Retomado em 2018, o programa Tecnoparque da prefeitura garantiu investimentos de R$ 105,6 milhões para empresas de Curitiba nos últimos dois anos. O valor é referente à desoneração oferecida pelo município às empresas no período, com a redução de 5% para 2% no Imposto Sobre Serviços (ISS).
As empresas enquadradas no Tecnoparque precisam aplicar os recursos no desenvolvimento de novos produtos e serviços, na implantação de processos inovadores e na contratação de mais funcionários.
Atualmente, 108 empresas são beneficiadas pelo Tecnoparque, que geram 12,7 mil empregos e faturam R$ 4,97 bilhões.
O programa é coordenado pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, órgão ligado à prefeitura e responsável pela política de empreendedorismo da capital.
Entre os setores considerados estratégicos para adesão ao Tecnoparque estão biotecnologia, microtecnologia, saúde, sistemas de telecomunicações, equipamentos de informática, desenvolvimento de software, gestão de dados, distribuição eletrônica de informações, design, laboratórios de ensaios e testes de qualidade, instrumentos de precisão, automação industrial e ecommerce.
Do total de empresas enquadradas no Tecnoparque, 28 são startups que ingressaram no programa após o relançamento, em 2018. São empresas como MadeiraMadeira, Olist, Doctoralia, Contabilizei, Hi Technologies, Checkmob, Juno, James Delivery, Rentcars, Horizons, Direção, Send4 e Anthor. Juntas, elas empregam 3,5 mil funcionários e faturam R$ 1 bilhão.
Também estão inscritas no Tecnoparque, Positivo, Seccional, Quanta, Senffnet, Unify, WNI, FH e Pelissari. São empresas que ingressaram antes de 2013, quando o programa foi paralisado pela gestão anterior.
O professor e coordenador da Agência de Inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cléverson Cunha, avalia que o Tecnoparque é uma importante ferramenta de política pública do município para impulsionar o crescimento das empresas, do mercado e do giro da economia.
“Enquanto o município abre mão de uma parte do recolhimento do ISS em prol do crescimento econômico e social, as empresas usam os recursos na melhoria de processo, em novas contratações, na renovação da infraestrutura e no desenvolvimento de tecnologias inéditas”, disse ele.
Novas adesões
A presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, explica que para participar do Tecnoparque, a empresa interessada deve apresentar um projeto para análise técnica do Comitê de Fomento (Cofom) — formado por entidades do setor público e da sociedade civil organizada (como UFPR, PUCPR, UFTPR, Fiep, Sebrae, ACP entre outros).
Ela lembra que, mensalmente, a Agência Curitiba promove workshops que explicam os fundamentos técnicos e a metodologia de elaboração de projetos, auxiliando os empreendedores na elaboração dos projetos que serão submetidos ao Cofom.
“O Tecnoparque é uma forma de garantir apoio financeiro a empresas de base tecnológica. A renúncia fiscal acaba sendo um importante propulsor para a pesquisa e desenvolvimento e, consequentemente, para a geração de emprego na nossa cidade”, reforça Cris.
A retomada do Tecnoparque contribuiu ainda com o resultado que posicionou a capital como a 3.ª cidade que mais gerou empregos no país em 2019 e como líder na geração de empregos de TI no Paraná.
Durante o período de pandemia tanto a inscrição de projetos quanto o processo de aprovação estão sendo realizados on-line.