Provocando a autoliderança

Provocando a autoliderança

E se eu não consigo liderar a minha própria vida, meus sentimentos, minha carreira, minha vida financeira etc., que respaldo eu tenho para liderar os outros?

Esse desafio percorre gerações, rasgando a consciência de muitos líderes acerca de si mesmos, provocando, muitas vezes, sofrimento e adoecimento. Quando falamos de liderança, existem muitos conceitos e muitos modelos que podemos seguir, e digo isso por uma razão: quanto menor for a distância entre o que você diz e o que você faz, maior será o potencial da sua equipe de crescer de maneira consistente e sustentável.

Gosto de assistir e analisar arte de uma maneira geral, principalmente filmes e músicas. É incrível como podemos gerar reflexões através da mediação da arte, e isso me motivou a compartilhar duas delas com você, líder. No filme Invictus, de 2009, protagonizado pelos atores Morgan Freeman e Matt Damon, existe um diálogo importantíssimo que representa uma conversa entre Nelson Mandela e o capitão da seleção de rúgbi da África do Sul, François Pienaar. Na conversa, Mandela pergunta qual era a filosofia de liderança de François, como ele inspirava seu time de rúgbi a ser melhor a cada dia, e François respondeu: Pelo exemplo. Sempre liderei pelo exemplo.

Liderar pelo exemplo continua sendo a única maneira saudável e eficaz de inspirar a equipe a ser melhor a cada dia. São os exemplos que damos no dia-a-dia que mostram quais são realmente nossas prioridades, revelam nossos reais interesses e transformam diretrizes e planejamento em ações que geram resultado.

Uma das grandes armadilhas no contexto da liderança é a contradição entre o que pedimos para a nossa equipe ser e o que demonstramos com nossas atitudes. São as suas atitudes que consolidarão a cultura organizacional e determinarão como a sua equipe irá agir.

Você só receberá da sua equipe aquilo que você entrega. É no exemplo que se estrutura o que chamamos de uma liderança humanizada. Se quiser elevar o nível do clima positivo da sua equipe, gerar mais engajamento e senso de pertencimento, como também afetar positivamente a sua saúde mental e a da sua equipe, precisará priorizar as pessoas e o cuidado delas.

Pequenas atitudes poderão fazer grandes diferenças, por exemplo, se importar com as pessoas, reconhecer os pequenos avanços de maneira individualizada, dar feedbacks de maneira assertiva e apoiá-las em seu desenvolvimento. Digo que, quando nos importamos realmente com quem está ao nosso lado, encontramos a oportunidade de mudar e potencializar a história de vida deles.

O líder deve estar atento ao redor. Oportunidades para inspirar estão por toda parte, e você, como líder, tem o poder de transformar um grupo de pessoas em uma equipe de alta performance, humanizada e engajada na autossuperação.

Carrego como filosofia para minha vida a frase de James Hunter: Não deveríamos nos orgulhar de sermos melhores que os outros, mas sim melhores do que fomos ontem.

Não é o que os outros líderes estão fazendo ou o que a sua equipe acredita que determinará o sucesso dela; é o que você está disposto a ser e a fazer diariamente que tem o poder de mudar e impulsionar a sua equipe a crescer e se desenvolver continuamente.

Outra reflexão que quero compartilhar aconteceu quando assisti ao Rocketman, filme biográfico sobre Elton John. Observei importantes intersecções do filme com a psicologia, o comportamento humano e a autoliderança. Dentre as reflexões, estão:

– A expectativa dos pais sobre os filhos durante a infância projeta uma sombra difícil de nos livrarmos na vida adulta.

– A autenticidade sempre será um dos principais tesouros a serem encontrados durante a vida.

– Quanto maiores forem a exposição e a visibilidade de um líder, maior será a angústia existencial.

– Independentemente do sucesso, é impossível estruturar uma vida saudável sem um profundo caminho de autoconhecimento.

– Individualismo e individualidade são coisas totalmente diferentes.

– Reconhecer a importância de um amigo verdadeiro faz toda diferença durante a vida.

– Dificilmente fugimos da expectativa de quem idealizamos agradar. Nosso contato afetivo durante a infância determina quem é o nosso objeto de desejo durante a vida adulta.

Assim cabe a cada um de nós rompermos corajosamente na direção da vida que queremos conquistar!

Ricardo Chaves, formado em Psicologia pela Puc Campinas

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