A declaração foi concedida com exclusividade a João Aloysio Ramos, diretor dos jornais Gazeta Metropolitana e Gazeta de Pinhais.
Eleito Deputado Federal pela quinta vez, Ricardo Barros (PP), que foi ministro da Saúde no Governo do presidente Michel Temer (PMDB), após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), tem uma história política de sucesso. Com apenas 29 anos foi eleito prefeito de Maringá pelo extinto PFL, tendo sido o mais jovem Chefe do Executivo daquele município.
Tradicional família
Casado com a Governadora Cida Borghetti (PP), Ricardo Barros é engenheiro civil e pai da Deputada Estadual Maria Victória (PP), reeleita para o segundo mandato nas últimas eleições. De tradicional família de políticos, o deputado federal eleito é filho do ex-prefeito de Maringá Silvio Magalhães Barros, e irmão do também ex-prefeito da mesma cidade, Silvio Barros. Em 2010, candidato ao Senado, Ricardo conquistou mais de 2 milhões de votos.
Grande liderança
Nome de peso dentro do PP, Ricardo Barros destaca-se também no Congresso Nacional, onde exerceu grande liderança nos Governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT)e Dilma (PT). Político com grande capacidade de articulação, Barros é reconhecido ainda pelo direcionamento de verbas federais para o Paraná, sendo uma das principais marcas de seus mandatos como deputado
Confira a entrevista exclusiva que o Deputado Federal eleito Ricardo Barros concedeu a João Aloysio Ramos, diretor dos jornais A Gazeta Metropolitana e Gazeta de Pinhais.
João Aloysio Ramos: O senhor é do PP e fez parte da base de apoio dos últimos governos socialistas-de esquerda, como Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, e esteve também no Governo Temer como Ministro da Saúde. Como deputado federal eleito, qual será seu posicionamento no Governo Bolsonaro, que elegeu-se com uma plataforma de direita conservadora?
Ricardo Barros: Fui líder do Governo FHC e vice-líder dos governos Dilma e Temer. E ainda ministro do Temer. O PP é um partido que sempre buscou a liderança e a articulação com a maioria, porque sempre foi base aliada do Executivo Federal. Com relação ao futuro Governo, já fomos chamados para uma reunião com a equipe do Bolsonaro, na próxima quarta-feira (12/12)e certamente irão nos pedir apoio no Congresso. O partido decidirá seu rumo, mas, pessoalmente, estou em um momento de observação, aprendendo como o Bolsonaro irá governar, reage a pressão, e como pensa o Brasil. Por quanto mais tempo fizermos essa observação, melhor chegaremos a uma conclusão. Poderemos apoiar seus projetos ou não. Em tese, queremos que o Brasil dê certo, que o Governo seja um sucesso. Nossa missão em Brasília continuará sendo representar bem o Paraná, trazer recursos para o estado e pensar o Brasil para o futuro.
João Aloysio Ramos: Como o senhor avalia as indicações ministeriais de Bolsonaro?
Ricardo Barros: O Presidente eleito Jair Bolsonaro está fazendo o que prometeu na campanha. É adequado que ele cumpra o que disse em discurso e, ao mesmo tempo, busque um bom relacionamento com todos os partidos e empresas que prestam serviços para o Executivo Federal.
João Aloysio Ramos: O senhor apoia a reforma da Previdência?
Ricardo Barros: A reforma da Previdência é uma necessidade. Evidentemente, será votado o melhor texto possível para que haja o apoio necessário à aprovação. No entanto, para isso, terá de se fazer concessões. A reforma é, de fato, a grande prioridade do início desse novo Governo.
João Aloysio Ramos: E quanto ao projeto contra o desarmamento da população?
Ricardo Barros: Quanto ao desarmamento, já foi decidido em plebiscito pela população, no ano de 2005, pelo ‘não’, mas foi o governo que não quis implementar. A população votou contra o desarmamento, principalmente para quem vive nas zonas rurais . Agora, vem a oportunidade de implementação, em resposta ao que a população já pediu em plebiscito.
João Aloysio Ramos: Em relação ao Governador eleito Ratinho Jr., quais suas expectativas?
Ricardo Barros: O Ratinho Jr. foi Secretário em duas administrações do Beto Richa. Muitas pessoas que fizeram parte da equipe do Ratinho eram ligadas ao ex-governador do PSDB. Então, a expectativa é de se ter uma equipe que conhece os problemas e desafios do Paraná. Servidores que participaram de uma gestão que fez um ajuste fiscal necessário e deixou as contas em dia. A perspectiva é de que Ratinho Júnior faça um bom governo e que o apoiemos. Estamos torcendo por um excelente trabalho. No que depender de nós, do PP, tanto para Ratinho quanto para Bolsonaro, estaremos dispostos a ajudar. Sempre foi assim, em todas as eleições com o PP. Quando termina o processo, se ganhamos, chamamos todos para compor. Se perdemos, decidimos apoiar as questões que interessam ao Paraná e ao Brasil. Quem recebe votos tem de dar uma resposta à população. E, a população não é Governo e nem oposição. O povo só quer ver suas demandas atendidas. Por isso, temos que trabalhar para atender seus anseios.
Sem declarar apoio formal, PP acena a Bolsonaro
Por Pedro Rafael Vilela
Conforme Ricardo Barros havia declarado ao jornal Gazeta Metropolitana, a cúpula do PP se reuniu com Jair Bolsonaro em Brasília.
Dono da terceira maior bancada parlamentar na Câmara, a partir do ano que vem, com 34 deputados federais, o Partido Progressista se reuniu com Jair Bolsonaro, em Brasília, na tarde do dia 12, para ouvir o presidente eleito. De acordo com o líder do partido no Congresso, deputado Arthur Lira (AL), no encontro, não foi discutida a entrada do PP na base do Governo, mas, sim, o apoio para a votação de projetos.
Nada definido
“Não ficou nada definido com relação a entrada do PP na base do Governo. O partido vai votar as matérias que julgar necessárias, importantes para o país, sem nenhum tipo de assentamento, de fazer parte da base ou não”, afirmou Arthur Lira. Vale lembrar que o presidente eleito foi integrante do PP por quase 20 anos, com mandato de deputado no Congresso Nacional.
Convergências
Segundo Lira, a conversa entre Bolsonaro e a bancada do partido girou em torno de temas diversos, como relações internacionais, meio ambiente, geração de emprego e valores familiares. “As ações programáticas do governo Bolsonaro e do PP se coadunam na maioria dos casos. Nós temos mais convergências do que divergências, e nas convergências nós iremos ajudar”, acrescentou.