Sustentabilidade no urbanismo é solução para evitar e amenizar enchentes

Sustentabilidade no urbanismo é solução para evitar e amenizar enchentes

Com projetos sustentáveis, o urbanismo inspirado nas mais modernas tendências de infraestrutura de saneamento procura reduzir enchentes e suas consequências

Reduzir efeitos de enchentes é um dos desafios mais complexos de cidades modernas. Há, no entanto, cada vez mais soluções práticas e viáveis para esse problema, como a construção de lagos e jardins de chuva projetados para segurar a água temporariamente e absorver o escoamento.

Esses dois artifícios integram e são os principais diferenciais do projeto de saneamento desenvolvido para o Bairru Parc, bairro planejado que será instalado em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. O projeto é assinado pela Geasa Engenharia, empresa que atua na gestão e elaboração de propostas sustentáveis e prevê vários recursos para a questão de enchentes e desperdício de água, por exemplo.

Diretora da Geasa e engenheira especializada em estrutura verde aplicada ao manejo de água pluvial, Beatriz Codas explica como vai funcionar esse projeto e os motivos das soluções serem vistas como exemplos e modelos para cidades sustentáveis em todo o mundo.

Para ela, é preciso levar em conta que a principal causa das enchentes nas cidades é que a água da chuva não é drenada. Vai rapidamente para os rios, causando um grande impacto nas ruas. No entanto, quando se faz um projeto de drenagem, essa realidade pode ser amenizada de várias maneiras.

“O diferencial dos nossos projetos é integrar as soluções de drenagem de contenção ao paisagismo. O projeto vai ter a mesma função de uma produção de amortecimento da água da chuva´”, ressalta.

Ela exemplifica como será feito no Bairru Parc. “O conceito do projeto é, além de evitar enchentes, aproveitar todo o potencial da água da chuva – que é absorvida pelo lago, resolvendo grande parte da questão da drenagem. O lago vai estar num ponto baixo, onde vamos preservar a mata, a vegetação natural, e permitir que aquela água fique ali por um tempo até numa hora de um pico alto de chuva, mas que a vazão de saída seja sempre constante. Ele vai estar integrado à paisagem conforme a época do ano, mais seco ou mais cheio, e vai funcionar como uma várzea de um rio”, calcula.

Já os jardins de chuva espalhados pelo empreendimento aproveitam as plantas nativas para conter a água, fazer a função da irrigação e evitar as enchentes de uma maneira sustentável.

Sem desperdício

Sobre eles, a engenheira explica: “(…) são jardins cumprindo a sua função ecológica. Não é simplesmente um enfeite. São plantas nativas adaptadas ao meio e que vão precisar de menos água porque elas já estão vivendo na natureza e já são preparadas para época de chuva ou para época de seca. Com isso, podemos deixar que a água de chuva realmente faça a função de irrigar as plantas. E vamos ter plantas muito mais bonitas o ano inteiro”, diz.

O objetivo, além de aproveitar e conter águas pluviais, é trazer uma inovação que beneficie a população do bairro e do entorno, e sirva como exemplo para cidades que queiram revolucionar a maneira a qual aplicam conceitos de infraestruturas verdes como soluções para o urbanismo.

“O projeto do Bairru Parc foi desenvolvido, calculado e modelado através de softwares que garantem uma pressão igual na distribuição de água e com isso é possível também reduzir perdas. O material da tubulação da rede também é um material especial, os tubos de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), que hoje é um material que permite que a gente tenha menos desperdício da água”, salienta Beatriz.

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