Johnson Sedlmaier, o artista que transforma madeira em arte

Johnson Sedlmaier, o artista que transforma madeira em arte

por Noelcir Bello

Johnson Sedlmaier, o artista que transforma madeira em arte

DSC_4616

Johnson S. Sedlmaier morou por muitos anos em Pinhais, e sua família ainda permanece no município. Atualmente, mora em Piraquara e há trinta anos veio para o sul do Brasil.

Primeiro Johnson e sua família moraram em Porto União, acompanhando o pai que se deslocava com sua empresa prestando serviços. A cada obra finalizada, mudavam de cidade. Após Porto União, foram morar em Curitiba, até se estabelecer em Pinhais.

Ainda menino, ao frequentar as igrejas, ficou encantado pela arte. Nova Era é uma cidade histórica, onde todas as igrejas são decoradas com peças artesanais. O artista lembra que seu pai fazia peças de barro, então, aos cinco ou seis anos, Johnson já fazia seus brinquedos de barro. Por conta da cultura da cidade, as esculturas de santos, assim como os mobiliários encontrados nas igrejas, sempre foram feitos com madeira nobre, muito bem trabalhada. Ao frequentar estas igrejas, ele ficou encantado com a beleza das peças, por isso, acabou tomando gosto por madeiras. Quando percebeu estava entalhando madeiras com um canivete.

Infância humilde

Para poder brincar, precisava fabricar seus próprios brinquedos, já que não tinha condições financeiras para poder comprá-los. Isso acabou aumentando seu interesse nas artes em madeiras.

Ao chegar a Pinhais, começou a estudar em Curitiba. Pegava o ônibus Estação Pinhais, a única linha de Pinhais para Curitiba, na época. Johnson lembra que no dia que perdia o ônibus, tinha que vir a pé desde o DETRAN até o Jardim Pedro Demeterco, onde morava em Pinhais. Cresceu e ficou em Pinhais. Tomou gosto pela região e nunca mais quis sair daqui.

Foi campeão brasileiro de capoeira, esporte que praticou na academia Muzenza, em Curitiba, por um período de treze anos. Segundo Johnson, ali aprendeu muitas coisas boas. Neste período conheceu muitos lugares em todo o Brasil. Mais tarde, entrou para a Polícia Militar, onde serviu no batalhão de Polícia Florestal durante oito anos, trabalhava na Serra do Mar. Acabou pedindo dispensa da Corporação para trabalhar com seu cunhado em uma marcenaria, pois o salário era melhor que na Polícia.

Uma cidade promissora

O nosso artista da semana acredita que ao realizar a sua emancipação política, o município de Pinhais alavancou sua economia e, hoje, está em pleno desenvolvimento, gerando oportunidades para todos que queiram trabalhar, inclusive para quem gosta de turismo e de arte.

Hoje, Johnson é funcionário público concursado, agente educacional e, em suas horas de folga, pratica seu maior hobby, que é o de entalhar madeiras. As madeiras, sua matéria prima, sempre são encontradas na própria natureza, tais como raízes, árvores mortas e, também, as madeiras encontradas nas ruas da cidade.

Incentivo

Recomeçou a esculpir este ano, após o incentivo do Centro Cultural de Pinhais, e hoje faz exposição de suas obras no CEART, espaço construído pela administração municipal, em parceria com o Governo Federal.

Sempre em busca de matéria prima, Johnson lembra que aproveita suas horas de folga para visitar sítios e chácaras. Também, onde há uma demolição acontecendo, pergunta o que pretendem fazer com as madeiras usadas ou descartadas, para que assim possa ter ainda mais material para criar suas artes.

O artista teve sua obra escolhida para representar Pinhais em uma feira, em Brasília, no mês de dezembro, e outra no Anhembi, em São Paulo, o que o deixou muito orgulhoso.

Desafios

“O desafio é transformar pedaços de madeira em arte”, disse Johnson. Segundo ele, é emocionante pegar uma peça de madeira e transformá-la em algo em que as pessoas passam a admirar e dar importância, chamando de arte. “É sempre um desafio pegar um pedaço de madeira e transformá-lo em uma peça agradável aos olhos e almas das pessoas. Ao fabricar uma peça, além de aliviar o estresse, ainda produzo algo para encantar as pessoas. Tem peça que demora uma semana para ser fabricada, assim como, às vezes, faço centenas de peças em uma semana”, contou.

Nosso artista também fabrica móveis rústicos sob encomenda, utiliza, inclusive, pallets como matéria prima. Como artista, espera que as pessoas e as administrações não deixem de investir e incentivar a arte, para que não se perca na história. A única tristeza do artesão é que ainda o artesanato não é tão valorizado nacionalmente, como é valorizado no exterior. Segundo ele, no Brasil muito se recicla, mas pouco se valoriza a reciclagem.

Contato
Para realizar encomendas ou conhecer o trabalho de Johnson, entre em contato pelo telefone (41) 9241.6745, email: johnsonsedlmaier@gmail.com, ou ainda através do blog: artesanatojohnson.blogspot.com.br.

publicidade

Compartilhe:

0 resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress