Fugir do trânsito, contribuir para a saúde e o meio ambiente, promover uma vida mais sustentável: são muitas as vantagens de quem opta pela bicicleta. Não é à toa que cada vez mais as cidades investem em malhas cicloviárias para atender este público que cresce exponencialmente, já que os benefícios também se estendem para a própria localidade.
Curitiba é o sexto município no ranking das cidades com mais ciclovias do Brasil, ficando atrás de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador. Apesar de não aparecer no top 5, se destaca por ser considerada uma cidade segura para quem escolhe a bicicleta como meio de transporte.
A capital conta com uma malha cicloviária de 252,1 km, distribuídos entre ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e vias compartilhadas. As ciclovias são pistas exclusivas do tráfego de bicicletas. Separadas fisicamente dos veículos motorizados, podem ter sentido unidirecional (único) ou bidirecional (mão dupla), além de um nível diferente em relação às vias, normalmente mais elevado ou completamente separadas.
As ciclofaixas são vias em que uma parte da pista é separada para os ciclistas. Também com sentido único ou bidirecional, podem ser identificadas através de uma pintura no chão, normalmente, do lado direito da via, além de não serem totalmente segregadas do tráfego.
Já as ciclorrotas são estruturas mais simples; um espaço compartilhado com pedestres ou veículos (calçada, canteiro, pista) em que a circulação de bicicletas é favorável, com tráfego mais tranquilo.
Ciclovias em expansão
Curitiba planeja ter mais de 400 km de estrutura cicloviária espalhada por seus bairros até 2025, devendo subir algumas posições no ranking das melhores cidades para se pedalar no Brasil.
“Até o final desse ano pretendemos chegar a 300 km de estrutura cicloviária e aumentar isso gradativamente. A consequência é uma melhoria na cidade e uma dinâmica de deslocamento mais favorável”, considera o engenheiro civil Clever Almeida, assessor de mobilidade do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).
Para ele, é fundamental que as cidades incentivem a mobilidade ativa e sustentável, inclusive fazendo integração com municípios próximos e também com o transporte coletivo.
“Projetos recentes já trazem iniciativas nesse sentido, como nos terminais do Tatuquara, por exemplo, em que já estão implantados bicicletários para que as pessoas possam vir de suas casas até os terminais, deixar as bicicletas e pegar o transporte coletivo para as percorrer as distâncias maiores”, comenta.
Mais saúde para as pessoas e para as cidades
Do ponto de vista ambiental, é muito favorável pedalar. Mas a saúde das pessoas também melhora quando esse meio é priorizado, salienta Clever. “É um hábito saudável e econômico que contribui muito para sustentabilidade”.
Na Região Metropolitana de Curitiba, o município de Pinhais também se destaca por incentivar o uso de bicicletas. Além de ter quase 100% de suas ruas pavimentadas, atualmente conta com aproximadamente 33 km de ciclovias ou ciclofaixas, fora outros quilômetros de vias compartilhadas.
As ciclovias ligam os bairros da cidade, pontos turísticos e espaços de lazer; como os Parques Lineares, que oferecem vários atrativos esportivos e recreativos. O município também oferece a Ciclorrota Nascente do Iguaçu, circuito turístico com 259km de extensão que abrange Piraquara e Quatro Barras.
A malha cicloviária de Pinhais, além de ser uma das opções de atividade física e lazer para sua população, contribui para o trabalhador que utiliza a bicicleta como meio de transporte no seu dia a dia, agilizando a locomoção e contribuindo com a fluidez no trânsito da cidade.
A Rodovia Deputado João Leopoldo Jacomel (PR-415) tem a maior ciclovia da cidade, com mais de 6 km. Ela liga Curitiba a Piraquara e percorre os bairros Estância Pinhais; Emiliano Perneta; Centro; Pineville; Jardim Amélia; Maria Antonieta; e Parque das Águas, fazendo ligação do extremo oeste com o leste.
Incentivo
O incentivo à mobilidade urbana acontece tanto com as iniciativas públicas quanto com as privadas. Um exemplo é o Bairru Parc, bairro planejado que está sendo construído pela Bairru Urbanismo onde antes funcionava o Autódromo Internacional de Curitiba.
Os mais de 560 km² de área do empreendimento serão circundados por ciclovias. O empreendimento será o primeiro bairro inteligente da região e deve se tornar um polo de atração de lazer e de comércio, incentivando os princípios do novo urbanismo, tal qual o uso das bicicletas como meio de transporte.