O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, se reuniu no dia 6 de dezembro, terça-feira, com a diretora-geral do Instituto iDeclatra, Mírian Gonçalves, e com o ex-presidente da Itaipu Binacional Jorge Samek, quando discutiram a criação de um novo museu em Curitiba, dedicado à democracia.
A ideia original apresentada a Greca pelo instituto buscava valorizar a história dos movimentos sociais, disponibilizando seu acervo com certa de 8 mil imagens, que inclui inúmeras passagens do período de ditadura no país, bem como da redemocratização, e que poderia ser doado a um museu dedicado ao tema.
O prefeito gostou da ideia, lembrou do histórico de Curitiba com a democracia e apresentou uma série de sugestões, que agradaram aos proponentes.
Greca lembrou, por exemplo, que a capital foi palco do primeiro comício das Diretas Já, em 1984, campanha fundamental no processo de redemocratização do país, que culminou com a volta das eleições diretas para presidente da República em 1989. “Acho a ideia muito boa para a cidade”, afirmou ele.
Democracia ampla
Durante a reunião, o prefeito sugeriu que o museu aborde a democracia de forma ampla, mostrando a evolução do sistema, que surgiu na antiga Grécia como contraponto a outras formas de governo, como a tirania, a monarquia e a aristocracia. Democracia, no grego original, quer dizer “governo do povo” e tem, portanto, mais de 2.500 anos de história.
Além disso, Greca sugeriu que o novo espaço aborde também Constituições que foram fundamentais para a consolidação da democracia ao redor do mundo, como a dos Estados Unidos (de 1792) e a Revolução Francesa (de 1789); as Diretas Já; a Constituição de 1988; os movimentos populares e a perseguição a políticos na ditadura, além da história das eleições no Brasil.
“É uma proposta maravilhosa, extremamente democrática e inovadora”, disse Mírian Gonçalves, que também é ex-vice-prefeita de Curitiba. “Também veio ao encontro dos anseios dos movimentos sociais em seu mais amplo espectro. Tenho certeza de que coletivamente construíremos um museu representativo e diferenciado”.
“Os movimentos socias têm história em Curitiba”, lembrou Samek, referindo-se, por exemplo, à Guerra do Pente, revolta popular desencadeada pelo aumento de impostos na capital, em 1959.
Encaminhamento
O instituto deverá agora formalizar a sugestão ao município, que por sua vez encaminhará os processos necessários para viabilização da ideia, imóveis passíveis de abrigarem o museu, fonte de recursos, entre outros procedimentos.
Participantes
Também participaram da reunião o secretário de Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, a advogada Ana Célia Curuca e a assessora do iDeclatra, Kelen Vanzin.