Pré-campanha de Moro tem novo tom e discute alianças estratégicas
Jornalista responsável dos jornais do Grupo Paraná Comunicação (A Gazeta Cidade de Pinhais, A Gazeta Região Metropolitana, Agenda Local e Jardim das Américas Notícias)

Pré-campanha de Moro tem novo tom e discute alianças estratégicas

A pré-candidatura de Sérgio Moro a presidência da República começa a fazer algumas movimentações mais contundentes, neste início de 2022. O ex-juiz e ex-ministro passou a adotar um tom mais assertivo em suas colocações, especialmente, quando é atacado por Lula e Bolsonaro. Ao que tudo indica, o pré-candidato do Podemos deverá subir o tom durante a campanha, sinalizando que partirá para declarações mais fortes e agressivas contra seus dois principais adversários.

Assertividade

Certamente, Moro deve estar recebendo orientações de aliados para deixar de lado sua “fala mansa” e seu jeito mais calmo e tranquilo, afinal, a campanha será muito intensa, e quem não estiver disposto a se defender e atacar ficará para trás. Evidentemente, Moro deverá subir o tom ao mesmo tempo em que não perca sua personalidade e estilo próprios, a fim de não soar artificial perante o público que o admira e tem potencial para dar-lhe o voto nas urnas.

Aliança com MBL

Outra movimentação importante da pré-campanha é a aliança com o MBL – Movimento Brasil Livre, efetivada na última semana. Cerca de nove pré-candidatos do MBL, de diversos partidos, deverão filiar-se ao Podemos, partido de Moro. Entre eles, está o deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val, do Patriotas. Arthur do Val, conhecido como “Mamãe Falei”, quer lançar candidatura ao governo de São Paulo. A partir da aliança, Moro, com certeza, passa a contar com palanque em São Paulo. A aliança com o MBL poderá ser muito benéfica a Moro, garantindo boa mobilização da juventude em torno do fortalecimento da terceira via representada pelo ex-juiz. Os meninos do MBL contam com energia de sobra para movimentar a opinião pública, principalmente, nas redes sociais. Entusiasmo e análises políticas perspicazes é o que não falta ao MBL. Quem acompanha o canal no YouTube do Movimento Brasil Livre pode conferir as brilhantes análises de Renan Santos, em seu quadro “análises renais”. A rapaziada tem capilaridade para crescer muito na política nacional, colocando-se como porta-voz da terceira via, pois, não poupa nem Lula, nem Bolsonaro, em suas análises pra lá de realistas ao mesmo tempo que sarcásticas.

Convite do União Brasil

Uma possível migração de partido, com Moro saindo do Podemos para filiar-se ao União Brasil (partido em formação resultante da fusão do PSL com o DEM), é outro fato da semana. Entretanto, as coisas ainda estão apenas em nível de conversas e especulações. Alguns integrantes do União Brasil querem Moro no partido e foram conversar com a presidente Nacional do Podemos, a deputada federal por São Paulo, Renata Abreu. A ideia seria lançar Moro em uma candidatura à presidência da República pelo União Brasil numa chapa com Renata Abreu de vice. Porém, tanto Moro como Renata Abreu negam a troca de partido. Muito embora, Renata Abreu admita que o Podemos não tem condições de oferecer a estrutura política e financeira necessárias para alavancar a candidatura de Moro. No União Brasil, Moro teria um imenso tempo no horário eleitoral gratuito, além de um polpudo fundo. O União Brasil deverá contar com cerca de R$ 1 bilhão em fundo eleitoral e fundo partidário, podendo constituir-se no maior partido do país, devendo eleger a maior bancada no Congresso Nacional. Todavia, há sérios entraves a um eventual ingresso de Moro na nova agremiação política que se forma. Há quem seja contra a filiação do ex-juiz, a exemplo de ACM Neto, pré-candidato ao governo da Bahia. O baiano não está disposto a dar palanque para Moro em seu estado. Até, porque, deve contar com muitos petistas entre seu eleitorado. A nova sigla também prioriza as alianças estaduais em todo o país, não estando interessada em alterações nesses objetivos para favorecer a candidatura de Moro.

Fundo bilionário

Realmente, o ex-juiz da Lava Jato deve avaliar muito bem se vale a pena migrar para o União Brasil. Pode não encontrar o devido apoio a sua candidatura em todos os estados. E até, mesmo, ser sabotado em seus planos, ficando sem estrutura financeira e política. É possível imaginar a disputa acirrada entre os candidatos do novo partido por fatias do fundo bilionário que deverá receber para a campanha…

Moro e Dória?

Uma especulação bem menos provável também surgiu para a pré-candidatura de Moro. Trata-se de uma aliança com o governador de São Paulo, João Dória. Alguns aliados de Moro pensaram numa possível chapa com o tucano de vice. Aliados do governador de São Paulo já descartaram a hipótese. Acredito que uma chapa nesses moldes seria surreal, mais que Lula e Alckmin juntos. Alguém conseguiria imaginar Dória cedendo os holofotes para o ex-juiz e ex-ministro? Mesmo com a promessa de vir a ser candidato a presidência da República em 2026, uma vez que um dos compromissos de Moro é acabar com a reeleição? Creio revelar-se inviável tal aliança. O conflito entre personalidades seria iminente. Ambos de personalidade muito forte e de opiniões e condutas marcantes. Quando Moro foi convidado para ser ministro de Bolsonaro, aos mais atentos, já era previsto que não daria certo. Moro e Bolsonaro não cedem em prol de um acordo razoável a ambos, além de nutrirem paixão por holofotes. Neste sentido, aliar-se ao vaidoso Dória seria incorrer no mesmo erro de forma brutal.

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