Na semana passada, três pesquisas eleitorais foram divulgadas sobre a corrida a Prefeitura de Curitiba com, cada uma, apontando um cenário um tanto diferente.
A primeira, divulgada no dia 27 de agosto, terça-feira, foi realizada pelo instituto Quaest e encomendada pela RPC, onde há um empate técnico com quatro candidatos em primeiro lugar, considerando a margem de erro de 3% para mais ou para menos. O vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) lidera numericamente com 19%, aparecendo em empate técnico com Roberto Requião (Mobiliza), que tem 18%; com Luciano Ducci (PSB) com 18%, também, e Ney Leprevost (União) com 14%. Em segundo lugar, está a jornalista Cristina Graeml (PMB) que aparece com 5%, seguida do ex-deputado federal e ex-prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (Solidariedade), com 4% e da deputada Maria Victoria (PP), que, também, tem 4%. A candidata do PSOL, Andréa Caldas, está com 2%, o candidato do PSTU, com 1% e o candidato do PCO, Felipe Bombardelli, não pontuou. Os indecisos somam 6% e brancos e nulos, 9%.
Requião lidera em rejeição
Mas é na espontânea que é revelado o expressivo percentual de indecisos: 81% responderam que não sabem ainda em quem votar. Requião tem a maior rejeição, com 51%. Ducci é o segundo mais rejeitado, com 37%. Leprevost, o terceiro, com 35%. E em quarto, Pimentel, com 31%. O levantamento foi realizado entre os dias 24 e 26 de agosto com 900 eleitores.
Metodologia diferente
No dia 28 de agosto, quarta-feira, duas outras pesquisas vieram a público. Uma delas foi realizada com uma metodologia diferente da tradicional, a partir do Método de Recrutamento Digital Aleatório criado pela AtlasIntel, e que recrutou 1.209 eleitores no meio digital, entre os dias 22 e 27 de agosto. Neste levantamento, o vice-prefeito Eduardo Pimentel encontra-se na posição mais favorável, lidera com folga com 38,2% das intenções de voto. Em segundo lugar, estão tecnicamente empatados o ex-prefeito e deputado federal Luciano Ducci (12,3%), Cristina Graeml (11,6%), Requião (10,5%) e Ney Leprevost (9,8%), considerando a margem de erro de 3% para mais ou para menos.
Possibilidade de vitória no primeiro turno
A pesquisa AtlasIntel ainda sugere a possibilidade de vitória do candidato apoiado pelo prefeito Rafael Greca e o governador Ratinho Junior, Eduardo Pimentel, já no primeiro turno, ao contar-se somente os votos válidos. Descontando-se o percentual de brancos/nulos e de não sabem/não responderam, Pimentel chega a 43,5% das intenções de voto. Ou seja, se até o dia das eleições, o candidato continuar conquistando eleitores, poderá vencer no primeiro turno, alcançando 50% + 1 dos votos válidos. Porém, este é um cenário bastante hipotético que não pode ser considerado como representativo do momento atual.
Pimentel com maior aprovação
Pimentel é o candidato de maior aprovação, com 49%, seguido de Ney Leprevost com 33% e de Cristina Graeml, com 27%. Já, quando o assunto é rejeição, o ex-governador Roberto Requião lidera: 67% o rejeitam. Depois, vem o candidato apoiado pelo PT, Luciano Ducci, com 62% e, em terceiro, a deputada Maria Victoria, com 52%.
Pimentel lidera
Outra pesquisa, noticiada no dia 28 de agosto, quarta-feira, foi do IRG Instituto, encomendada pela TV Band, realizada entre 22 e 26 de agosto com 1 mil eleitores. Com margem de erro de 3,1%, o levantamento aponta Eduardo Pimentel, também, na liderança, com 28%, na estimulada. Em seguida, está Luciano Ducci com 16%, e em terceiro, Ney Leprevost, com 14,6%. O ex-governador e ex-senador Requião tem 10 %; Cristina Graeml tem 6% e Luizão Goulart, 3%. A deputada Maria Victoria aparece com 2,7%, Samuel de Mattos com 0,2% e Felipe Bombardelli com 0,1%. Os que não sabem ou não responderam somam 11,5% e brancos e nulos, 7,2%. Quanto a rejeição, Requião é campeão, com 35,2%, seguido do candidato apoiado pelo PT, Luciano Ducci, que tem 10,1%. Ney Leprevost aparece com 6,9% de rejeição e Maria Victoria com 5,4%.
Grande percentual de indecisos
O dado mais importante deste levantamento é a pesquisa espontânea, aquela em que o entrevistado não é apresentado a nenhum nome de candidato e responde de forma espontânea, a pergunta “em quem votaria se as eleições fossem hoje?”. Os percentuais da espontânea costumam estar mais próximos do cenário real, uma vez que o eleitor responde somente se já tem um candidato definido em mente. Neste levantamento, na espontânea, 59,4% dos entrevistados responderam que não sabem em quem votariam, ainda. Ou simplesmente não responderam a pergunta.
O candidato que lidera na espontânea é Pimentel, com 13%. Curiosamente, 22% responderam espontaneamente que votariam no Greca, um percentual que certamente pode ser transferido para o vice Eduardo Pimentel. Depois, vem Ducci, com 5,8%; Leprevost, com 5,4% e Requião, com 3%.
Em tese, de acordo com as últimas pesquisas, a liderança do candidato da Prefeitura, Eduardo Pimentel, é o dado de maior probabilidade. Mesmo na pesquisa em que há um empate técnico entre os quatro primeiros candidatos, Pimentel lidera numericamente. Entretanto, não se pode afirmar, ainda, que o candidato do PSD lidera com folga.
Levantamento online
A exceção é o levantamento da AtlasIntel, que, não coincidentemente, foi realizado com uma metodologia diferente. De acordo com o instituto de pesquisa, essa metodologia recruta entrevistados durante a navegação de rotina na internet que são geolocalizados por quaisquer dispositivos, sejam smartphones, PCs, tablets, notebooks. Um banner de publicidade digital aparece para os usuários e estes são convidados a responder a pesquisa online. A AtlasIntel afirma que essa metodologia seria mais precisa por reduzir o impacto psicológico da interação humana com um entrevistador, evitando constrangimentos. Porém, é importante ressaltar que a metodologia pode apresentar um cenário distorcido da realidade, uma vez que desconsidera o grande número de eleitores que não costuma acessar a internet, seja por falta de acesso a redes móveis ou wi-fi ou por simplesmente não apresentarem o hábito de conectarem-se. Além de se tratar de um levantamento em que somente os usuários de internet mais politizados costumam demonstrar interesse em responder pesquisas de intenção de voto. A AtlasIntel garante que faz o ajuste da amostra para que se torne representativa do eleitorado, distribuindo proporcionalmente a amostragem. Mas, mesmo assim, não deixa de ser uma metodologia um tanto duvidosa, pouco ortodoxa e ainda não muito bem esclarecida sobre sua capacidade de revelar-se representativa do eleitorado.