Os cerca de 8,6 mil painéis fotovoltaicos da Pirâmide Solar do Caximba já estão em funcionamento. A usina, primeira instalada sobre um aterro sanitário desativado na América Latina, foi entregue na tarde do dia 29, quarta-feira, pelo prefeito Rafael Greca como parte da comemoração dos 330 anos de Curitiba.
O prefeito estava acompanhado pela primeira-dama Margarita Sansone, pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e pelo vice-prefeito de Curitiba e secretário Estadual das Cidades, Eduardo Pimentel.
Greca destacou o caráter sustentável e a economia do projeto idealizado por ele, ainda em 2012. “Nós estamos vendo um lugar que antes era passivo ambiental transformado em um ativo ambiental, um exemplo para o Brasil e também uma lição que Curitiba dá ao futuro da humanidade”, disse.
O prefeito lembrou que, com a geração de energia da Pirâmide distribuída na rede da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), Curitiba vai suprir o equivalente a 30% do consumo dos prédios públicos. Este número corresponde a R$ 2,6 milhões por ano de economia na fatura de energia.
“O valor é suficiente para construir um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), para transformar aproximadamente 660 metros de ruas de saibro em ruas com pavimentação de boa qualidade e completa estrutura de drenagem ou, ainda, subsidiar mil refeições por dia, durante um ano e meio, do programa Mesa Solidária, que atende pessoas em situação de vulnerabilidade”, comparou.
Motivo de orgulho
O governador parabenizou a capital. “Curitiba é motivo de muito orgulho para o Estado, uma cidade reconhecida internacionalmente como inovadora e que sempre consegue buscar soluções sustentáveis”, disse.
Na solenidade, o governador também sancionou a lei que institui Curitiba como a Capital dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Transição energética
Para a secretária do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias, a inauguração da Pirâmide é emblemática e representa bem o movimento da cidade rumo à transição energética. “É uma questão necessária para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e a emissão de gases”, explicou. “Assim a nossa cidade vem se tornando protagonista em relação às mudanças climáticas”, completou.
Parceiros internacionais
Acompanharam a solenidade, ainda, parceiros internacionais do projeto, como o cônsul-geral da Alemanha, Joseph Weiss; o representante do Ministério de Economia e Proteção Climática da Alemanha, Christian Crohn; e a coordenadora de Sustentabilidade e Desenvolvimento Urbano da GiZ, Sara Habersack.
Outras presenças internacionais foram os embaixadores da República Tcheca; Pavla Havrilíková; do Nepal, Nirmal Raj Kafle; e da Indonésia, Edi Yusup; o cônsul-geral do Japão, Hamaji Keiji; o cônsul-geral do Paraguai, Celso Santiago Riquelme; e a cônsul-geral da Itália, Maria Salamandra. Também compareceu a diplomata Lígia Maria Scherer.
Estrutura
Antes do descerramento da placa, os convidados puderam conhecer o parque fotovoltaico em um trajeto feito em vans, com toda a segurança. O empreendimento ocupa pouco mais de 100 mil metros quadrados de área do aterro, com quase 48 mil metros quadrados de painéis.
Ao todo, são cerca de 8,6 mil módulos fotovoltaicos bifaciais, com uma potência instalada de 4,5 megawatts pico, gerando até 3,5 megawatts, o que pode suprir cerca de 30% do consumo dos prédios públicos da Prefeitura de Curitiba. Nesta fase são 222 unidades consumidoras que vão receber a energia gerada na Pirâmide Solar, por meio de compensação.
O projeto
A Pirâmide Solar do Caximba faz parte do Curitiba Mais Energia, uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas, por meio da produção de energia renovável, o que também resulta em economia aos cofres públicos.
O programa contempla, ainda, os painéis instalados no Palácio 29 de Março; no Complexo Imap do Parque Barigui e na Galeria das Quatro Estações, do Jardim Botânico.
O projeto é uma colaboração do C40 Cities Climate Leadership Group e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que apoia cidades no desenvolvimento de projetos para reduzir as emissões de gases e frear o aumento da temperatura global.
O programa é financiado pelo Ministério Federal Alemão para o Desenvolvimento Econômico e Cooperação (BMZ), pelo Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido (BEIS) e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A próxima etapa do Curitiba Mais Energia inclui sistemas fotovoltaicos nos telhados dos terminais de ônibus do Santa Cândida (465 kWp) e Boqueirão (512 kWp), com serviços em andamento; além do Terminal do Pinheirinho (925 kWp), com licitação em fase final.