O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, defende que os governos centrais garantam recursos aos municípios para a implantação projetos verdes em ampla escala com foco na mitigação dos efeitos do clima.
“Precisamos de financiamentos vigorosos para fazer frente a essa necessidade que é global. No caso do transporte público, por exemplo, não podemos onerar a tarifa, pois afetaria os usuários. É necessário o envolvimento dos governos centrais e a cooperação de todas as esferas”, afirmou Rafael Greca ao palestrar no painel Encouraging private investment in electric buses, no dia 21 de outubro, sexta-feira, na Cúpula do C40, em Buenos Aires.
No evento da Cúpula C40, em que participaram representantes de alto escalão das empresas com investimentos em eletromobilidade BYD, Enel e Siemens, Greca destacou que, com esforço próprio do município, Curitiba buscou financiamentos externos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do New Development Bank (NDB) no suporte a projetos estruturantes de matriz energética do transporte público.
No painel, a BYD foi representada por Tamara Berrios, gerente da empresa no Chile; a Enel por Claudio Cunha, gerente da empresa para a Argentina; e a Siemens, por Nicolás Bin, vice-presidente de Estrutura Inteligente para a Argentina e Uruguai.
Mobilidade sustentável
O Programa de Mobilidade Urbana Sustentável da capital paranaense envolve as linhas de grande carregamento Inter 2 e do Corredor Leste-Oeste. Serão investidos U$ 181,7 milhões em empréstimos do BID (U$ 106,7 milhões) e do NBD (U$ 75 milhões), além de U$ 45,4 milhões em contrapartidas do município nos dois contratos.
Além da operação de ônibus elétricos, as intervenções compreendem a melhoria dos serviços de transporte, da infraestrutura; o uso de novas tecnologias e arranjos de governança; e a integração de diversos modais, com ênfase à mobilidade ativa.
Com o redesenho da lógica do sistema dos serviços de mobilidade, Curitiba busca maior atratividade ao transporte público e eficiência energética para reduzir os Gases do Efeito Estufa com vistas à descarbonização gradual com a meta de diminuir emissões de 33% em 2030 alcançando a neutralidade em 2050, traçada no Plano de Ação Climática (PlanClima).