O Grupo de Operações com Cães (GOC) da Guarda Municipal de Curitiba tem um novo espaço de trabalho e treinamento com conclusão da reforma do canil localizado no Parque dos Tropeiros, na Regional CIC.
O canil vai acolher o efetivo de servidores municipais e os cães que trabalham na corporação. O GOC é um dos grupos que atua nas operações especiais e em ações preventivas, educativas e de patrulhamento da GM. A partir de agora, passa a funcionar no parque, com área destinada aos treinamentos, local adequado para banhos e tosas, ambiente administrativo para os servidores e 11 baias para os cachorros da corporação.
O GOC de Curitiba conta hoje com 11 cães adestrados das raças rottweiler, pastor alemão, labrador e pastor belga-malinois. Os animais que estão na ativa têm a responsabilidade de cumprir as tarefas e obedecer aos comandos em qualquer situação de tumulto ou tensão. Eles são adestrados e treinados para diferentes funções; desde a patrulha de prevenção, farejando drogas, armas e munições, até a imobilização do suspeito para que seja revistado, ataque ao criminoso ou auxílio num momento de dispersão de multidão.
Início
A Guarda Municipal realiza o trabalho com cães desde 2008 em programas de prevenção e informação, como o Cão Amigo, em que os cachorros ajudam na aproximação com as crianças de forma recreativa e lúdica para abordagens de questões relacionadas às drogas.
Criado por um decreto de 2014, o Canil da Guarda Municipal de Curitiba fortalece os programas educativos e preventivos, além de ações no combate ao uso e tráfico de drogas, entorpecentes, armas e munições. O GOC trabalha com cães em diversas situações, em apoio às atividades do Grupo de Operações Especiais da GM, polícias Militar, Civil e Federal, em operações realizadas em parques, festas, shows, praças, nos transportes coletivos e estações-tubo, jogos de futebol, auxiliando em revistas e na detecção de entorpecentes.
Coordenador do Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal (GOE), o inspetor Antonio Moreira destaca que a divisão foi criada para dar apoio a todas as atividades da Guarda e, dentro desta necessidade e do crescimento da criminalidade, teve a necessidade de uma formação e atuação especializada. “O grupo com cães faz parte do GOE e atende, com eficiência e técnicas especializadas a diversas situações e ocorrências no dia a dia”, explicou.
Treinamento
O treinamento acontece de diversas formas, mas sempre como uma brincadeira. Cada ordem cumprida é recompensada com brinquedo preferido, como as bolinhas de tênis. A obediência é o primeiro estágio. O supervisor Antônio Carlos Flausino, responsável pelo GOC, treina, adestra e trabalha com manejo de cães há mais de 15 anos. Ele explica que o treinamento dos animais do GOC é para intervenção tática em diversos locais e situações. “Ao fazer abordagens ou averiguações em ocorrências, o policial usa o cão como fator de intimidação dos suspeitos para a segurança própria e de terceiros”, explica.
O filhote começa a ser treinado desde os primeiros meses. Durante as brincadeiras, o treinador já pode perceber o comportamento do cão e determinar seu potencial na função. A comunicação entre o guarda e o animal é o que garante o estreitamento dos laços e a confiança mútua. A repetição das ordens e palavras curtas de comando são essenciais para que o animal assimile e memorize o treinamento.
Eles são ensinados a não tocar nos objetos farejados, porque podem conter explosivos. Raças de médio e grande porte, resistentes e sociáveis, são ideais para a carreira na polícia. Os labradores são mais requisitados para farejar drogas em aeroportos ou até locais abertos. As raças que são mais comuns na polícia são os pastores alemães e belgas, rottweileres e labradores. Rottweilers são os preferidos para ações com multidão ou rebeliões.
Flausino ressalta que os cães não são viciados nas drogas que buscam, e sim, treinados por meio de brincadeiras. “Desde muito pequenos, ensinamos aos filhotes que as brincadeiras são recompensa por achar aqueles objetos escondidos (munições, armas ou drogas). Eles nos indicam onde está a droga sem que o suspeito perceba”.
Missão dada
O treinamento dos cachorros segue o método de ordem cumprida e recompensa dada. O material é escondido e assim que o animal o encontra, a partir do cheiro da maconha ou substâncias sintéticas, ele ganha a recompensa.
Para os treinadores, o cão de patrulhamento deve ser obediente e sociável. A raça pastor-belga-malinois é uma das mais eficientes nos grupos operações com cães policiais. Ele é capaz de incorporar as funções de ataque, de farejador de munições, armas e drogas, além de ser competente na busca de pessoas.
De acordo com Flausino, os animais trabalham até completarem 8 anos de corporação ou até que não tenham mais interesse pelas brincadeiras. “Com o tempo, ele já não se interessa tanto por brincar como antes e isso compromete o trabalho dele, até porque é a essência do estímulo para cumprir os comandos”, diz o treinador. Os cães da GM passam por três fases: os recrutas e estagiários em início de treinamento; na ativa, como integrantes da corporação, e os aposentados.