Metaverso e saúde mental: especialista alerta para confusão entre realidade virtual e física

Metaverso e saúde mental: especialista alerta para confusão entre realidade virtual e física

Apesar dos pontos positivos que a tecnologia tem trazido alguns especialistas alertam para o cuidado com a saúde mental

Com o avanço da tecnologia, tanto atividades de entretenimento quanto o mercado de trabalho vem sofrendo grandes mudanças, uma delas é a inserção do mundo real no virtual; que ficou mais evidente com a chegada da terminologia Metaverso.

Apesar dos pontos positivos que a tecnologia tem trazido, por exemplo, para a medicina, alguns especialistas alertam para o cuidado com a saúde mental, já que essa expansão ocasionou uma onda de novas profissões relacionadas à internet – e que exigem conexão contínua.

“A nossa realidade é feita de dor, de exigências e de muito trabalho. É uma tendência do ser humano tentar aliviar a dor. Na medida que temos a possibilidade de viver uma realidade paralela, totalmente virtual, onde eu posso idealizar quem eu sou, fantasiar o meu comportamento, construir um personagem, corro um risco de perder a minha verdadeira identidade. É claro que estamos falando daquelas pessoas que ficam muitas horas conectadas”, explica Marcel Scalcko, especialista em comportamento.

De acordo com levantamento feito pelo site de empregos Indeed, entre novembro de 2020 e novembro de 2021 anúncios de emprego que mencionam “Metaverso” aumentaram em 1.042%.

Para Scalcko, trabalhar em tempo integral em um mundo paralelo onde a realidade física e a virtual se associam pode causar uma confusão no sentido de a pessoa não conseguir dissociar o que faz parte do papel que ele interpreta, e o que é seu (da sua realidade e personalidade).

“Viver num espaço sem barreiras impacta as relações de trabalho e as sociais, para o bem e para o mal. No Metaverso, a pessoa pode se conectar com mais pessoas, experimentar uma sensação de mais liberdade, de mais abundância, se sentir mais livre e emponderado para ir mais longe. Por outro lado, temos o risco de perder o senso do aqui e agora, e do afeto com as pessoas.”

Segundo uma outra pesquisa, agora do Instituito Gartner, até 2026 teremos 25% das pessoas usando ao menos 1 hora do seu dia no Metaverso para fins de trabalho, compras, educação, socialização e entretenimento. A dica de Scalcko para não comprometer a saúde mental enquanto nos envolvemos com trabalhos relacionados à tecnologia é se preparar para esse novo mercado de trabalho, não apenas tecnicamente, mas emocionalmente.

“À medida que eu aprofundo a minha consciência, de quem eu sou, acesso a verdade. Assim, consigo com mais facilidade ocupar papéis na vida, sem um comprometimento mental”, afirma.

Entre as ferramentas que podem ajudar no discernimento e compreensão de sentimentos, realidade e mundo virtual estão: terapia, mentorias e imersão de autoconhecimento.

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