por Rosiane Cristina Batista
Como conhecer a si mesmo e aos outros e, a partir disso, gerar conexões poderosas e obter bons resultados? O autoconhecimento influencia diretamente no processo de ensino e atua pontualmente na forma de agir dos educadores, o que reflete em uma compreensão mais profunda sobre os alunos. Com isso, a comunicação se torna mais eficaz e assertiva.
Conhecer a si mesmo é uma ferramenta que fortalece e modifica o olhar, permitindo uma observação mais profunda da realidade. Desenvolvendo o autoconhecimento, é possível entender melhor o outro e, a partir disso, aprimorar os relacionamentos e as conexões estabelecidas dentro da sala de aula. Afinal, conhecer-se é primordial para contribuir com o desenvolvimento de seres humanos em constante processo de aprendizagem.
No caso dos educadores, é essencial que entendam quais são suas limitações e, principalmente, suas potencialidades. Quando se permite mergulhar no autoconhecimento, um mundo de possibilidades se abre e, assim, podemos conhecer quem realmente somos. Quando são exploradas as nossas próprias características e vontades, respeitamos os próprios limites e, consequentemente, os dos outros. Neste sentido, o autoconhecimento vai se refletir na conexão estabelecida com os alunos, pois delimita os limites individuais de cada um.
A atuação com crianças pequenas, em especial, é impactada diretamente pelo nível de autoconhecimento do professor. Por isso é uma ferramenta primordial para potencializar a construção de conhecimento dos alunos. Essa habilidade possibilita olhar, ensinar, contribuir e avaliar cada criança de acordo com o seu jeito de ser e agir, valorizando o melhor e respeitando o fato de que o ser humano aprende de maneira diferente e, por isso, necessita de um olhar diferenciado.
Para aprimorar o papel do educador, alguns questionamentos são necessários: sou uma pessoa realizada em minha profissão? Ao preparar uma aula, estou dando o meu melhor? Tenho certeza do que quero transmitir aos alunos? É essencial se perguntar e conhecer as próprias limitações, para que seja viável melhorar e tornar a profissão prazerosa e reconhecida.
Não só esses, mas tantos outros questionamentos precisam fazer parte da vida de todos, independentemente da profissão. Isso porque, se não pararmos para refletir sobre como agimos, nos deixando guiar somente pelo modo automático, a vida perde o sentido – e não há nada mais triste do que uma vida sem sentido.
Por outro lado, à medida que o autoconhecimento é praticado, descobre-se a plenitude de ser educador e é possível planejar os próximos passos com certeza e segurança. É essencial saber aonde se quer chegar para conseguir planejar o caminhar. A partir desse planejamento, uma sugestão é olhar de maneira diferente para si mesmo e para a própria profissão.
Segundo São Tomás de Aquino, “só pode ser mestre aquele que se conhece e conhece aquilo que ensina”. Ou seja, o professor deve ter um conhecimento profundo, consolidado, compromissado, substancial e obtido mediante laborioso estudo.
Quem tem apenas saberes do senso comum e superficiais não pode ser chamado de ‘mestre’, pois não incentiva o interesse pelo conhecimento no aluno. O autoconhecimento permite a formação de educadores de alta performance, uma característica essencial que possibilita uma caminhada mais leve e prazerosa.
Rosiane Cristina Batista
Especialista em em Psicopedagogia Clínica a Institucional e professora do Colégio Marista Maringá