por Bruno Magalhães
Vivemos em um mundo de mudanças, de abundância de informações a disposição para quem quiser consumi-las. O maior desafio atualmente não é mais saber onde obter informações, mas sim o que fazer com elas.
No ambiente de negócios não é diferente. Temos hoje companhias centenárias, tradicionais e que há poucos anos atrás eram sinônimo de previsibilidade e estabilidade que estão em situação crítica. Algumas dessas empresas, inclusive, têm os dias contados se não se reinventarem, se não evoluírem e começarem a entregar o que o mercado quer e não apenas o que elas tem para vender.
Por outro lado, temos empresas novas, dinâmicas, que nasceram já com a missão de entregarem ao cliente aquilo que eles procuram. Já nasceram para resolver problemas existentes e, por isso, crescem velozmente. Que o digam Netflix, Uber, Airbnb… Algumas dessas empresas são tão inovadoras que fica difícil até serem enquadradas em leis e regulamentações.
Temos ainda o caso de empresas que conseguiram mudanças enormes comercializando praticamente os mesmos produtos e serviços. É o caso da Hering, por exemplo, que era conhecida pelos produtos básicos e sem muito glamour e acabou se tornando uma empresa verdadeiramente de moda, com crescimento sólido e que tornou sua marca muito mais forte e valiosa. A Alpargatas com a famosa Havaianas também é um nítido exemplo de como transformar um produto de pouco apelo em um fenômeno mundial.
Muitas companhias vêm trabalhando fortemente algo intangível: a sua marca. Tanto para poderem cobrar mais por seus produtos e serviços quanto para poderem lançar produtos que não fazem parte do seu portfolio, mas que fazem sucesso, pois trazem a credibilidade da marca mãe.
No entanto, não há um sinal que avise quando as empresas precisam inovar. Depende unicamente da percepção dos gestores e de como eles interpretam as informações que estão disponíveis. Além disso, é sempre incômodo efetuar mudanças, parar de fazer algo que já se está habituado e se lançar ao desconhecido. Para ter sucesso nessa mudança de atuação, é preciso haver sincronia de toda a empresa para que essa mudança de cultura, esse movimento em conjunto em todas as esferas ganhe adesão e apoio de todos.
O momento certo para se fazer essa mudança de atuação deve ser o quanto antes possível identifique-se as oportunidades ou as ameaças.
Quanto antes a companhia identificar uma oportunidade de mercado, melhor será seu aproveitamento. Da mesma maneira, quanto antes identificar uma ameaça, mais tempo terá para lidar com ela.
Tão importante quanto em que momento a empresa deve mudar é realmente cumprir a estratégia. Seguir fielmente seus planos, uma vez que pode ser muito tentador voltar atrás e continuar fazendo o que se fazia antes, seja devido a uma melhora do mercado, seja pelas dificuldades encontradas no meio do caminho.
Portanto, os empresários devem sempre equilibrar suas decisões entre operacionais e estratégicas. Decisões de curto e longo prazo, mas sempre lembrando-se de que as empresas são entidades vivas, pulsantes e, cada vez mais, dinâmicas.
Bruno Magalhães
Diretor de operações da GOU Franquias. Graduado em Relações Internacionais pela FAAP e com pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, o executivo possui mais de dez anos de experiência em franchising e varejo.