É impossível a um chefe do Poder Executivo não contar com um bom relacionamento com os vereadores e obter governabilidade. Nossa coligação elegeu dezoito vereadores, de um total de 21. Então, teremos uma maioria na base aliada. E mesmo com os que não farão parte da base, não vejo dificuldades. Os vereadores têm de pensar na cidade, trabalhar pelo povo, pelos interesses do município e deixar questões político-eleitorais de lado durante o exercício do mandato. Vamos trabalhar em conjunto em benefício de São José dos Pinhais e sua gente.
A Gazeta Metropolitana: O senhor mantém boas relações com o Ratinho Jr., que é Secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano. O senhor acredita que isso pode ajudá-lo na obtenção de verbas e parcerias com o Governo do Estado ?
Toninho: Sim, me relaciono muito bem com o Ratinho Junior. Espero poder contar com o apoio dele, assim como de todos os secretários do Governo Beto Richa.
A Gazeta Metropolitana: Como o senhor analisa a gestão a partir de 2017, tendo em vista ainda um cenário econômico desafiador em todo o Brasil?
Toninho: O País passa por uma crise que trouxe queda na arrecadação dos municípios, estados e do próprio Governo Federal. Além do desemprego, que aumentou. Se o Brasil não vai bem, consequentemente, os estados e municípios também não vão bem. Mas felizmente temos uma arrecadação ainda boa em São José. O desafio é administrar bem esses recursos. Acredito, minha esperança, como a de quase todos os brasileiros, é de que as coisas melhorem gradualmente, a partir de 2017. Com a retomada do crescimento econômico, haverá mais investimentos, mais arrecadação, geração de empregos e renda para a população. A esperança é algo que o brasileiro costuma cultivar. E gosto de pensar de forma otimista. Aos poucos, vamos saindo dessa situação de crise. E, afinal, tudo o que o povo quer é poder trabalhar, ganhar seu bom salário, comprar casa própria, poder dar o melhor para a família. É isso que o povo precisa para ser feliz, e acredito que o País irá superar essa crise.
A Gazeta Metropolitana: O Guatupê, uma das regiões mais populosa e extensa do município, tem várias demandas. Quais o senhor destacaria como prioridade?
Toninho: É claro que vamos tratar todas as regiões e bairros da cidade com muito carinho e atenção, igualmente. E o Guatupê está incluso. Cada lugar tem suas demandas específicas. Lá, temos uma demanda por obras na grande rotatória, um entroncamento de entrada e saída de diversas localidades, como Borda do Campo, Paranaguá, Curitiba, Piraquara, Pinhais. Ali, aguarda-se por uma obra há tempos. Aquele entroncamento tem causado dificuldades no trânsito. A partir de janeiro de 2017, vamos buscar uma parceria com as concessionárias de pedágios e o Governo do Estado para esse obra. Há ainda a obra da duplicação da Avenida Rui Barbosa, da BR-277 à Rua Tomaz de Miranda. Essa avenida é a principal via do Guatupê. É preciso obras completas ali, como áreas para pedestres, para ciclistas, melhorias no trânsito, calçadas, além de melhorias na infraestrutura, na pavimentação. Há muitas empresas naquela região, é preciso mais investimentos.
A Gazeta Metropolitana: Quantos vereadores a região do Guatupê elegeu no dia 2 de outubro?
Toninho: Três vereadores. O Professor Abelino, o Juliano Martins e a Fátima de Paula. Isso demonstra a importância dessa região no município.
A Gazeta Metropolitana: Nas áreas de saúde e educação, quais as demandas do Guatupê?
Toninho: A região conta com três Unidades de Saúde, uma Central, a maior, no Jardim Itatiaia; a U. S. Jardim Ypê e a U. S Jardim Cristal. Temos várias escolas, também, sendo dois colégios estaduais, além de escolas municipais. Dentro das possibilidades do município, em educação e saúde, a região tem sido bem contemplada.
A Gazeta Metropolitana: Em relação à segurança pública, quais os desafios para o Guatupê, uma vez que a região costuma sofrer com a criminalidade?
Toninho: Os problemas já foram maiores no Guatupê. Mas, depois que o Governo do Estado instalou as UPs, e fomos contemplados com uma UP(Unidade Pacificadora) na região, além da atuação da Guarda Municipal, a situação melhorou. Evidentemente, sempre haverá necessidade de avançarmos mais nessa área, mas acredito que estamos caminhando bem.
A Gazeta Metropolitana: O quê a população pode esperar do Toninho da Farmácia como prefeito?
Toninho: Digo que o povo pode esperar muito trabalho, acima de tudo. Vou honrar a confiança depositada em mim, pelo eleitor, trabalhando da melhor forma possível para o povo e o município. Honestidade, seriedade e transparência também farão parte da minha gestão. A expectativa é que a população acredite que faremos uma política diferente, onde o dinheiro público será revertido em bons serviços. Queremos uma cidade em que o povo possa se orgulhar da Administração que tem.