Morador de rua preocupa moradores da Rua Rio Paraná, no Weissópolis

Morador de rua preocupa moradores da Rua Rio Paraná, no Weissópolis

por Noelcir Bello

Os moradores da região pedem para que alguém ajude Valter a encontrar um local apropriado para viver

Nascido em 10/11/1962, em Fernandópolis, São Paulo, Valter conta que teve algumas dificuldades em seu estado e, por isso, veio para Pinhais.

Há algumas semanas morando às margens da Rua Rio Paraná, o sem-teto tem encontrado novos problemas. Valter recolhe todos os tipos de materiais recicláveis e lixo para chamar de seus móveis, sua casa. Geralmente, o espaço em torno de sua casa toma uma quadra, e muitas vezes chega a atravessar a rua.

Na semana passada, os vizinhos ficaram muito preocupados e chamaram a assistência social para que tomasse providências. De acordo com eles, Valter estaria causando transtornos, em especial às mulheres que vinham até o ponto de ônibus e, enquanto esperavam, eram assediadas por ele.

Os jardins das casas vizinhas Valter acabou estragando, pois passa o dia todo varrendo e sai apenas para buscar mais entulhos. Outro perigo iminente são os cachorros, que ele tem como companhia. Além de aparentarem estarem doentes, os animais são mal alimentados por seu dono.

A maior preocupação dos vizinhos de Valter é que ele vem se alimentando com restos de tudo que encontra na vizinhança. Aquilo que ele não consegue comer na hora, o cidadão armazena em potes encontrados em meio aos lixos, atraindo moscas varejeiras. Ainda assim, ele consome esses alimentos junto com os animais.

Visita

Nossa reportagem foi convidada a visitar o local e conversou com Valter, que demonstrou ser calmo, paciente e carinhoso com os animais, porém inquieto, sempre ansioso em procurar mais entulhos para “sua casa”. Em nossa conversa, ele tirou uma luva velha que estava usando para mostrar um ferimento, que, segundo ele, foi causado por algum dos vizinhos que o agrediu com um pedaço de ferro.

Valter reclamou muito das pessoas que jogam lixo em qualquer lugar, e até mostrou que, ao lado de uma árvore próxima, estava cheio de lixo jogado pelos moradores, situação que ele reprova. No entanto, é este mesmo material que ele chama de lixo, de onde tira seu material para a construção de suas casas.

Apuramos que por duas vezes os moradores já desmontaram a casa dele. Agora, sua terceira casa, já possui muita coisa. Enquanto Valter saiu para buscar mais entulhos, alguém carregou tudo que ele tinha arrumado, nos disse Valter. “Na última vez que os vizinhos chamaram um frete e transportaram os meus pertences para longe de onde eu estava morando, levaram minhas ferramentas, como a enxada e o rastelo”, reclamou.

Já a versão passada para nossa equipe foi que por volta de três, ou quatro horas da madrugada, Valter teria ateado fogo em alguns materiais, o que causou um alarde geral na vizinhança, haja visto o tamanho da fogueira. Inclusive, nesta ocasião, um dos moradores quase perdeu a paciência com Valter. Neste dia, a polícia esteve no local, no entanto a mesma não pode fazer nada, assim como nenhum departamento da prefeitura. Segundo os moradores que conversamos, e que não quiseram se identificar, quem poderá tomar providências é apenas o Ministério Público.

Vizinhos concordam que ele precisa de ajuda

A preocupação dos moradores se trata não apenas de estética da rua, mas a instabilidade que possa ter o morador de rua, podendo vir a agredir alguém que precisa pegar ônibus, ou mesmo circular por ali para ir à escola e até para ir trabalhar. Além do que, com a aproximação das madrugadas frias, estando ele coberto por papelão e restos de cobertas, pode vir até a falecer.

Os moradores da região pedem para que alguém ajude Valter a encontrar um local apropriado para viver.

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