Fim de ano pode representar desafio para saúde mental

Fim de ano pode representar desafio para saúde mental

saúde mental
Psiquiatra dá dicas de como tornar essa época do ano menos estressante

O fim de ano é, para muitos, uma época de celebração, reencontros e alegrias. No entanto, o período também pode trazer um grande peso emocional. A pressão para cumprir expectativas sociais, familiares e pessoais, e a sensação de que é necessário atingir determinadas metas antes que o ano termine, podem resultar em desafios para a saúde mental.

O psiquiatra e médico cooperado da Unimed Curitiba, Gustavo Sehnem, explica que as cobranças por felicidade e gratidão pelo ano que passou podem intensificar ciclos de autocrítica e ansiedade.

“Cada indivíduo tem a sua peculiaridade e todos nós temos uma tendência em nos cobrar muito. Ao invés de forcar no que deixamos de fazer, seria interessante olharmos as muitas coisas positivas que aconteceram e que conseguimos executar”, diz.

O médico lembra ainda que o desejo de agradar os outros pode gerar um alto nível de estresse. Seja na escolha de presentes, na organização de eventos ou no cumprimento de tradições. Para o psiquiatra é preciso estabelecer limites e equilibrar as obrigações com as nossas vontades.

“Tem eventos que são importantes participarmos nessa época do ano, então podemos tentar torná-los mais leves. Evitando assuntos que trarão desconforto. Nessas ocasiões, é indicado levar a conversa para assuntos mais triviais, falar sobre amenidades. Estar presente por um período e depois seguir para outras atividades que te deem mais satisfação”, defende.

 

Como posso ser triste se em 2024….

Nas últimas semanas as redes sociais foram tomadas pela trend “Como posso ser triste se em 2024…”, em que as pessoas relatam as razões pelas quais não podem reclamar do ano que passou. O psiquiatra alerta, no entanto, que esse tipo de movimento pode ser prejudicial para quem enfrenta problemas de saúde mental e que as redes sociais não são, necessariamente, reflexos da realidade.

“Todos nós temos momentos bons e ruins e essa oscilação é importante para que não haja o que chamamos de embotamento afetivo. Só conseguimos vivenciar os momentos alegres, por já termos passado pelos momentos tristes”, diz.

Apesar das mudanças de humor serem naturais, o médico atenta para a intensidade desses sentimentos. “Ficar triste por algumas horas, ou um dia é normal. Mas se isso perdura por semanas e você não quer fazer mais nada, tem pensamentos negativos, ou acha que às vezes a vida não vale a pena, estes são os sinais de preocupação”, aponta. Nesses casos, diz, é importante buscar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo.

Outros cuidados para enfrentar essa época de maneira mais saudável são:

– Estabeleça limites: aprender a dizer não é fundamental. Defina o que é possível e necessário para você sem comprometer seu bem-estar. Evite se sobrecarregar com compromissos sociais ou financeiros.

– Pratique o autocuidado: ao invés de se cobrar excessivamente, reconheça suas conquistas e permita-se falhar. O final de ano deve ser um momento de reflexão construtiva, não de crítica destrutiva. Reserve momentos para atividades que proporcionem bem-estar, como meditação, exercícios físicos, leitura etc.

– Limite o tempo de redes sociais: a idealização da vida dos outros pode aumentar a comparação e a frustração.

– Procure apoio profissional: o auxílio de um psiquiatra ou psicólogo pode ser uma maneira eficaz de lidar com o estresse e a ansiedade.

– Reavalie expectativas: estabeleça metas possíveis. Às vezes, aceitar que o final de ano nem sempre será perfeito pode ser a chave para o bem-estar.

publicidade

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress