A Gazeta Região Metropolitana: O senhor, atualmente, é diretor de Tecnologia e Desenvolvimento no Detran-PR. Conte-nos um pouco sobre suas funções e como aconteceu o convite para trabalhar no Detran.
Marcus Tesserolli, o Marquinhos: Depois de ficar pouco mais de um ano na Paraná Edificações, saí licenciado para me dedicar a campanha para deputado estadual. Fiz uma boa votação e fiquei como suplente. Depois da campanha, voltei a trabalhar na Prefeitura de Piraquara, afinal, sou engenheiro civil e servidor de carreira no município. A convite do secretário Chefe da Casa Cívil, João Carlos Ortega, vim para o Detran-PR e fui muito bem recebido por todos os funcionários e pelo diretor-presidente Adriano Furtado, que é uma pessoa maravilhosa, um líder com comando e sensibilidade. Não conheço pessoa que entenda mais de trânsito do que ele. Nosso departamento termina por ser uma extensão, um anexo, do gabinete do diretor-presidente, minha contribuição tem sido na gestão de pessoas, organizando equipes, auxiliando no planejamento. Quanto a tecnologia, tenho aprendido muito com o pessoal de TI, onde temos um grupo unido, dedicado e muito conhecedor, para tornar o Detran-PR, cada vez mais acessível e digital. Tem sido uma grande experiência estar atualizado sobre as inovações, o que desejo também levar para Piraquara.
A Gazeta: O senhor já se apresenta como pré-candidato a prefeito de Piraquara. Como aconteceu esta decisão, considerando que o atual prefeito, Josimar Fróes, também, do PSD, aliás, e o sucessor apoiado pelo senhor, ainda está no primeiro mandato e, em tese, poderia buscar a reeleição?
Marquinhos: Quando apoiei o Josimar para ser meu sucessor na Prefeitura, fizemos um acordo em que ele não buscaria a reeleição. Também, concorremos a deputado estadual, não fomos eleitos, mas ficamos profundamente satisfeitos e gratos pela votação. Então, já havia esse acordo entre nós, há quatro anos. Como dissemos, quero voltar como prefeito de Piraquara para levar toda a minha experiência e aprendizado adquiridos nesta jornada no Estado, o que abriu-me muitas portas com praticamente todos as secretárias estaduais, facilitando as parcerias em benefício da nossa cidade. Estou com o mesmo entusiasmo do início, em 2013, e com mais experiência. Já tenho conversado com muita gente sobre planos e projetos para Piraquara, a exemplo da Sanepar; Caixa Econômica Federal; Secretaria das Cidades; da Secretaria de Infraestrutura e Logística entre outras. Não estou contando com uma eleição ganha, mas, preparando-me, cada vez mais, para atender às expectativas das pessoas que depositarem sua confiança em mim, levando projetos, obras, políticas públicas para o desenvolvimento do município.
A Gazeta: O senhor já conta com o apoio do governador Ratinho Junior?
Marquinhos: Sim, com toda certeza. Inclusive, já conversamos sobre isso no início de janeiro, sobre as tratativas para as eleições municipais deste ano, em Piraquara. Também, faço parte da executiva estadual do PSD, partido que nosso Governador preside, junto com minha esposa, Ana Mazon. Além de uma motivação pessoal, também, atendo a um chamado do governador para me candidatar a prefeito de Piraquara, novamente. Importante destacar que nosso governador tem uma aprovação expressiva em nossa cidade, supera 80%, Piraquara adora o Governador Ratinho Junior.
A Gazeta: E se o senhor for chamado para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa, agora que está na primeira suplência, pretende desistir da candidatura a prefeito?
Marquinhos: A possibilidade de assumir uma cadeira sempre existe. Se isso acontecer, assumirei o mandato de deputado com muita honra e satisfação em representar nosso município no Legislativo Estadual. Mas a candidatura a prefeito é prioridade.
A Gazeta: O prefeito Josimar Fróes foi eleito com seu apoio com o compromisso de levar a continuidade de sua gestão. Como o senhor avalia a gestão de Josimar Fróes?
Marquinhos: Sim, ele foi eleito com meu apoio e com o compromisso de continuidade, o quê, de certa forma, tem ocorrido. Contudo, o Josimar tem um perfil diferente do meu. Temos estilos diferentes, afinal, é natural, cada gestor tem sua forma pessoal de tratar as coisas. Tenho muito respeito pelo Josimar, ele é a autoridade máxima no Executivo do município e tem total autonomia para conduzir a gestão do jeito dele.
A Gazeta: O senhor deixou a prefeitura contando com uma aprovação da população muito expressiva, possivelmente, a maior da história de Piraquara, cerca de 80,7%. A quê o senhor atribui essa grande aprovação?
Marquinhos: Acredito que essa aprovação primeiramente foi devido a conquista da autoestima do piraquarense, que passou a ter orgulho de ser de Piraquara. Não fazemos nada sozinhos, montarmos equipes qualificadas e comprometidas, não é só mérito meu. O cidadão passou então a perceber que Piraquara é uma cidade viável, que poderia se desenvolver e fornecer mais qualidade de vida. Com uma gestão comprometida em trabalhar muito, com competência e austeridade entregamos resultados concretos, com feitos em todas as áreas, como obras de infraestrutura, investimentos em saúde, educação, em cultura, esporte e lazer, políticas públicas pensadas para serem permanentes, independente de quem estivesse no poder.
A Gazeta: No início de seu primeiro mandato, foram muitos desafios, a começar por quitar dívidas e arrumar as contas do município. Quais os desafios futuros a um próximo mandato?
Marquinhos: Zerar a demanda por pavimentação nas áreas urbanas é um deles. Na área rural, é preciso investir em infraestrutura a fim de que o empresário se sinta confiante e motivado para investir. O turismo rural é um potencial muito forte em Piraquara. Mas, é preciso que a Prefeitura dê condições para a atração em investimentos. Por exemplo, a rede de supermercados Condor só foi para Piraquara, porque a Prefeitura investiu em infraestrutura, então percebeu-se a viabilidade comercial do investimento. As políticas de proteção animal devem crescer, assim como outras, a exemplo dos Centros Pop e abrigos para a população em situação de rua, investir em parques, praças, áreas de lazer, trânsito, acessibilidade, cultura, educação, saúde. Quero transformar Piraquara, também, em uma cidade digital, moderna e inovadora em recursos tecnológicos, e pautada em acessibilidade. O município tem de desenvolver políticas públicas para todos os grupos populacionais.
A Gazeta: O desafio de ampliar a arrecadação é permanente, considerando que Piraquara tem muitas restrições ambientais e não pode instalar indústrias?
Marquinhos: Sim, mas podemos buscar alternativas para ampliar a arrecadação criando um “Selo Verde” para a indústria, o que pode reverter para as empresas que investirem no município. A preservação ambiental, a preocupação com o meio ambiente, será a diretriz de um futuro que já se aproxima. Essa demanda é globalizada e podemos aproveitar essa tendência para atrair investimentos de quem está comprometido com o meio ambiente. Por que não atrair indústrias limpas para Piraquara?
A Gazeta: Piraquara completa 134 anos de fundação em 29 de janeiro. Como o senhor avalia o desenvolvimento do município desde então?
Marquinhos: Costumo dizer que o município completa 134 anos, mas tenho 150 anos de Piraquara. Meus antepassados chegaram quando ainda nem havia o município formalmente. Então, conheço muito da História do município. E dos prefeitos que tivemos, inclusive, meu tio-avô. Quando houve a emancipação de Pinhais, por causa da industrialização, Pinhais despontou entre os dez municípios mais ricos do Estado e Piraquara, como uma das dez cidades mais pobres. O principal desafio sempre foi equilibrar a arrecadação com a preservação ambiental. Nossa gestão, foi um divisor de águas para o município, a população passou a verificar que era possível fazer muito com poucos recursos. E que se tratava de um município viável, que poderia crescer, garantir mais qualidade de vida. Nós arregaçamos as mangas para trabalhar e fazer bom uso do dinheiro público. Nossas equipes ficavam até tarde da noite trabalhando comigo, não deixávamos nada para depois. Quero voltar a impor esse mesmo ritmo de trabalho. Fomos buscar parcerias com o Governo do Estado, na época, o governador Beto Richa, que foi um grande parceiro, tendo viabilizado a triplicação da Rodovia João Leopoldo Jacomel, uma obra emblemática e esperada por muitos anos. Foi nesta época que começou minha amizade e afinidade com o hoje Governador Ratinho Júnior, que estava na então Secretaria de Desenvolvimento Urbano, e com o Ortega, a quem considero um padrinho político. Graças a essas parcerias, o povo de Piraquara passou a ver obras e projetos acontecerem em todo lugar, e a se tornar mais exigente com a qualidade da gestão. O que é muito bom, pois, percebeu que era possível fazer mais, e nós queremos ampliar ainda mais essa parceria, pois o Governador Ratinho Júnior, tem um grande carinho pela nossa cidade e que é recíproco, dada a excelente votação que obteve e a aprovação popular de seu governo pelo piraquarense. Então encerro dizendo que Piraquara pode contar comigo, pois sigo confiante e com muita disposição para fazer ainda mais pela nossa cidade.