por Noelcir Bello
Seu Osmar Rodrigues Gomes nasceu em Quidoval, no interior de Minas Gerais, onde foi agricultor durante sua adolescência e juventude. Mudou-se para Arapongas aos 17 anos, em 1966, e logo depois mudou-se para Abatiá, onde conheceu a dona Nair.
Com ela namorou por nove meses e se casaram em 1972, na igreja Matriz do município. Em 1974 foram para Curitiba e chegaram a Pinhais em 1981. Moram no Centro, na Avenida Airton Senna, e contam que quando chegaram havia apenas uma rua de barro. Casados há 42 anos, esta é mais uma história construída com muito amor. Tiveram três filhos e hoje têm três netos, todos moradores de Pinhais.
Chegada a Pinhais
No início, enfrentaram a falta de infraestrutura da região. Quando se mudaram, havia poucos vizinhos e a Rua Quênia ainda era apenas uma estrada de chão batido. Anos depois foram colocadas as pedras e paralelepípedos. A região atrás da casa do casal formava um brejo e só para poder construir a casa tiveram que pedir 105 caminhões de terra. Por se tratar de uma moradia de esquina, a energia teve de ser puxada de muito longe, através da Rua Quênia, e para isso compraram três postes de iluminação. Para conseguir água, tiveram que cavar uma quadra inteira, atravessando o terreno da Associação Sanepar, até chegar ao poço da vizinha mais próxima, para retirar água.
Para voltar do trabalho, seu Osmar usava o trem. Ele embarcava em um ponto da BR 116, perto do jardim botânico. Quando faziam compras, não havia rua de acesso para chegar em casa de carro, então os pequenos mercados entregavam as compras a pé ou no máximo com um carrinho de mão. Na avenida, nos finais de tarde e aos sábados e domingos, tanto os adultos como as crianças jogavam futebol, mesmo que estivesse chovendo. Seu Osmar afirma que sempre gostou de se divertir com os jovens.
Saudosos, eles recordam a chegada dos grandes empreendimentos do município, desde o Carrefour, Macro, assim como a empresa de ônibus. Só havia uma linha de ônibus, a Vargem Grande, e não havia telefone. Os dois tomavam café juntos e pegavam o primeiro ônibus para trabalhar, saiam muito cedo, ainda estava escuro, e retornavam à noite.
Osmar trabalhou em diversas empregos, passou por grandes empresas como a Brahma, a Olga Química e a Quimibel, como manipulador químico, onde se aposentou em 2010. Nair sempre foi diarista e doméstica, e sempre teve facilidade em encontrar trabalhos na região, porém sempre trabalhou sem registro. Por isso, não conseguiu se aposentar até então. Agora que o município cresceu, ela garante que esta até mais fácil para trabalhar.Dona Nair lava e passa em casa as roupas de seus clientes, o que garante um tempo a mais com os netos.
Pinhais no caminho certo
Para o casal, o prefeito Luizão realmente mudou a cara da cidade e trouxe o desenvolvimento para a população. “O prefeito cuidou das pequenas coisas e também das obras maiores. Bosques, ruas asfaltadas, empresas para gerar empregos, projetos para os jovens, tem muita coisa boa acontecendo na cidade. Sinto saudades apenas dos diversos campos de futebol que haviam em toda a região, pois foi ali que fiz grandes amizades. Pinhais é um lugar bom pra fazer amizades, nossos vizinhos são muito bons”, garantiu seu Osmar.
Não há segredos para duração de um bom casamento
Dona Nair contou que para um casamento durar por tantos anos é preciso, além do amor, respeito e confiança. “É preciso saber os limites e respeitar a opinião do outro. Nunca ficamos sequer uma hora de mal um com o outro”, afirmou Nair.
Em relação às mudanças dos últimos tempos, nos valores da vida, em especial nos casamentos de hoje, o casal disse entender que os mesmo não duram muito por falta dos ingredientes citados acima. “As pessoas não têm paciência para conversar e resolver os pequenos problemas, antes que eles cresçam e fiquem difíceis de resolver. Com o meu trabalho consegui pagar os dois carros que tivemos. As contas da casa são divididas e não existe dinheiro meu, apenas dinheiro nosso”, nos contou com orgulho dona Nair.