Políticas públicas e projetos integrados entre a capital e os municípios da Região Metropolitana são uma condição inequívoca para o desenvolvimento sustentável e bem-estar da população. É por isso que a eleição para prefeito da capital é tão importante para toda a Grande Curitiba, fazendo muita diferença o resultado do pleito municipal neste segundo turno em que o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) disputa o cargo com a estreante na política, a jornalista Cristina Graeml (PMB).
Políticas integradas
Não há como pensar que “tanto faz quem for eleito em Curitiba” a quem mora nos municípios vizinhos. Todas as demandas nos municípios afetam a todos, seja na capital ou cidades vizinhas. O SUS, por exemplo, que funciona com base no atendimento universal, é uma das áreas mais afetadas pelas demandas não atendidas em municípios vizinhos. UPAs e hospitais são os que mais sofrem com a sobrecarga gerada por pacientes provenientes de outras localidades. Políticas ambientais, também, somente apresentam resultados efetivos quando prefeituras unem-se para tratar de obras e medidas em comum, a exemplo do enfrentamento às enchentes e despoluição dos rios. Há rios que ultrapassam as linhas de um único município, vale lembrar. Para a natureza, não há limites geográficos e formais, sendo o meio ambiente uma área de gestão que deve contar com uma unidade de pensamento e de ações entre prefeituras de localidades próximas. E assim por diante, quando se trata de administração pública… A gestão de resíduos, como o lixo reciclável e o não-reciclável, o transporte público, o trânsito, a mobilidade, a infraestrutura urbana, a segurança pública… Tudo deve ser pensado, planejado e executado de forma integrada. Enfim, não faz sentido construir uma cidade boa para morar e trabalhar quando um vizinho vai mal, quando uma cidade próxima não consegue chegar ao mesmo nível de desenvolvimento. Os problemas do vizinho fatalmente deverão afetar os demais a seu lado, num efeito dominó impossível de conter.
Prefeitos com Pimentel
Imbuídos deste espírito de união, de buscar o melhor para toda a Grande Curitiba, que prefeitos eleitos na Região Metropolitana participaram de um encontro na capital, na terça-feira (08/10), para apoiar a candidatura de Eduardo Pimentel. O encontro foi organizado pelo prefeito de Campina Grande do Sul, Bihl Zanetti (PSD), que é presidente da Assomec – Associação dos Municípios da Região Metropolitana e contou com a presença, em um almoço, de todos os prefeitos eleitos por partidos aliados na RMC. O governador Ratinho Junior (PSD), o chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega, e o candidato Eduardo Pimentel estiveram presentes. Alguns prefeitos aproveitaram para já gravar vídeos em apoio a Pimentel. A mesma união dos vereadores em Curitiba está em foco: levar apoio à eleição de Eduardo Pimentel.
Problemas conjuntos
A Grande Curitiba tem crescido em tamanho populacional e desenvolvimento nos últimos anos. Mas, crescem as demandas e desafios, os problemas conjuntos. Já são mais de 3 milhões e 600 mil habitantes em Curitiba e Região Metropolitana. Sendo que, pela primeira vez, o número de habitantes nos 29 municípios que compõem a Região Metropolitana superam o número de habitantes da capital em 40 mil, de acordo com o último Censo de 2024. São municípios independentes em orçamento e gestão, porém, ao mesmo tempo, interdependentes na economia, no transporte público, na saúde pública e outros.
Cotidiano interdependente
O cotidiano dos habitantes da Grande Curitiba também transcorre dentro dessa interdependência. Muitos trabalham num município e moram em outro. Tantos outros fazem compras ou buscam lazer na cidade vizinha. É uma grande teia que compõe Curitiba e a Região Metropolitana. Por isso, a preocupação com o futuro da gestão na capital não é mero detalhe.
Grande orçamento, grandes desafios
Curitiba é a quinta capital mais rica do país. Conta com um orçamento muito bom, cerca de R$14 bilhões, mas quanto maiores os recursos e a população (cerca de 1 milhão e 800 mil habitantes), maiores os desafios. E maior deve ser a capacidade de gestão e liderança de um prefeito. Sem chances de sucesso aos inexperientes e despreparados. A expectativa é a de que a maioria do eleitorado curitibano tenha consciência de que administrar Curitiba requer muita responsabilidade e conhecimento.
Nova estratégia de campanha
Aliás, a campanha de Pimentel já muda de estratégia, troca de equipe, troca de marqueteiro. E de slogan. De “Eduardo preparado” troca para “Curitiba Unida e Pra Frente”. O novo marqueteiro é o mesmo das campanhas bem-sucedidas do governador Ratinho Junior: o argentino Jorge Gerez. A ideia é promover a bandeira da união, sugerindo que a adversária promove a desunião no município.
Campanha de propostas
É importante ressaltar a campanha de propostas feita por Eduardo Pimentel, baseada em um plano de governo muito bem planejado e objetivo. É muito fácil fazer promessas, mas, explicar ao eleitor de onde sairá o dinheiro, quanto cada obra, cada projeto custará aos cofres públicos, é outra história.
Voto ideológico e polarização
O voto puramente ideológico não agrega nada além da divisão e da polarização calcada no ódio. Os de bom senso e maturidade querem uma Curitiba e Região Metropolitana unidas, com prefeitos que governem para todos, sem distinção de ideologias e classes sociais. Cada segmento da sociedade merece atenção e cuidado do poder público, assim como a oposição deve ser bem-vinda e respeitada numa democracia. A presença do contraditório numa gestão é a garantia de fiscalização do poder público e da atenção e alerta a demandas conflitantes, que envolvem conflitos de interesses entre os diversos setores da sociedade.
