Um novo projeto já começa a nascer em Quatro Barras com a proposta de transformar a pichação, que é um crime previsto em lei federal, em grafite – uma forma de expressão cultural. Este foi o tema do encontro que reuniu o prefeito Angelo Andreatta (Lara); o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude, Adriano de Lara; o diretor de Cultura, Enéas Ribeiro Corrêa; o conselheiro tutelar Lucio Mauro Biz, e jovens da comunidade ligados ao grafite.
Christopher, Leonardo, Luis e Tairone, moradores da Borda do Campo, serão alguns dos adolescentes beneficiados pelo projeto. Os participantes serão orientados pelos irmãos grafiteiros Gabriel e Gustavo, moradores do Jardim Menino Deus, que já atuam com o grafite inclusive como convidados em eventos nacionais, e serão os porta vozes da iniciativa que deve estimular a veia artística na cidade, de uma forma benéfica para seus moradores.
A ideia é oferecer oficinas educativas a estes e outros jovens da comunidade. “Queremos estimular a veia cultural do grafite, mas de forma ordenada, planejada, em um local próprio, colocando um fim nas pichações de prédios públicos e residências, que não são benéficas para a cidade. Mas ao mesmo tempo, queremos valorizar o talento destes jovens, dando subsídios para que desenvolvam seus dons ainda mais”, disse Lara.
Do encontro realizado na segunda-feira, dia 6, alguns tópicos foram pactuados: além das oficinas, a proposta é criar um evento de lançamento do projeto e ao final estabelecer um campeonato dos melhores trabalhos, com direito à premiação. Em contrapartida, os jovens também assumem o compromisso de acabar com as pichações.
“Por mais que a pichação seja uma forma de expressão, ela não é boa para a cidade. Com o projeto poderemos dar lugar a algo mais cultural através do grafite”, disse o grafiteiro Gustavo Leon Marcondes.
Lara disse que o principal objetivo do projeto é tornar a cidade mais bonita e ao mesmo tempo incentivar os diversos meios de expressão. Por isso, o projeto vai acontecer em pontos da cidade já pichados. O primeiro deles deve ser a Praça Marcos Tamanini, no Jardim Menino Deus.
Várias mãos
O diretor de Cultura, Enéas Ribeiro Corrêa, disse que o surgimento do projeto ocorreu de forma simultânea, a várias mãos. As demandas de uma cidade sem muros pichados, a necessidade de um projeto voltado à juventude e a oportunidade de desenvolver novas habilidades culturais culminaram na iniciativa, que deve mobilizar mais de 30 jovens da comunidade.
Ainda segundo Enéas, passada a etapa das oficinas, as escolas também devem ser engajadas como pontos de divulgação. “As escolas poderão ter seus muros revitalizados com a marca artística dos grafiteiros, e o mais importante, o projeto dará bons exemplos para crianças e jovens que seriam potenciais pichadores, conduzindo para o caminho da arte e da cultura”, afirmou.