O plano do Governo do Paraná para expandir o comércio exterior foi apresentado, no dia 25, quinta-feira, ao corpo diplomático que atua no Estado e a diretores de câmaras de comércio internacional. Durante o “Encontro com Consulados e Câmaras de Comércio”, na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR), o vice-governador Darci Piana, o secretário da Indústria, Comércio e Serviços (Seic), Ricardo Barros, e o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, mostraram ações para que a produção paranaense conquiste mais mercados internacionais, bem como para atrair investimentos de empresas estrangeiras ao Estado.
POTENCIAL ECONÔMICO
Uma das principais ações do plano de internacionalização da economia paranaense é aumentar a divulgação do potencial econômico do Estado no exterior. Para isso, a Invest Paraná fará tradução de material informativo, como relatórios e vídeos, na língua dos países que queiram negociar com o setor produtivo paranaense.
“É importante que o corpo diplomático receba essas informações não só do Governo, mas também das nossas entidades produtivas, para ajudar esse relacionamento comercial. Com isso, saem ganhando o Paraná, os países que farão negócios com a gente e os países que decidirem investir aqui. Afinal, são dois processos: busca por investidores aqui no Paraná, mas também de vendas da nossa produção lá fora”, ressalta Piana.
“Os corpos diplomáticos e as câmaras de negócios poderão distribuir para as empresas de seus países em sua língua todo o plano de expansão do Paraná e, assim, poderão ter início mais rodadas de negócios, mais relacionamentos comerciais internacionais”, completou o vice-governador.
MAIS MERCADOS
Ricardo Barros destacou que esse material de divulgação na língua dos países que queiram negociar com o Paraná vai estimular a produção paranaense a conquistar mais mercados. “É um esforço que fazemos para facilitar a capilaridade da informação do potencial econômico do Paraná. É uma ferramenta que vai permitir alcançarmos mais pessoas, falando na língua de cada país. É uma solução objetiva dos problemas que eventualmente tenham nossos empresários, bem como os de outros países interessados em efetivar negócios no estado do Paraná”, enfatizou.
No encontro, o presidente da Invest Paraná destacou os resultados das missões internacionais recentes do Estado. Apenas em 2023 a agência de captação de negócios do Governo, vinculada à Seic, enviou comitivas para cinco países: Japão, Coreia do Sul, Canadá, Estados Unidos e Portugal. Em junho, a Invest Paraná enviará, junto com a Faciap-PR, uma missão para a Itália com varejistas do Estado que negociarão importação de produtos como vinho, azeite, massas, entre outros.
“Faz toda diferença para o resultado da missão chegar ao país com os entes envolvidos nas negociações informados sobre o potencial econômico do Paraná. Por isso temos conquistados bons resultados quando vamos buscar mercados para o Estado lá fora”, apontou Bekin.
MUITO POTENCIAL
O Paraná registra um boom comercial internacional. A balança comercial do Paraná registrou o melhor desempenho dos quatro primeiros meses do ano da sua história em 2023. As exportações somaram cerca de US$ 7,3 bilhões no período, resultado 11,2% acima do primeiro quadrimestre de 2022 (US$ 6,5 bilhões) e o mais alto índice da série histórica analisada pela Secretaria de Comércio Exterior, do Governo Federal (Secex) desde 1997.
Pela primeira vez, o Paraná também superou dois milhões de toneladas de carnes exportadas em um único ano, de acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Foram 2,087 milhões de toneladas em 2022, contra 1,985 milhão de toneladas em 2021, melhor marca até então. Houve um crescimento de 70% em relação a 2013 (1,221 milhão).
Para a chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores no Paraná, Lígia Maria Scherer, o plano de internacionalização vai estimular o comércio exterior paranaense. “Essa é uma iniciativa formidável, o esforço de um Estado que tem status privilegiado de grande produtor do agronegócio e industrial, com educação reconhecidamente como a melhor do Brasil, de trazer benefícios por intermédio do comércio exterior e da captação de investimentos estrangeiros”, elogiou a representante do Itamaraty.
NOVOS MERCADOS
Uma amostra de como essa conquista por novos mercados pode aumentar é a relação comercial do Paraná com Bangladesh, país asiático com o qual o Brasil não tem tradição bilateral. O cônsul honorário de Bangladesh no Estado, Marcelo Grendel, afirma que o Paraná está à frente porque atualmente o comércio exterior não pode se limitar apenas a negociações entre países, mas deve ser feito também por governos estaduais e até municipais.
“O Paraná tem muita produção no agronegócio para exportação e isso interessa a Bangladesh porque o país tem 170 milhões de habitantes, o que eleva a preocupação com a segurança alimentar dessa população. Por isso Bangladesh está interessado em buscar no Paraná soja, milho e outras commodities que garantam essa segurança alimentar”, explicou o cônsul.
ESTADO ESTRATÉGICO
Grendel afirma que a embaixadora de Bangladesh no Brasil, Sadia Faizunnesa, assumiu o posto em Brasília há um ano com a missão de aumentar a relação comercial com o Brasil. E nesse planejamento, o Paraná é estratégico. “Uma das primeiras viagens da embaixadora no Brasil foi ao Paraná e ela ficou surpresa com o que viu aqui, o potencial que o Estado tem e tudo o que pode ser feito de negócios com Bangladesh. A partir daí, começou a prospecção de negócios que, com certeza vão, crescer cada vez mais”, avaliou.
O cônsul da Holanda, Robert de Ruijter, afirma que o Paraná já é um dos principais parceiros comerciais do país, sendo o Porto de Roterdã o principal destino das exportações feitas pelo Porto de Paranaguá para a Europa. Relação que tende a aumentar com essa aproximação do Governo do Estado com os operadores do comércio exterior.
“Ficamos felizes de ouvir que o Governo do Paraná está trabalhando cada vez mais para tirar barreiras que impedem a realização de negócios. Isso é muito importante para criar um ambiente econômico amigável, trazendo mais negócios e gerando mais empregos para a população, elevando o Estado a outro nível”, avalia o cônsul holandês.