O número de empresas exportadoras em Curitiba e região metropolitana cresceu 16,4% entre 2010 e 2016, segundo levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), com base nos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em 2010, eram 882 empresas e, em 2016, passou para 1.027 – 16,4% a mais. A maior parte é formada por pequenos exportadores, com embarques anuais de até US$ 1 milhão.
“Os anos de 2010 e 2016 representam situações opostas para as empresas. Enquanto em 2010, a economia estava em franco crescimento, em 2016, as empresas enfrentavam os efeitos da recessão. O aumento do número de exportadores mostra a tentativa de os empresários acharem uma alternativa para a crise”, diz Júlio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes.
A maior profissionalização para atuar fora do Brasil também tem contribuído, de acordo com ele, para que essas empresas achem espaço para seus produtos no exterior”
PEQUENOS
Os exportadores da RMC são desde empresas de confecções até montadoras, indústria de computadores, autopeças, porcelanas e fabricantes de cimento e de sapatos.
O número de pequenos exportadores, com embarques anuais de até US$ 1 milhão, passou de 694, em 2010, para 837 no ano passado, alta de 20,6%.
É o caso da Tutu Sapatilhas, de Curitiba, que no ano passado teve sua primeira experiência no mercado externo. “Depois de uma apresentação a lojistas em Viena, em 2014, conseguimos exportar um lote de 150 pares de sapatilhas de cetim para lojas da capital austríaca e Salzburgo”, diz Gustavo Krelling sócio proprietário.
A ideia é usar a experiência para estabelecer um plano estratégico de exportações no futuro. “Pensamos em mercados também como Austrália e Estados Unidos. Apesar de ser um produto artesanal, feito à mão, o nosso calçado tem apelo cosmopolita e é bem competitivo no exterior. O calçado brasileiro é muito aceito no mercado externo”, diz.
PARANÁ COMPETITIVO
A entrada em operação de novas fábricas na RMC nos últimos anos, com incentivos do programa Paraná Competitivo, também ampliou o número de exportadores. Desde 2011, foram R$ 11,03 bilhões em projetos atraídos pelo programa na região, que incluem ampliação e construção de novas fábricas.
Muitas das empresas que se instalaram na região também possuem um foco na exportação, como é o caso das montadoras e fabricantes de autopeças. Fabricantes de cimento, como o Margem, que investiu R$ 340 milhões em uma fábrica de cimento em Adrianópolis, na RMC, também já figura na lista de exportadores do Estado.
Das 40 empresas do Paraná com exportações acima de US$ 100 milhões por ano, nove são da RMC – Renault, Volkswagen, Volvo, Caterpillar, CNH Industrial, Aker Solutions, Petrópolis, Robert Bosch e Petrobras.
Os investimentos foram atraídos não apenas pelos incentivos e a mão de obra qualificada, mas também pela localização estratégica, próxima do Porto de Paranaguá, que é o principal canal de escoamento para as exportações.