A quarentena mais rígida, que foi anunciada pelo Governo do Estado no dia 30 de junho e seguida pela Prefeitura de Curitiba, teve reflexo na redução do movimento de passageiros no transporte coletivo da cidade.
Levantamento da Urbanização de Curitiba (Urbs), que administra o transporte coletivo na cidade, mostra uma redução de 9,8% na média diária de passageiros.
Entre 22 e 28 de junho, a média diária era de 263.752 passageiros. Na semana passada, quando foram anunciadas as novas regras para combater a pandemia, esse número caiu para 237.714. Na segunda-feira (6/7), o movimento foi de 233.604 passageiros.
As medidas mais restritas, que entraram em vigor em 1º de julho, valem, inicialmente, por 14 dias, e são para conter a circulação de pessoas e o avanço da propagação da Covid-19, que acelerou nas últimas semanas.
Entre elas estão a suspensão de funcionamento de várias atividades, como shopping centers, galerias comerciais, comércios de rua, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética, academias de ginástica e clubes.
Segundo o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, a previsão é que a média se mantenha em 230 mil passageiros por dia no transporte coletivo nesse período.
“É preciso que a população e os empresários entendam a gravidade da pandemia. Todos temos que ter responsabilidade e fazermos nossa parte”, disse ele.
Idosos
Um fator que ainda gera preocupação é o elevado número de idosos usando o transporte coletivo mesmo na quarentena. Enquanto na média o número de passageiros teve queda de 10%, o volume de passageiros idosos teve redução de apenas 2%.
Entre 22 e 28 de junho, em média 16.113 idosos usaram ônibus na capital por dia. Na semana passada, esse número ficou em 15.748 e no dia 6 voltou a subir, com 16.531.
“Os idosos são um grupo de risco para a Covid-19 e só devem sair de casa em caso de necessidade, mas o que vemos é um elevado número de pessoas com mais de 60 anos que continuam a circular mesmo com o crescimento da pandemia na cidade”, diz Maia Neto.
Frota
O presidente da Urbs ressalta que mesmo com a queda no movimento na última semana, a frota se manteve em cerca de 80%, com várias linhas operando com 100% da capacidade. É o caso da linha Inter 2, que já funciona com 100% da frota nos dias úteis. As linhas expressas Pinheirinho/Rui Barbosa, Santa Cândida/Capão Raso e Circular Sul operam com 90% da capacidade nos horários de maior movimento e as linhas alimentadoras da região Sul da cidade trabalham com 100% no horário de pico.
Também foram mantidos os reforços na linha Boqueirão/Centro Cívico nos picos da manhã e da noite. “Isso aliviou um pouco o sistema e ajuda a evitar a aglomeração sobretudo nos terminais”, diz Maia Neto.
Para evitar aglomeração, a Urbs já tomou uma série de medidas no transporte coletivo. Os ônibus da capital estão circulando com lotação máxima de 50% da capacidade e nos terminais as principais linhas saem com 30% de lotação.
Todos os terminais têm marcações para que os passageiros mantenham uma distância de, no mínimo, 1,5 metro entre si e há distribuição de folders com orientações sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras e prevenção da Covid-19.