Mutirão de cirurgias bariátricas chama atenção para o tratamento de pacientes com obesidade grave no Paraná

Mutirão de cirurgias bariátricas chama atenção para o tratamento de pacientes com obesidade grave no Paraná

Mutirão de cirurgias bariátricas
Procedimentos serão realizados no Hospital Evangélico Mackenzie entre 04 e 08 de março

O Paraná continua liderando os estados brasileiros em números de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS, com 1.884 procedimentos realizados em 2023. No entanto, o número ainda é menor do que o volume de cirurgias realizadas antes da pandemia, quando 7.456 procedimentos foram realizados no estado.

Com o objetivo de chamar atenção para a necessidade de devolver a qualidade de vida para pacientes que possuem obesidade grave e doenças associadas a ela, cirurgiões que integram a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no Paraná, realizam um mutirão de cirurgias bariátricas no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, entre os dias 04 e 08 de março.

Segundo o coordenador do serviço de cirurgia bariátrica no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, Paulo Nassif, a ação demonstra a necessidade de manter os serviços ativos e com recursos.

“A nossa meta é aumentar o número de pessoas atendidas com o tratamento cirúrgico, via SUS por mês. Sendo todas elas via videolaparoscopia”, afirmou Nassif.

 

Dados Paraná

Dados inéditos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), do Ministério da Saúde, revelam que 148.864 pessoas estão com obesidade tipo 2 no Paraná, representando 9,2% da população. Já o percentual de paranaenses com obesidade mórbida (tipo 3) é de 4,71% , com 76.276 diagnósticos. Somando os dois níveis de obesidade seriam 222.140 pessoas com indicação para o tratamento cirúrgico da obesidade. Mais de 1,4 milhão de pessoas são monitoradas pelo sistema no Paraná.

Os dados estão sendo divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no dia – 04 de março – data alusiva e que marca a importância do combate à obesidade entre adultos e crianças.

O Paraná possui políticas públicas voltadas ao controle da obesidade e também o estado quase não possui fila para cirurgia bariátrica. Já a capital Curitiba, realizou 1.328 cirurgias bariátricas pelo SUS em 2023.

“Em Curitiba, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, não existe fila nos três hospitais que fazem bariátrica. Adicionalmente ao protocolo do Ministério da Saúde, Curitiba conta com uma Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade na Atenção Primária, com consulta individual e em grupo, em que os pacientes são acompanhados por uma equipe multiprofissional”, explica o presidente da SBCBM, o cirurgião Antonio Carlos Valezi .

 

Dados Brasil  

Aproximadamente 0,2% dos brasileiros com obesidade grave (graus 2 e 3) conseguiram realizar a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no ano de 2023 no Brasil. Ao todo, segundo Datasus, foram feitas 7.511 cirurgias em todo o país.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi, o volume de cirurgias realizadas no ano passado pelo SUS é 40,2% menor, se comparado a 2019 (antes da pandemia), quando foram feitas 12.568 cirurgias pelo SUS.

 

Mutirão acontece em seis estados

Os mutirões de cirurgias bariátricas serão realizados em seis estados do país. A força-tarefa prevê 92 cirurgias nos Estados do Paraná, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais.

O mutirão acontece na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital São Francisco da Providência de Deus, no Rio de Janeiro, Hospital Geral Ernesto Simões Filho, em Salvador; no Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba; no Hospital Maria Braido, em São Caetano, ABC paulista; no Hospital das Clínicas de Pernambuco, Recife e na Santa Casa de Patos de Minas, Minas Gerais.

Em todo o Brasil mais de 100 profissionais, entre cirurgiões e equipes, participam da ação. Todos os pacientes que serão operados já passaram pelas etapas pré-operatórias e devem receber alta em 24 horas, pelo fato da cirurgia ser feita por videolaparoscopia.

A realização da força-tarefa será possível devido a uma iniciativa da empresa Medtronic – que atua na área de tecnologia em saúde – em parceria com hospitais públicos e privados. Todos os materiais necessários para a realização dos procedimentos serão doados, bem como as horas de trabalho das equipes médicas. “Temos um dos portfólios de cirurgia metabólica e bariátrica mais avançados do mundo e contribuir com esse tipo de ação no Brasil faz parte do nosso dia a dia”, aponta Filipe Milano, diretor de Marketing da Medtronic Brasil. Ao todo, mais de 300 pacientes já foram operados em mutirões como estes.

 

Indicação

Os critérios previstos nas portarias 424 e 425 do Ministério da Saúde para realização da cirurgia bariátrica pelo SUS são Índice de Massa Corporal (IMC) de 40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos. As portarias também permitem a indicação para cirurgia bariátrica de pacientes com IMC > 35 kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, diabetes e/ou hipertensão arterial de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico.

 

Como é realizada a cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas cirúrgicas, sendo o bypass gástrico e a gastrectomia vertical as mais utilizadas. Um dos grandes diferenciais nesta força tarefa é que todas as cirurgias serão realizadas por videolaparoscopia (técnica minimamente invasiva). Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo.

A cirurgia bariátrica tem como principal objetivo ajudar o paciente a emagrecer, mas também traz outros benefícios como a melhora das comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia, além da melhora da qualidade de vida. “O paciente precisa seguir um programa multidisciplinar de acompanhamento, que envolve mudanças na alimentação, prática de exercícios físicos e cuidados com a saúde mental”, completa Valezi.

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