por Noelcir Bello
O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa, que visa a prevenção ao câncer de mama
Em apoio ao Outubro Rosa, o jornal a Gazeta Cidade de Pinhais conversou com duas mulheres de Pinhais que se mostram verdadeiras guerreiras contra o câncer de mama. Em entrevista exclusiva, Soraia e Telma contaram um pouco de suas lutas e experiências vividas.
Soraia Goginski Hartkopf, moradora do Conjunto Atuba, conta que, mesmo com a realização constante de todos os exames periódicos, teve uma surpresa ao decidir colocar uma prótese de silicone. Na ocasião, o médico pediu para que ela refizesse todos os exames antes da cirurgia, foi quando ela descobriu um tumor no seio direito. “Neste dia o mundo caiu, e a primeira coisa que eu pensei é que fosse morrer. É uma sensação muito ruim. Só me perguntava: o que eu faço agora?”, contou Soraia.
Ela lembrou ainda que o apoio da família foi muito importante, assim como ter pensamentos positivos e jamais se entregar, pois são momentos difíceis, mas que no final vale a pena, pois existe a cura.
Durante o tratamento, Soraia mantinha um diário em uma rede social, onde contava sobre tudo o que estava acontecendo durante seu tratamento. “Na época, senti falta de mais informações, de como seria e qual a finalidade de cada etapa do tratamento, por isso resolvi criar esse diário. Muitas pessoas acompanhavam minhas postagens, buscando essas informações. Outras mulheres com a doença tiravam suas dúvidas, e muitas elogiavam a minha coragem para enfrentar esta batalha”, lembrou.
Aprendizado
Ainda segundo Soraia, é preciso ter fé e uma família presente. “É neste momento que passamos ver a vida de outra forma. Valores que antes não percebíamos nas pequenas coisas, a gente passa a notar. Temos que buscar ajuda, sem ter vergonha e sem ter medo. Quanto mais nos fortalecemos, maiores são as chances de cura”, afirmou Soraia.
A nossa entrevistada revela ter sido um grande aprendizado, apesar de ter vivido momentos difíceis, de incertezas. Ela acredita que uma alimentação relapsa, estresse e sobrepeso são potenciais causadores para o surgimento desta terrível doença. “Acredito também que esta seja a doença da alma, por isso é importante manter o otimismo, a fé, a esperança e toda a positividade”, finalizou.
Telma Ferreira, moradora do Pineville
Aos 40 anos de idade, quando realizava exames de rotina, Telma foi diagnosticada com câncer de mama. Ela revela que sofreu muito com a notícia e muitas coisas passaram em sua cabeça, dentre elas a morte. Sua médica ginecologista solicitou uma consulta com a mastologista, que a encaminhou para o oncologista, onde se confirmou o diagnóstico.
Imediatamente decidiram começar um penoso tratamento, passando por radioterapia e quimioterapia. No inicio, após perder todo o cabelo, passou também por um ganho de peso. Hoje, seus cabelos já estão crescidos. “A pior parte é o preconceito enfrentado por onde o paciente passa. As pessoas parecem ter medo de pegar a doença só por estar próximo”, lamentou Telma.
Apoio incondicional da família
Telma agradece muito a Deus por ter dado forças a ela, ao seu marido, o Mauricio, e a toda a família e amigos que com muita fé, elemento importante neste momento, enfrentaram juntos o tratamento. “Fiquei muito triste com o relato do meu médico quando disse que 50% dos casais se separam quando começa o tratamento. Nas poucas vezes em que meu marido não pôde me acompanhar no tratamento, as enfermeiras sempre perguntavam se estávamos bem, se ainda estávamos juntos. Passamos pelo câncer juntos. É assim que deve ser”, apontou Telma.
Campanha Outubro Rosa
Antes de finalizar, Telma lembrou que a campanha Outubro Rosa ajuda a reforçar a importância da realização dos exames preventivos, porém se faz necessário a criação de outras campanhas em outros meses, considerando os altos índices de câncer. “Outro ponto fundamental, é que precisamos dar às jovens também o direito aos exames, pois ao longo do tratamento vi muitas delas com a doença. Precisamos pensar em políticas públicas que permitam o acesso antes dos 40 anos, levando em conta o alto índice de casos ocorridos nesta faixa da população”, conclui.
Fatores de risco
A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos), o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).
As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os “hábitos” e o “estilo de vida” adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer.
Tratamento do câncer
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.
Radioterapia
Tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas, e durante a aplicação o paciente não sente nada. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos no tratamento dos tumores.
Quimioterapia
Tratamento que utiliza medicamentos para combater o câncer. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também ser dados por via oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo.
Fonte (INCA)