Luizão Goulart defende unificação de ações contra o coronavírus

Luizão Goulart defende unificação de ações contra o coronavírus

Em entrevista exclusiva concedida ao jornal A Gazeta Metropolitana, o Deputado Federal Luizão Goulart respondeu diversas perguntas relacionadas ao coronavírus e outros assuntos de interesse dos paranaenses.

A Gazeta Metropolitana: Neste momento de pandemia, quais os maiores desafios para a Grande Curitiba, em especial, no transporte coletivo, que constitui-se num grande foco de contaminação? Um diálogo com a Comec tem sido buscado pelos prefeitos?

Luizão Goulart: O diálogo é a “palavra chave” neste momento. Inclusive, muitas autoridades que representam a sociedade estão buscando esse entendimento. Este é o caso da prefeita de Pinhais e da maioria dos prefeitos da RMC. Mesmo preocupados com a triste situação econômica que prejudica nossos municípios, essas autoridades precisam ser responsáveis e tomar medidas firmes neste momento de pandemia.

Com relação à COMEC, temos buscado uma aproximação com os prefeitos. Acredito, inclusive, que exista a necessidade de algumas ações bem planejadas. Porém, a URBS, que é administrada pela Prefeitura de Curitiba, muitas vezes toma medidas sem considerar os municípios da região metropolitana. Neste momento de pandemia, as ações precisam ser conjuntas, porque os municípios são conurbados e a superlotação dos ônibus é um grande problema de disseminação do vírus.

A Gazeta Metropolitana: O senhor já havia conseguido algumas emendas parlamentares para Pinhais e Colombo, na área da saúde. Agora, durante a pandemia, também conseguiu R$ 2,4 milhões para São José, especificamente para a Covid-19. Esse montante já está sendo disponibilizado pelo município?

Luizão Goulart: Primeiramente, por meio de emendas parlamentares conseguimos garantir mais de R$ 16 milhões, só para Curitiba e Região Metropolitana investirem em saúde. Depois disso, viabilizamos junto ao Ministério da Saúde mais R$ 9 milhões para o combate ao Covid-19, que estão sendo direcionados para os municípios de Pinhais, Piraquara, Colombo, Campo Largo, Fazenda Rio Grande e Curitiba, pois são as cidades onde concentram maior população e tem potencial para maior incidência do vírus. Os recursos já estão sendo disponibilizados. Agora, cabe aos gestores desses municípios investirem corretamente.

A Gazeta Metropolitana: Qual estratégia o senhor considera mais eficiente no combate a Covid-19. O lockdown, a abertura irrestrita da atividade comercial e de serviços ou um meio-termo entre as duas alternativas?

Luizão Goulart: A melhor estratégia, que atende a nossa maior necessidade, no momento, é evitar o maior número de contaminação possível, permitindo, assim, uma estrutura de saúde suficiente para atender os pacientes em estágio mais avançado. Precisamos ganhar tempo enquanto não existe uma vacina ou um medicamento comprovado cientificamente. Por isso, acredito no distanciamento social. Acho que poderíamos estar com os comércios funcionando de maneira flexível, se todos tivessem colaborado anteriormante. Houve muita displicência por parte de algumas autoridades, além de uma grande parcela da população não ter levado a sério. Em muitos casos, o lockdown está sendo necessário, mas devemos tomar as medidas preventivas necessárias para evitar essa situação tão drástica, já que, também, estamos vivendo uma crise econômica e as atividades precisam voltar a normalidade o mais rápido possível.

A Gazeta Metropolitana: O senhor foi prefeito de Pinhais por dois mandatos consecutivos, cidade que lhe conferiu uma expressiva votação nas eleições para deputado federal. Também teve grande partcipação na eleição da atual prefeita. O senhor aprova as medidas adotadas por Marli Paulino no combate à pandemia em Pinhais? Tem oferecido orientações nas decisões ou elas ficam a critério da prefeita e da secretária de Saúde?

Luizão Goulart: As decisões tomadas em Pinhais seguem orientações de autoridades sanitárias de nível nacional e do Governo do Estado. Não tem achismos. A prefeita tem dialogado bastante com os diversos setores do município antes de lançar decretos. E, essas ações são tomadas de maneira rápida e inédita, pois, é praticamente a primeira vez que o mundo inteiro passa por uma situação como essa. Não é fácil! Por isso, tenho visto que a secretária de Saúde de Pinhais, Adriane Jorge, junto com a prefeita Marli Paulino e toda a equipe de profissionais da Saúde estão muito empenhados no combate ao coronavírus. Além disso, vejo que a gestão está sempre à disposição para conversar com os comerciantes na intenção de criar medidas mais flexíveis e evitar o máximo possível que o comércio seja prejudicado.

