No domingo, dia 13, um grupo de apoiadores do presidente Bolsonaro protestou em Nova Iorque contra os ministros do STF, em especial, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Os manifestantes concentraram-se durante o dia todo, atravessando a noite, inclusive, em frente ao hotel onde seis ministros estavam hospedados: além de Moraes, Cármen Lúcia, Dias Tofolli, Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Lewandovski.
Aos brados de “Ei, Xandão, seu lugar é na prisão” e “Xandão do PCC”, o grupo de brasileiros segurava cartazes e bandeiras. Também cantou o Hino Nacional diversas vezes. Os cartazes buscavam chamar a atenção dos passantes para questões como “luta contra o comunismo no Brasil” e “eleições fraudadas no Brasil”. Uma forma de chamar a atenção do mundo para o que tem acontecido no Brasil.
B.O. contra Alexandre de Moraes
Um dos manifestantes encontrava-se com a filha adolescente, menor de idade, que entrou no hotel para tentar filmar o ministro Moraes durante uma live em suas redes sociais, mas foi repelida pelo magistrado. O pai da adolescente disse que pretendia registrar Boletim de Ocorrência contra o ministro. ”O ministro se sente dono do Brasil. Mas, aqui, ele não mexe com cidadã americana, e de menor de idade, ainda, que simplesmente tentou fazer uma live. Vou registrar Boletim de Ocorrência e se algo acontecer contra mim ou minha filha, todos já sabem que foi a mando do Alexandre de Moraes”, declarou o pai em vídeo que circula nas redes sociais.
Censura e ativismo judicial
Os ministros do STF foram a Nova Iorque para participar de um evento com mais de 260 empresários pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) do ex-governador de São Paulo, João Dória, realizado nos dias 14 e 15 de novembro. O LIDE Brazil Conference debateu temas como o respeito a liberdade e a democracia e a economia do Brasil a partir de 2023. Uma situação bastante irônica, considerando que o ministro Moraes é alvo de protestos por decisões judiciais arbitrárias, autoritárias, que atentam contra a liberdade de expressão, impondo dura censura a jornalistas, veículos de imprensa, perfis nas redes sociais e, até, a políticos brasileiros. O ativismo judicial dos ministros do STF também foi uma das motivações dos manifestantes. Só para não esquecermos, há poucos dias, o ministro Gilmar Mendes liberou R$5,5 milhões de Lula que haviam sido bloqueados pela Lava-Jato. Gilmar Mendes lamentou o protesto dos brasileiros em frente ao hotel, ao conversar com a imprensa, tendo efetuado comentários bastante negativos sobre os manifestantes. Porém, parece não sentir a mínima vergonha ao tomar decisões que favorecem ex-condenados (ou descondenados).