“Mobilidade urbana é um dos grandes desafios para a próxima gestão”, destaca vereador Binga

“Mobilidade urbana é um dos grandes desafios para a próxima gestão”, destaca vereador Binga

Vereador de Pinhais, Agilson Ferreira de Lima, o Binga
Agilson Ferreira de Lima, o vereador Binga (Federação Cidadania-PSDB), comenta, nesta entrevista exclusiva à A Gazeta Cidade de Pinhais, sobre o desenvolvimento do município e os desafios para a próxima gestão

A Gazeta Cidade de Pinhais: O senhor acabou de ser reeleito para seu sétimo mandato, tendo ocupado uma cadeira na Câmara de Pinhais desde 2000. Em quase 25 anos, quais mudanças tem percebido no eleitorado?

Binga: Tenho percebido um eleitor cada vez mais exigente. O município é pequeno em extensão geográfica, então, tudo chega muito rápido aos ouvidos e olhos da população. Temos as redes sociais, o Whatsapp, onde as pessoas se comunicam muito, também. Temos um IDH – Índice de Desenvolvimento Humano alto, também, o que significa um eleitor mais atento, vigilante ao trabalho dos vereadores. Além do crescimento exponencial da população, o que demanda muito mais votos para ser eleito. Atualmente, em média, é preciso fazer mil votos. Antigamente, com cerca de pouco mais de 300 dava pra se eleger.

 

A Gazeta: Tendo acompanhado o grande desenvolvimento do município, qual sua contribuição para este salto desenvolvimentista?

Binga: As boas relações ajudam a trazer recursos, investimentos, parcerias, e emendas estaduais, federais. Recentemente consegui com a deputada Mara Lima uma emenda de R$150 mil para a saúde. Quando o Beto Richa era governador, pelo bom relacionamento, consegui trazer a Delegacia Cidadã e o Corpo de Bombeiros. Com o Ratinho Júnior, tenho uma relação de longa data. Fui o primeiro a apoiar sua campanha, aqui, para governador, quando o Poder Municipal nem o apoiava, ainda. Atualmente, a Rosa Maria tem uma relação invejável com o governador. E essa parceria facilitou trazer o novo hospital, também. Estou vereador desde a época do saudoso prefeito Luiz Cassiano, junto com o Mário Bonaldo, de vice. Na época, lutei pela construção do cemitério. Em 2011, houve uma enchente em que eu e o então vereador Silvio Star fomos conversar com a então secretária de Obras, Leila, e sugerimos que a draga que estava no rio teria de fazer a dragagem o ano todo, um trabalho continuado. Então, compraram a máquina para fazer a dragagem no rio de forma permanente.

 

A Gazeta: Entre os avanços que o senhor tem acompanhado no município, quais destacaria?

Binga: Todos os prefeitos deram sua contribuição. O Luiz Cassiano deu passos fundamentais para o que veio depois. Comprou o terreno do Bosque Central; comprou o terreno onde hoje está o Cenforpe; comprou maquinários; construiu a Usina de Asfalto que é usada até hoje; construiu o Cemitério, que a cidade não tinha, antes. Também, investiu muito nos servidores e em educação. Deixou R$37 milhões em caixa. E o Luizão soube investir e usar muito bem os recursos quando chegou a Prefeitura, fazendo a gestão deslanchar. Atualmente, a Prefeitura tem R$200 milhões em caixa.

 

A Gazeta: Depois de mais de duas décadas de crescimento acelerado, quais os próximos desafios a Pinhais?

Binga: Sem dúvidas, a mobilidade urbana. Pinhais tem crescido vertiginosamente, mais do que o esperado. É preciso investir muito mais em calçadas, ciclovias, estacionamentos, melhorias no trânsito e sistema viário. Participei de revisões do Plano Diretor, porém, poucas vias têm a dimensão que seria necessária para dar conta do fluxo de veículos. Somente na rua onde moro, na São Francisco, no Weissopolis, em breve, somarão novos 500 apartamentos, a partir de obras de condomínios verticais. A verticalização da cidade é um grande desafio. Serão muito mais carros circulando na via. Estudos de trânsito e de mobilidade passam a ser fundamentais.

 

A Gazeta : O senhor é da base aliada da prefeita Rosa Maria . Com a reeleição, o que espera da próxima gestão da prefeita?

Binga: Sou da base e continuarei sendo, sem dúvidas. Acredito muito no trabalho dela. A Rosa tem grandes habilidades de gestora, de articuladora política, enfim, uma pessoa aberta ao diálogo e flexível, mas, que sabe ser firme quando necessário. Pois, não se cuida de uma cidade só com sorrisos. Mas é preciso que monte uma equipe muito boa, forte e alinhada a ela, com secretários e diretores em sintonia. O orçamento é ótimo, cerca de R$1 bilhão para 2025. Porém, há muitas demandas crescendo em ritmo acelerado. A Secretaria de Trânsito trouxe o desafio de se disponibilizar espaços para estacionamento, principalmente, em vias de comércio. As vagas para estacionamento estão entre esses grandes desafios da mobilidade urbana, tenho pontuado.

 

A Gazeta: E na área de saúde, quais os desafios?

Binga: Acredito que investir em serviços de saúde mental. O governo federal, com os deputados em Brasília, liberaram as apostas online e isso tem gerado sérios problemas de vício em apostas. Um grave problema de saúde pública. O município tem investido bem em Unidades de Saúde e, também, na UPA. A população, de modo geral, tem elogiado. Obtivemos avanços no atendimento em especialidades, que são de responsabilidade do governo do estado, também.

 

A Gazeta: Entre suas bandeiras,a UTI neo-natal sempre foi colocada como uma grande necessidade em Pinhais, certo?

Binga: Sim, há anos que luto e defendo o atendimento a essa demanda. Vi muitas mães enterrando seus bebês, em muitos casos, por falta de acesso a uma UTI neo-natal. Minha mãe perdeu um filho e meu pai contava o quanto ela mudou depois de perder um filho. Enfim, é uma alegria muito grande ver que essa demanda logo será atendida com o novo hospital.

 

A Gazeta: A partir de 2025, novos vereadores estarão chegando. Qual sua expectativa sobre os novatos e os vereadores que estão voltando?

Binga: Que estejam comprometidos com o mandato e com o desenvolvimento do município, o atendimento às demandas da população. O vereador é o agente público mais procurado pela população. O problema é que se costuma pensar que o vereador tem a caneta para executar obras e serviços. Quem tem é a Prefeitura. Mas sem uma base aliada sólida no Legislativo, a Prefeitura não consegue fazer nada. Acredito que sempre estive entre os três mais votados por estar sempre perto do povo. Desde o tempo em que não se tinha redes sociais e a conversa era olho no olho. Não sou o tipo de vereador que some e só aparece em época de campanha. Creio que isso tem mantido minha credibilidade.

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