A Gazeta Metropolitana: Vereador de Pinhais, Binga tem defendido a aprovação no Congresso de uma prorrogação do auxílio emergencial aos profissionais autônomos até dezembro, visto que há ainda uma incerteza muito grande sobre quando a curva de contágio começará a baixar. O senhor defende essa prorrogação? O que o Congresso tem feito nesse sentido?

Luizão Goulart: Sim, temos defendido também essa prorrogação. O Governo Federal prorrogou por mais dois meses o pagamento do auxílio emergencial. O decreto que estabelece a medida foi publicado na edição de 1º de julho do Diário Oficial da União. O Ministério da Economia recebeu dos diversos setores da sociedade o pedido para prorrogação até dezembro, entretanto fará o estudo de viabilidade econômica. O Congresso tem vários projetos nesse sentido. Eu sou favorável, pois acredito que os reflexos dessa pandemia perdurarão muito, se estendendo além de dezembro.

A Gazeta Metropolitana: O senhor acredita que o enfrentamento a pandemia deve ser adotado de forma integrada com toda a Região Metropolitana, assim como defende a integração em outras áreas?

Luizão Goulart: Com certeza! Tenho sempre defendido essa tese. Não podemos tratar esse assunto tão sério de maneira isolada. O vírus circula pelas cidades através das pessoas. Por isso é que eu insisto: Curitiba precisa estar mais alinhada com os municípios da Região Metropolitana. Temos que unificar as ações para obter mais sucesso nessa batalha contra o coronavírus.

A Gazeta Metropolitana: Com realação a MP de auxílio a pequenos e médios empresários para o enfrentamento a pandemia, há possibilidade de incluir os microempresários?

Luizão Goulart: Foram aprovadas diversas medidas para auxiliar os empresários nesse momento delicado, desde crédito para capital de giro até financiamento de folha de pagamento. No caso dos microempresários, apresentei nesta semana uma proposta de mudança na MP 975, propondo ampliar os potenciais beneficiários do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), prevendo mais de R$ 10 bilhões para ajudar microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas, associações e cooperativas, entre outros.

A Gazeta Metropolitana: O senhor foi favorável ao adiamento das eleições para o dia 15 de novembro. Em sua avaliação, as campanhas ficarão prejudicadas por conta das restrições sociais impostas pela pandemia? As redes sociais ganharão um papel mais importante ainda neste ano?

Luizão Goulart: Sim, fui favorável ao adiamento das eleições, pois entendo que não há clima para pensarmos em eleições agora. Porém, as eleições precisam acontecer. Então, adiar para novembro foi a decisão mais sensata nestas circunstâncias. Já em relação às redes sociais, acredito que serão cada vez mais utilizadas, pois os eleitores estarão atentos e, com certeza, irão procurar se informar por meio das redes sociais.

A Gazeta Metropolitana: Que papel o Congresso tem exercido para ajudar a nação e o povo brasileiro nesse momento tão difícil da pandemia? O senhor considera satisfatório? O que mais poderia ser feito?

Luizão Goulart: Estamos trabalhando muito. Durante a semana, diversos projetos são discutidos. Atualmente, o Congresso está totalmente voltado à pandemia. Praticamente todas as proposições colocadas em pautas são relacionadas ao combate do coronavírus. Eu que tenho frequentemente atuado como líder do meu partido, o Republicanos, participo ativamente de algumas decisões que nos permitiram avançar muito. Entre as diversas conquistas podemos citar a ampliação do auxílio emergencial, apoio direto aos municípios, medidas mais firmes e restritivas, mais condições de trabalho aos profissionais da saúde, manutenção de investimentos na educação e apoio aos empresários para manutenção dos empregos, entre outras. Enfim, são muitas as ações que beneficiam a população neste momento tão difícil.

A Gazeta Metropolitana: Sobre o presidente Bolsonaro e o Planalto, como estão as relações com o Congresso? Estão mais harmoniosas, caminhando para um entendimento entre os poderes? Aliás, qual sua posição perante o governo: base, oposição ou independente?

Luizão Goulart: Eu sou a favor do Paraná e do Brasil. Procuro fazer o melhor na representação da minha nação e meu estado, independente de quem seja o presidente da República. Aliás, em toda minha trajetória, eu sempre procurei ter uma posição mais equilibrada. Nunca gostei de atitudes extremas, nem para um lado e nem para o outro. Atualmente, a maioria dos projetos do Governo Federal que chegam ao Congresso tem sido votados e aprovados. Vejo muito profissionalismo por parte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que, apesar de algumas vezes ser questionado e provocado, continua atuando de maneira lúcida firme e democrática.

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