Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor

Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor

Resolvi procurar no Google a palavra “diálogo”. Logo saltou aos olhos, no primeiro item de resultado: substantivo masculino. Interação entre dois ou mais indivíduos, colóquio, conversa. Já a etimologia da palavra nos sugere algo a mais. O termo tem sua origem no grego: diá – logos, que significa “através da palavra”. Podemos falar, portanto, que diálogo é o encontro entre duas ou mais pessoas através da palavra.

Palavra não é somente a junção de signos e significados. “Logos” significa a verdade mais profunda de uma pessoa, portanto dialogar é doar-se, entregar-se a partir de seu núcleo mais profundo e verdadeiro. Atualmente vivemos em um contexto cada vez mais individualista e polarizado, por isso, manter o diálogo não tem sido uma tarefa fácil.

Uma das posturas mais bonitas que podemos ter é a prática da alteridade, a arte de se colocar no lugar do outro. Mas não apenas um imaginar-se no lugar do outro, e sim, colocar-se mesmo, com empatia. Ao escutar atentamente e acolher a realidade do próximo, não significa que perderemos nossa identidade, ao contrário, seremos mais verdadeiros conosco.

Às vezes parece que temos medo de ouvir o outro ou de nos colocarmos em seu lugar. Medo de nos contaminar com verdades ou pontos de vista diferentes. Ainda bem que somos tão diferentes! Já imaginou como seria um mundo de iguais? Pois é, não precisamos imaginar, basta acessarmos nossos grupos e comunidades nas redes sociais, por lá, só os iguais são aceitos e permanecem. Por isso, para além destes espaços, é preciso olhar para a beleza do diferente, para a beleza do mundo, e encontrar no outro aquilo que nos completa e que nos torna mais humanos.

A paz é nosso horizonte, contudo, quando falamos em diálogo, não podemos perder de vista a dimensão profética. Pois, tão bonito quanto parar para ouvir e se colocar no lugar do outro é denunciar as injustiças sociais bem como tantas outras formas de violência, e agir para o bem comum.

A Campanha da Fraternidade 2021 nos alerta para a necessidade urgente de diálogo e busca pela paz. Para nós, Cristo é nossa paz. A paz verdadeira só encontraremos quando pararmos de olhar para o fundo da nossa caverna e encararmos com olhar amoroso a realidade do mundo que nos cerca, afinal, Ele está no meio de nós.

Maikel Ronqui, especialista em Gestão escolar e coordenador da Pastoral do Colégio Marista Paranaense

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