Dados do Vacinômetro Nacional mostram que a procura pela vacina contra a Covid-19 caiu pelo terceiro mês consecutivo no Paraná em abril, acompanhando a tendência nacional de queda nos primeiros meses do ano. Os resultados constam num levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde na segunda-feira, dia 9 de maio.
A vacinação está em queda desde janeiro, quando houve um fenômeno inverso. Naquele mês a procura aumentou na comparação com dezembro, devido à chegada da variante Ômicron e o prazo para segunda dose de crianças e adolescentes. No entanto, nos meses seguintes os números só baixaram. Em abril, pouco mais de 856,3 mil doses foram aplicadas no Estado, quase 54% a menos que janeiro (1,8 milhão). Foram, ainda, 1.525.048 em fevereiro e 1.099.093 em março.
No Brasil, a redução neste período foi ainda maior. Em janeiro, mais de 27,3 milhões de doses foram aplicadas, e em abril, pouco mais de 11 milhões, uma queda de quase 60%. Em fevereiro foram 23.482.978 e em março, 16.366.942.
“A baixa procura pelos imunizantes contra a Covid-19 se deve, em grande parte, à falsa sensação de proteção. Também tem o fator calendário. Muitas pessoas que tomaram as duas primeiras doses interromperam as visitas aos postos de saúde para as doses adicionais. Mas assim como outras doenças, a imunização do coronavírus precisa ser reforçada, seja com a segunda dose ou doses de reforço. É o que apontam os estudos e é o que estamos orientando os municípios”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Dentre todas as etapas de vacinação – primeira, segunda, terceira, quarta dose e dose adicional –, a que mais sofreu impacto foi a primeira dose de reforço (DR), ou terceira dose. No início do ano, o Paraná registrou 1.235.074 aplicações e, em abril, apenas 370.209 doses, queda de mais de 70%.
Segundo as informações da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), pelo menos 4,3 milhões de paranaenses estão com a DR em atraso. A faixa etária com maior número de “faltosos” tem entre 25 a 29 anos (555,1 mil pessoas), seguida por 20 a 24 anos (551,5 mil) e 30 a 34 anos (515,4 mil).
Já com relação à segunda dose (D2), em janeiro deste ano o Estado registrou 300.870 aplicações. No mês passado, o número baixou para 184.597, uma redução de 38,6% no período. De acordo com a RNDS, 1,3 milhão de paranaenses estão com esta dose em atraso. A maioria dos “faltosos” tem idades de 5 a 11 anos (400 mil crianças), seguido pela faixa de 12 a 17 anos (231,4 mil) e 20 a 24 anos (150,5 mil).
“Estes dados são importantes para analisarmos a necessidade de uma nova chamada para a vacinação no Paraná. Precisamos que a população se conscientize que, se não reforçarem a proteção contra o vírus, aumentam a chance do agravamento clínico dos casos confirmados, com maiores riscos de internamentos, até mesmo levando a óbito”, reforçou o secretário.
NÚMEROS GERAIS
Em números gerais, o Paraná registra 24.581.699 vacinas aplicadas, sendo 9.968.534 primeira dose (D1), 8.993.988 segunda dose (D2), 333.651 dose única (DU), 4.691.000 dose de reforço (DR), 271.390 segunda dose de reforço ou quarta dose e 323.136 doses adicionais (DA). O Estado é o 5º que mais vacinou no País, atrás da Bahia (27.393.349 doses), Rio de Janeiro (33.648.471), Minas Gerais (43.747.242) e São Paulo (107.813.546) respectivamente. Atualmente, 80,4% da população está protegida com as duas doses ou a dose única e 40,4% já tomaram a DR.