Nos dias 24 e 25, quinta e sexta, milhares de motorista formaram enormes filas em busca de gasolina e etanol nos postos do município
No último dia 20 de maio, domingo, caminhoneiros de todo o Brasil paralisaram as atividades e promoveram manifestações em 26 estados e no Distrito Federal. A mobilização é contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobras em vigor desde julho de 2017.
Com as paralisações, combustíveis deixaram de chegar aos postos e a corrida por gasolina e álcool começou também em Pinhais. Na quinta-feira, dia 24, filas enormes tomaram ruas no entorno de postos do município. No Carrefour, por exemplo, na região do Jardim Amélia, centenas de motoristas aguardavam na fila tentando abastecer. “Está acabando em todo lugar, em Curitiba quase não tem. Vou tentar garantir a gasolina dos próximos dias, mas tá difícil, já estou há quarenta minutos na fila”, ressaltou a motorista Juliana Nascimento.
Filas imensas
Já na sexta (25) a grande maioria dos postos de Pinhais não tinha mais combustível. Em alguns deles ainda era possível encontrar etanol e diesel. A exceção era um posto de combustível no bairro Vargem Grande. Lá, no entanto, a fila de carros se estendia por aproximadamente dez quadras. Além dos automóveis, pessoas a pé, munidas de galões, também formavam uma longa fila em busca de gasolina. “Estou com o carro em casa sem gasolina, preciso trabalhar hoje à noite e dependo dele, vamos ver se ainda consigo pelo menos alguns litros”, disse Valdeir de Almeida, vigilante noturno que ficou quase uma hora na fila para conseguir cinco litros de gasolina.
Coleta de lixo paralisada
Outra consequência da greve dos caminhoneiros foi a paralisação da coleta de lixo em Pinhais. Os acessos até o aterro sanitário estão fechados, impossibilitando a chegada dos caminhões de coleta para descarregar, como informou a Administração Municipal. Com a medida, mais de 117 mil domicílios devem ficar sem coleta. A Prefeitura pede para que a população não coloque o lixo nas ruas até as coisas se normalizarem.
Transporte público ameaçado
O transporte coletivo também pode parar de funcionar nos próximos dias. Segundo uma nota oficial das empresas de ônibus de Curitiba e Região foi realizada, na madrugada do dia 24, uma operação de escolta de caminhões-tanque, com o envolvimento dos órgãos de segurança do Município, Estado e Governo Federal, para o abastecimento das garagens da frota do transporte coletivo de Curitiba. Dessa forma, os ônibus teriam autonomia para rodar normalmente ao menos até o domingo (27). Esse resultado, segundo a nota, só foi possível devido ao trabalho em conjunto entre as empresas de ônibus, a Urbs e os Poderes Executivos. Pinhais tem uma frota de 272 ônibus.
Aulas suspensas
Até o dia 25 o estado do Paraná havia registrado a paralisação das aulas em colégios de 18 cidades. Mais de 85 mil estudantes estavam sem aulas por causa da falta de combustível que afeta o transporte escolar e a entrega de merenda. Em Pinhais ainda não havia, na última sexta, colégios estaduais ou escolas municipais que tivessem paralisado suas atividades.
Apoio das Forças Federais
Na noite de quinta-feira (24), o governo federal e representantes dos caminhoneiros anunciaram proposta para suspender a greve por 15 dias. Ainda assim, a paralisação continuou. Então, no dia 25, em pronunciamento à toda nação, o presidente Michel Temer declarou que havia pedido o apoio das forças federais para desbloquear as estradas. “Comunico que acionei as Forças Federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo”, disse o presidente.